Filme "Amigo Secreto" mostra direcionamento da Lava Jato para derrubar Lula, diz diretora
Em trecho divulgado antecipadamente pela coluna de Mônica Bergamo na Folha, é possível verificar o depoimento exclusivo e inédito de um dos principais delatores da Lava Jato, Alexandrino Alencar, da Odebrecht, sobre a pressão exercida para que Lula fosse implicado nas investigações.
Alexandrino foi o único delator que aceitou falar com a produção, segundo Guta Ramos. "Eles [delatores] temem represálias, têm muito medo". O que o ex-executivo falou "surpreende bastante", é "chocante ouvir aquilo ali. Praticamente passaram por uma tortura", comentou a cineasta durante entrevista ao programa Estação Sabiá, na tarde desta segunda, 13, dia de pré-estreia no Rio de Janeiro.
Confira o trecho com o delator abaixo.
❗️INÉDITO❗️
— apoia.se/leandrodemori (@demori) June 13, 2022
Trecho do filme ‘Amigo Secreto’: delator confirma pressão da Lava Jato para falar sobre Lula. Entrevista à brilhante @marinarossi. Filme estreia essa semana em cinemas de todo o Brasil. pic.twitter.com/qUHtoanRF5
Na entrevista para o documentário, o delator ainda afirma que a Lava Jato dispensou delatores que tentaram entregar informações sobre caixa 2 para tucanos como Aécio Neves, ex-candidato a presidente da República em 2014.
"Não vou dizer o nome do santo. Mas tem colega meu que foi preso em Curitiba, chegou lá, o pessoal [investigadores] começou a perguntar sobre caixa dois. Ele [colega de Alexandrino] falou: 'Isso aqui é para o Aécio Neves'. Na hora em que ele falou, eles [interrogadores] se levantaram e soltaram ele. Isso é Lava Jato? Isso é um sistema anticorrupção? Ou é uma questão direcionada?", questionou Alencar.
Para a cineasta Guta Ramos, o filme sinaliza "que existia, sim, um objetivo maior, e o alvo era o presidente Lula. Era remover Lula [das eleições de 2018] a todo custo, sem provas, mesmo que isso significasse corromper o devido processo legal."
"Amigo Secreto" faz referência a um dos grupos de procuradores no Telegram, que se chama "Amigo Secreto". O Intercept Brasil fez reportagem sobre a troca de mensagens no grupo. Além disso, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, citou mensagens do grupo durante o julgamento da suspeição de Sergio Moro.
O documentário acompanha principalmente o trabalho de um pool de jornalistas de vários veículos que atuaram na cobertura do vazamento de conversas do Telegram. O fato impôs uma reviravolta ao caso. Após a confirmação dos abusos, o Supremo Tribunal Federal levou adiante o julgamento da parcialidade de Sergio Moro, além de ter reconhecido a incompetência territorial da 13ª Vara Federal de Curitiba para processar os casos da Lava jato.
Confira o trailer abaixo:
Imagem: reprodução
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