De Lula a Bolsonaro: o jogo pelo poder de Silas Malafaia
A amarga relação entre o Silas e o PT é, na realidade, fruto de um jogo constante de casamentos - tanto com a direita quanto com a esquerda, e divórcios políticos em busca de maior autoridade, que marcam um longo jogo eleitoral praticado pelo pastor em busca do poder.
O casamento de Malafaia com o PT não começou em 2006, mas em 2002, quando o partido procurou articular com lideranças evangélicas para conseguir apoio em sua campanha. Silas Malafaia se tornou ávido defensor do governo Lula, sendo recompensado em 2003 com um posto no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, junto ao pastor Nilson Fanini.
Malafaia permaneceu ao lado do PT até 2010, quando passou a apoiar a candidatura de José Serra (PSDB-SP). Segundo o pastor, o divórcio com a esquerda, seguido de novo casamento político com o tucano, se deu pelo fato do (até então) governador de São Paulo ter posição contrária ao projeto de lei de criminalização da homofobia, em debate no Senado.
Nos bastidores, porém, o motivo do rompimento era mais profundo: em um e-mail encaminhado à liderança do PT, Malafaia destacou que, desde o final de 2009, percebia a perda do apoio do partido em suas pautas dentro do poder legislativo. Seu rompimento se deu por acreditar que a legenda estava deixando de lado os interesses de líderes evangélicos no Congresso Nacional.
O apoio ao PSDB, iniciado em 2010, durou até a campanha presidencial de 2014, quando o líder neopentecostal brevemente rompeu com a legenda para apoiar a candidatura de Marina Silva, ex-Ministra do Meio Ambiente de Lula e que concorria pelo PSB. Marina Silva se declara evangélica, fato muito explorado pelo pastor para pressionar a candidata em suas posições sobre pautas relacionadas à liberdade sexual e afetiva.
A participação do pastor na campanha de Marina Silva resultou em alterações constantes no discurso, por conta das divergências entre Malafaia e a ala progressista do PSB com relação aos direitos da comunidade LGBT+ e ao aborto. As constantes mudanças de opinião ajudaram a minar a popularidade da candidata que não chegou ao segundo turno. A partir de então, Malafaia passou a apoiar o tucano Aécio Neves (PSDB-MG). "Sou Aécio desde criancinha", declarou, à época, o volúvel líder evangélico.
Apesar de estar ao lado dos tucanos no segundo turno da corrida presidencial e se posicionar contrário desde o início à campanha de Dilma Rousseff, Malafaia não deixou de articular ao lado do PT nas eleições estaduais. No mesmo ano, apoiou a candidatura do petista Lindbergh Farias ao governo do Rio de Janeiro. O apoio não surtiu resultado, e o candidato foi derrotado nas urnas.
A influência sobre Bolsonaro

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