quarta-feira, 2 de abril de 2025

Veja como foi a estreia de Cruzeiro, Fluminense e Atlético-MG na Copa Sul-Americana 2025

Três equipes brasileiras estrearam na fase de grupos da Copa Sul-Americana 2025 nesta terça-feira (01), jogando fora de casa: O Cruzeiro, o Fluminense e o Atlético-MG. O Cabuloso perdeu por 1 a 0 para o Unión Santa Fe, na Argentina. O Tricolor, por enquanto, foi o único que estreou com vitória batendo o Once Caldas por 1 a 0, na Colômbia. O Galo ficou no empate em zero a zero, contra o Cienciano, no Peru. Confira abaixo os melhores momentos dos três jogos.

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terça-feira, 1 de abril de 2025

1ª de abril de 1964, o verdadeiro golpe, por Luiz Alberto Melchert

Por Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva, no GGN: Eu tinha oito anos e estava no 2º primário. Aquele 1º de abril era um dia nublado com temperatura amena, tendendo para o fresco, como era típico em São Paulo dos anos 1960, quando o aquecimento global ainda não nos tinha atingido em cheio. Acordamos, como sempre, às seis horas para ir à escola. Como éramos sete, quatro em idade escolar, já fazíamos fila para tomar banho. Primeiro as meninas e os meninos em seguida.

www.seuguara.com.br/1º de abril/o verdadeiro golpe/Luiz Alberto Melchert/

Naquele dia, no entanto, não pusemos o uniforme do Colégio Assis Pacheco, de que tenho as piores lembranças. Nosso pai não passou Gumex nos nossos cabelos, nem fez o topete que nos deixava iguais a todos os colegas, como se o penteado fizesse parte do uniforme. Pusemos as roupas de ficar em casa. No café da manhã, observamos que nosso pai não estava com o indefectível terno. Foi quando minha mãe disse que estávamos em Estado de sítio e que ficaríamos em casa por ordem dos militares.


Perguntei a ela: "Se estamos num sítio, por que continuamos na cidade?" Ela explicou que não era um sítio, mas um estado de sítio. Lembro-me bem que meu irão, dois anos mais velho, questionou se estávamos ou não no estado de São Paulo. Honestamente, não lembro de ter dado importância a qualquer explicação mais profunda. Estava mais preocupado em ir brincar no quintal.

Obviamente, não correlacionamos aquele bem-vindo feriado com uma passeata que minha mãe assistiu pela televisão. Era um bando de mulheres bem vestidas andando por uma avenida de cujo nome não tínhamos a menor ideia. Só sei que não assisti desenho algum naquela tarde.


Para nós, aquele 1º de abril não fez diferença alguma. No dia seguinte voltamos às aulas. Hoje entendo que os militares, orientados pelos seus mentores americanos, foram extremamente hábeis no desviar da atenção do povo. Era o auge do Iê-iê-iê, com a Jovem Guarda tornando esperadas as tardes de domingo, com o programa do Roberto Carlos estrategicamente fixado para depois do jogo de futebol e do seriado estadunidense "Perdidos no Espaço". 

Claro que se tratou de um sucesso advindo também do talento dos dirigentes da TV Record, mas, por se ter baseado em traduções de canções americanas como "Calhambeque" com Roberto Carlos ou "Biquini Amarelinho" com Rony Cord (cognome de Ronaldo Cordovil), já se demostrava sermos compelidos a nos americanizar. 

A exemplo do que se via nos filmes, em que hordas de fãs aglomeravam-se em frente aos teatros e canais de televisão, o fenômeno repetiu-se aqui com intensidade inaudita para um país que se estava urbanizando aceleradamente. Cabe lembrar que São Paulo tinha ao redor de 1,5 milhão de habitantes e que só viria a alcançar o Rio de Janeiro em 1968, quando atingiu os três milhões de moradores. 


O softpower forjou os idosos de hoje que pintam de cor-de-rosa os anos que se tornaram de chumbo logo a seguir. Costuma-se falar dos movimentos revolucionários, anti-imperialistas que se perderam na Serra dos Órgãos, da guerra entre o Mackenzie e a FFLCH na Rua Maria Antônia, do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) invadindo o Teatro Oficina durante a apresentação da peça Roda Viva, mas não se fala de como se forjou uma geração de americanófilos. 


