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domingo, 15 de dezembro de 2024

Carta para Fernanda Torres: um Oscar pela democracia. Por Chamil Chade

Por Jamil Chade, em sua coluna no UOL

Querida Fernanda Torres,

A democracia vive uma encruzilhada. Cabe, a cada um de nós, uma reavaliação profunda de nossos papéis sociais e assumir que seremos cobrados pela história quando, no futuro, perguntarem ondes estavam aquelas pessoas enquanto avanços obtidos ao lingo dos séculos eram ameaçados. 

www.seuguara.com.br/Carta para Fernando Torres/Chamil Chade/Uol/

O teu lugar nós já sabemos qual será: a do Oscar da democracia. 

Em "Ainda estou aqui", você não é apenas nossa história ou a atriz que encarna o papel de uma mulher extraordinária. Você coloca no centro o debate sobre o que ocorre com uma família quando a arbitrariedade do autoritarismo vinga.

E, hoje, isso dispensa tradução em línguas estrangeiras. 

Num mundo onde a extrema direita avança e o espaço cívico encolhe, "Ainda estou aqui" é uma declaração de amor à resistência e à construção da democracia por cada um de nós.

www.seuguara.com.br/Selton Mello/Fernanda Torres/Ainda estou aqui/

Ao percorrer cidades no exterior para a estreia do filme, você e Walter Salles estão mandando uma mensagem poderosa ao mundo de que, numa democracia, a anistia não é o caminho para a paz social. Os criminosos estão vivos, assim como a impunidade. Um dos torturadores chegou a receber 26 medalhas ao longo de sua carreira militar. Juntos, eles custam hoje aos cofres públicos mais de 1 milhão de reais por ano em pensões.


Em cada sessão que serve como uma espécie de antídoto à onda autoritária, vocês estão confrontando populistas, charlatães e vendedores de ilusão do século 21 ao afirmar que a democracia ainda está aqui. E que lutaremos por ela.

A resistência é a insistência de Eunice em fazer com que, diante do fotógrafo, todos estejam sorrindo. Algo insuportável aos autoritários. 

A resistência é nosso intransigente dever de memória, inclusive como homenagem a quem a perdeu.


Te escrevo, portanto, apenas para deixar meu modesto agradecimento, em forma de carta. E dizer que, olhando daqui de fora, constato como vocês transformaram o livro do querido Marcelo Rubens Paiva num enredo universal da liberdade, aquela palavra "que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique, e não há ninguém que não entenda".


Saudações democráticas,

Jamil Chade

***

VIA


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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

O óbvio precisa ser dito: o Brasil vive um plano detalhado de destruição. Por Jamil Chade

www.seuguara.com.br/Jamil Chade/Uol/Brasil/
Por Jamil Chade, colunista do Uol: Ainda nos primeiros meses de seu governo, Jair Bolsonaro se levantou em um jantar oferecido em Washington e fez um discurso de improviso. Mas a penas a fala era intempestiva. O plano havia sido cuidadosamente planejado. O presidente, numa explosão de sinceridade, avisaria aos presentes: vamos ter de destruir o que existe.
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