Não se fala que foi por aquele tempo que as calças rancheiras tornaram-se calças jeans, que o surf dominou as praias do Rio, impondo um vocabulário execrado por Caetano Veloso na canção "Língua". Não se fala que foram o anos anteriores à ditadura ficar descarada, como diria Hélio Gaspari, que se gestaram os homens de cabeça branca e as mulheres tingidas de louro que, aposentados em busca de pertencimento, aglomeraram-se em frente aos quartéis. Infelizmente, também estão brancos os cabelos de que se opôs à ditadura. Carecemos de renovação, caso contrário, viveremos sempre com a espada de Dâmocles do fascismo sobre nossas cabeças.

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Bragantino marca nos acréscimos e empata com o Ceará na primeira rodada do Brasileirão 2025

Bragantino e Ceará empataram em 2 a 2, na noite desta segunda-feira (31), no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, no confronto que fechou a 1ª rodada do Campeonato Brasileiro 2025. O Vozão abriu 2 a 0 de vantagem, com gols de Pedro Raul e Marllon Freitas. O Massa Bruta diminuiu, aos 45 minutos do primeiro tempo, com Laquintana. E nos acréscimos da etapa final Eric Ramires deixou tudo igual. Assista aos melhores momentos abaixo.

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segunda-feira, 31 de março de 2025

Confira o resumo da primeira rodada do Brasileirão 2025

O Campeonato Brasileiro 2025 começou neste sábado (29), com a realização de seis jogos e seguiu no domingo (30) com outros três grandes confrontos. A primeira rodada do Brasileirão 2025 teve duelos entre campeões estaduais, como Flamengo x Internacional, além do confronto cercado de expectativas entre Palmeiras e o atual campeão Botafogo. A rodada fecha nesta segunda-feira, às 20:00 horas, com a partida entre Red Bull Bragantino e Ceará, no Estádio Nabi Abi Chedid. A primeira rodada marcou também a demissão de treinador Mano Menezes do Fluminense. Veja o resumo e os melhores momentos dos nove jogos.

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domingo, 30 de março de 2025

Operário vence o Maringá nos pênaltis e conquista o título do Campeonato Paranaense 2025

O Operário conquistou o título de campeão paranaense 2025 ao superar o Maringá nos pênaltis, neste sábado (29), depois um empate em 1 a 1 no tempo normal de jogo, no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa (PR). Vindo de um empate em 2 a 2 no jogo de ida, no Willie Davids, o Fantasma teve 100% de aproveitamento nas penalidades. E contou com grande atuação do goleiro Elias, que garantiu a conquista ao defender a cobrança do zagueiro Ronald. Confira as cobranças dos pênaltis e os melhores momentos da decisão.

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sábado, 29 de março de 2025

CBF demite Dorival Júnior do comando da seleção brasileira

Agência Brasil: A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nota no final da tarde desta sexta-feira (28) informando que o técnico Dorival Júnior não comanda mais a seleção brasileira de futebol. De acordo com a nota, "a direção da CBF agradece ao profissional e deseja sucesso na continuidade de sua carreira".

www.seuguara.com.br/Dorival Júnior/demissão/seleção brasileira/

Na última terça-feira (25), a seleção jogou mal diante da Argentina e foi goleada por 4 a 1 pela 14ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. A partida ocorreu no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.

Com o revés na partida, o Brasil ainda não confirmou a participação no próximo Mundial e segue como 4º colocado da classificação, com 21 pontos. 

Já a Argentina, que entrou em campo classificada para a Copa após o empate sem gols entre Bolívia e Equador, permanece na ponta da classificação, agora com 31 pontos. 


Edição: Juliana Cézar Nunes

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[CBF tem Jorge Jesus como prioridade para novo técnico: "(...) "Dorival encerra sua passagem na seleção brasileira com 16 jogos, sete vitórias, sete empates e duas derrotas, um aproveitamento de 58,3%. Forma 25 gols marcados e 17 sofridos.

O treinador, que terminou a Copa América nas quartas de final após queda para o Uruguai, deixa a seleção na 4ª posição nas eliminatórias para a Copa do Mundo."

(...)

"Mesmo antes de executar a ideia de trocar o comando da seleção brasileira, a CBF já tinha na mira seu nome prioritário para treinar a equipe: trata-se de Jorge Jesus, segundo apuro a ESPN."

"Com a decisão de interromper o trabalho de Dorival sendo amadurecida desde o apito final da goleada sofrida para a Argentina, Ednaldo Rodrigues [presidente da CBF] já pensava num possível substituto para o cargo desde a noite de terça-feira. Um dos primeiros possíveis nomes a surgir na mesa do presidente, Jesus ganhou força ao longo das horas e virou a prioridade de momento para a CBF.

Resta saber agora como serão conduzidos os próximos passos. Ednaldo quer entender quando Jorge Jesus, que já sinalizou a pessoas próximas o desejo de comandar o time canarinho, poderia se desvincular do Al Hilal, seu atual clube.

(...) A seleção brasileira volta a jogar no início de junho, quando enfrenta o Equador, fora, e Paraguai, em casa, na sequência das eliminatórias da Copa do Mundo 2026." (...)

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sexta-feira, 28 de março de 2025

Corinthians empata sem gols com o Palmeiras e conquista o título de campeão do Campeonato Paulista 2025

O Corinthians empatou em zero a zero com o Palmeiras, nesta quinta-feira (27), na Neo Química Arena, e com a vantagem pela vitória por 1 a 0 no jogo de ida, no Allianz Parque, conquistou o título do Paulistão 2025. Destaque para o goleiro Hugo Souza que defendeu um pênalti cobrado por Raphael Veiga, na metade do segundo tempo e ajudou o Timão a levantar o troféu de campeão depois de seis anos. Veja os melhores momentos do clássico decisivo.
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quinta-feira, 27 de março de 2025

O julgamento do STF e o "jeitinho" do andar de cima, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: Há duas consequências relevantes do julgamento da tentativa de golpe de 8 de janeiro. A primeira - salientada em artigo de Chico Teixeira - é o divórcio definitivo do casamento militar com Jair Bolsonaro. Este jogou ao mar todos os seus seguidores e aliados. E a defesa de todos os militares envolvidos reconhece a gravidade dos eventos, admite a conspiração, mas... porém... todavia... seus clientes não entraram no golpe. Ou seja, também jogaram Bolsonaro ao mar. 

www.seuguara.com.br/STF/julgamento/andar de cima/Luís Nassif/

A segunda consequência - mais relevante - é o fato de, pela primeira vez na história, haver julgamento de militares envolvidos em conspiração. Rompeu-se o corporativismo militar e passou-se a individualizar atuações conspiratórias. Ou seja, conspirar no Brasil passou a ser atividade arriscada. E quando se individualizam as penas, vê-se o que aconteceu no julgamento: todos os advogados dos militares envolvidos reconhecendo a gravidade dos atos de i de janeiro, mas todos tirando o corpo de seus clientes do jogo. Entre salvar a pele ou se sacrificar pela causa, optaram pelos interesses pessoais.


Mas a maior consequência é o processo de aprendizado do Supremo Tribunal Federal.


A fala da ministra Carmen Lúcia foi exemplar... para descrever o comportamento do STF na década de 2010. Ela citou a historiadora mineira Heloísa Starling, que lançou um livro sobre o golpe militar de 1964. Nele, Heloísa mostra que os golpes não são eventos da noite para o dia. São preparados longamente, e, para seu desenvolvimento, contam com a complacência de todos os poderes. É por isso que Rui Barbosa dizia que a democracia é "uma plantinha tenra que precisa ser cuidada todos os dias para que possa crescer forte e saudável."


Na verdade, naquela loucura que tomou conta do Supremo, dos presidenciáveis Serra e Aécio, a única voz de bom senso perdeu-se no alarido da multidão: o ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso alertando que, nesses processos de golpe, sabe-se como começa, mas não como termina.

Na década de 2010, o Supremo deixou os cuidados de lado e a plantinha feneceu. No livro "A Conspiração Lava Jato" há um capítulo especial dedicado ao Supremo, a um subcapítulo a Carmen Lúcia. Conspiram a mancheia, ajudaram na derrubada do governo, lançaram as sementes da desinstitucionalização brasileira, julgando que no final do túnel haveria um candidato de centro, no máximo de centro-direita. Só quando pariram o bebê de Rosemary de Bolsonaro que a ficha caiu.


No período Temer-Bolsonaro, trataram de quebrar a espinha das centrais sindicais, do PT, e permitiram a quebra das empreiteiras, o avanço da Lava Jato, em uma ignorância ampla sobre a estrutura da democracia. Seus alicerces repousam no Judiciário, no legislativo, no Executivo, e também nas centrais empresariais e sindicais, todos são aliados da democracia, porque só prosperam no ambiente democrático. Ao acelerar a destruição de direitos fundamentais, o Supremo ajudou a erodir a democracia.

Tanto o comportamento do STF quanto da mídia, na década de 2010, deveria estimular cientistas sociais e antropológicos a analisar o caráter do brasileiro que habita o Olimpo dos formadores de opinião - incluídos, aí, Ministros do Supremo e jornalistas. A facilidade com que mudam de lado, com que se adaptam aos ventos da opinião pública, não os torna bússolas, capazes de moderar exageros em uma direção ou outra. São alimentadores do "overshooting", do movimento de radicalização dos movimentos à direita. Como tem que se adaptar às linhas políticas da casa, no máximo o contraponto são os movimentos em direção ao centro.


Crítico do "jeitinho brasileiro" nas classe populares, o Ministro Luís Roberto Barroso, na próxima sessão da Semana Brasileira de Harvard, poderia preparar uma tese sobre o "jeitinho" no andar de cima.

Conseguirá exemplos a granel, de grande radicais de direita, cultivadores do jornalismo de ódio ou do direito penal do inimigo, no período Mensalão, que se deslumbraram com a lava Jato, e, depois, se transformaram em defensores intransigentes da democracia no período pós-Bolsonaro. E tendo a arte de se manifestar da forma mais radical e sincera possível nas duas circunstâncias. 


Justiça de transição? Que bobagem! Agora eles estão do nosso lado e não não há espaço para autocrítica, nem lhes é solicitada. Esse pragmatismo, essa facilidade em se adaptar aos ventos do momento, é uma marca indelével do caráter brasileiro. Não há justiça de transição para eles. Ninguém quer cumprir o papel de bússola, mas de biruta de aeroporto. Toda manhã se levantam, umedecem o dedo e esticam para o céu, para captar os movimentos dos ventos da opinião pública.


O grande Rui Barbosa, pai da República, como advogado não se envergonhava de virar de lado, como ocorreu no caso da Sinhá Junqueira. Dos Ministros que enviaram Olga Benário para morrer na Alemanha, pouco se sabe. Assim como pouco se fala dos juristas que escreveram o Ato Institucional número 5.

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Em sessão histórica, Moraes detalha a participação de Bolsonaro no plano de golpe

Por Cintia Alves, no GGN: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, detalhou na manhã desta quarta (26), em julgamento na Primeira Turma da Corte, os atos preparatórios e condutas potencialmente criminosas adotados por Jair Bolsonaro ano longo do plano para tentar um golpe de Estado, que culminou com os atos violentos de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

www.seuguara.com.br/Alexandre Moraes/STF/julgamento/Jair Bolsonaro/plano de golpe/

Relator do recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro e mais sete envolvidos no "núcleo crucial" do planejamento do golpe, Moraes afirmou que há materialidade e indícios suficientes de autoria contra Bolsonaro. A Primeira Turma, por unanimidade de cinco votos, decidiu colocar todos os indiciados no banco dos réus. 

Contra Bolsonaro, Moraes apresentou uma linha do tempo que começa em 2021, quando o então presidente começou a organizar "estratégias para difundir notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro." 


Numa live de julho de 2021, Bolsonaro, ao lado do então ministro da Justiça Anderson Torres, atacou as urnas sem nenhum fundamento. A partir daí, com ajuda das milícias digitais e do famoso gabinete do ódio - nome cunhado pelo então ministro da secretaria de governo, general Ramos - as urnas eletrônicas começaram a ser atacadas e, junto com elas, o TSE e o STF. Na própria live Bolsonaro incitou publicamente a intervenção das Forças Armadas. "O Exército verde oliva nunca faltou quando a nação assim chamou os homens da Forças Armadas", disse Bolsonaro.


Segundo Moraes, "o chamamento do povo, e inúmeros réus disseram isso no seu depoimento, era exatamente o que se pretendia no dia 8 (de janeiro), com a invasão e destruição dos Três Poderes. Que se convocasse uma GLO e o Exército, ao atender a GLO, seria recepcionado por aqueles golpistas e, a partir daí, convencidos a proclamar o golpe militar e destituir o governo legitimamente eleito", resumiu o ministro.


Bolsonaro também coordenou órgãos do governo federal para atuar nos ataques aos sistema eleitoral, incluindo Abin de Alexandre Ramagem e o GSI de Augusto Heleno. Eles teriam ajudado Bolsonaro a fomentar  a ilusão de que seriam encontrados indícios de fraude nas urnas capazes de anular uma eventual vitória de Lula.


Publicamente, Bolsonaro fazia ameaça às instituições que protegiam as eleições. Em agosto de 2021, Bolsonaro discursou contra o ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do TSE, dizendo que se ele continuasse sendo "insensível", "se o povo assim o desejar, [fariam] uma concentração na Paulista para darmos o último recado para aqueles que ousam açoitar a democracia. O último recado para que eles entendam o que está acontecendo. Eu estarei lá", ameaçou Bolsonaro.


Em setembro de 2021, na Paulista, Bolsonaro, após "algumas palavras de ordem carinhosas à minha pessoa", disse Moraes, passou a afirmar que, a partir daquele momento, não mais cumpriria decisões judiciais. Moraes lembrou que foi o ministro Luiz Fux quem liderou "uma das maiores operações de segurança no STF para impedir a invasão", por caminhoneiros, que estava sendo incitada pelos bolsonaristas. 


Moraes prosseguiu narrando as reuniões preparatórias do golpe por Bolsonaro, inclusive a que ele ataca as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro em encontro com embaixadores, embaixadores, em julho de 2022. Por conta disso, Bolsonaro já foi condenado à inelegibilidade por 8 anos, no TSE. 

Bolsonaro também tinha conhecimento de relatórios sobre as eleições do primeiro turno de 2022. O Ministério da Defesa de então criou uma comissão especial com a missão dada por Bolsonaro: comprovar fraude às urnas.

A comissão concluiu que  não houve fraude, mas Bolsonaro proibiu que esta fosse apresentada ao TSE e determinou que outra conclusão fosse feita. "Uma nova conclusão, de forma patética: não há possibilidade de comprovar que algum dia não haverá fraude", debochou Moraes.


A PGR também apontou elementos de provas que mostram que Bolsonaro acompanhava conscientemente o andamento do plano Punhal Verde e Amarelo, que almejava assassinar Geraldo Alckmin, Lula e Moraes.

Bolsonaro tinha até discurso preparado para o momento em que a GLO fosse acionada. Entre outros atos, determinou ainda que as Forças Armadas emitissem uma nota técnica em apoio aos acampamentos, apenas para manter sua base de seguidores mobilizada para o 8 de janeiro. Não suficiente, Bolsonaro teve participação na feitura da minuta do golpe.


"Não há nenhuma dúvida de que Jair Messias Bolsonaro conhecia, manuseava e discutiu sobre a minuta do golpe. Disso não há dúvida. As interpretações sobre o fato vão ocorrer durante a fase de instrução processual. Se ele analisou e quis ou não quis (dar o golpe), isso será (analisado) no juízo de culpabilidade", disse Moraes.


Para o ministro, "a denúncia expõe de forma detalhada e compreensível os fatos, é coerente, com descrição amplamente satisfatória do crime de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União, emprego de violência e grave ameaça, assim como crime de deterioração de patrimônio tombado, permitindo aos acusados a plena compreensão das acusações".


Agora, será instaurada uma ação penal contra Bolsonaro e as figuras centrais do "núcleo crucial" do golpe: o deputado federal Alexandre Ramagem (ex-chefe da Abin), o almirante Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e o general Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).


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www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/réu/STF/
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www.seuguara.com.br/Alexandre de Moares/STF/tentativa de golpe/violência selvagem/batalha campal/
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