terça-feira, 11 de setembro de 2018

Beto Richa, ex-governador do Paraná e candidato ao Senado da República é preso em Curitiba

El País/Brasil - O ex-governador e candidato ao Senado pelo PSDB Beto Richa foi preso na manhã desta terça-feira, 11, em uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ai Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado que apura fraudes em licitações de um programa rual. Além disso, também nesta manhã, a casa do tucano foi alvo de um mandado de busca e apreensão de uma outra operação, ligada à Lava Jato, por suspeita de favorecimento da Odebrecht em uma licitação para a obra de uma estrada estadual em 2014.

Pela operação do Gaeco, pela qual foi preso, Richa é suspeito de envolvimento em irregularidades no programa Patrulha do Campo, implantando entre os anos de 2012 e 2014 para recuperar estradas rurais do Paraná, com viaturas 4x4. A operação, segundo o Ministério Público estadual, tem como objetivo apurar indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina para agentes públicos, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Até o momento, o Ministério Público não forneceu maiores detalhes sobre a operação. Os representantes de Richa ainda não foram localizados. 

Além do ex-governador, a operação também expediu mandados de prisão para outras 14 pessoas, incluindo a mulher dele, Fernanda Richa, e um irmão - ambos trabalharam na gestão dele. O ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, também está na lista. Ele, além disso, foi alvo também da nova fase da Operação Lava Jato, chamada Operação Piloto, que se aproximou de um grupo bastante próximo ao ex-governador tucano. 

Esta fase da Lava Jato tem o objetivo de investigar o envolvimento de funcionários públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323.

Cerca de 180 policiais federais cumprem 36 ordens judiciais de busca e apreensão, de prisão preventiva, e também prisão temporária em Salvador, São Paulo, Lupianópolis, Colombo e Curitiba. Eles apuram denúncias de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. De acordo com a Agência Brasil, Beto Richa também é alvo desta operação.

As irregularidades teriam ocorrido em 2014 e envolvem o chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht para beneficiar agente públicos e privados no Paraná. 

Em contrapartida, a construtora seria favorecida no processo de licitação para duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada. 

O nome de Operação Piloto remete ao codinome atribuído pelo Grupo Odebrecht em seus controles de repasses de pagamentos indevidos a investigados nesta ação policial. Os detidos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ficarão à disposição da Justiça.

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De acordo com informações do site Poder360, também são alvos de prisão nesta etapa da Lava Jato: Jorge Theodócio Atherino - empresário apontado como "operador financeiro" do ex-governador Beto Richa; e Tiago Correira Adriano Rocha - indicado como braço-direito de Jorge, e responsável por diversas transações financeiras dos empreendimentos do executivo. 

Segundo as investigações da Lava Jato, em 2014 os empresários da Odebrecht acertaram suborno com Denilson Roldo, então chefe de gabinete do Estado, para que ele delimitasse a concorrência da licitação para a duplicação da rodovia PR-323, localizada entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, em contrapartida de uma propina de R$ 4 milhões.

Através da Operação Rádio Patrulha, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Curitiba cumpre nesta terça-feira (11), 15 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão a pedido do Ministério Público do Paraná nas cidades Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu.

A operação Rádio Patrulha investiga o direcionamento de licitação para beneficiar empresários e o pagamento de propina para agentes públicos de 2012 a 2014. Apura também se houve lavagem de dinheiro no programa do governo estadual do Paraná chamado "Patrulha do Campo", que cedia máquinas para a construção e manutenção de estruturas rurais no Estado.

Eis a lista de mandados de prisão:

- Beto Richa - ex-governador do Paraná e candidato ao Senado;
- Fernanda Richa - esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social;
- Deonilson Roldo - ex-chefe de gabinete do ex-governador;
- Pepe Richa - irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura;
-Ezequias Moreira - ex-secretário de cerimonial de Beto Richa;
- Luiz Abib Antoun - parente do ex-governador;
- Edson Casagrande - ex-secretário de Assuntos Estratégicos;
- Celso Frare - empresário da Ouro Verde;
- Aldair W. Petry
- Dirceu Pupo - contador
- Joel Malucelli - empresário J. Malucelli
- Emerson Cacanhago
- Robinson Cavanhago
- Túlio Bandeira
- André Felipe Bandeira.

A defesa do ex-governador disse que não teve acesso à decisão e emitiu a seguinte nota:

"A defesa do ex-governador Beto Richa até agora não sabe qual a razão das ordens judiciais proferidas. A defesa do ex-governador ainda não teve acesso à investigação". A defesa de Deonilson Roldo também se manifestou e disse que ainda não teve acesso às ordens judiciais.

A defesa do empresário Joel Malucelli disse em nota que as acusações do Ministério Público são injustas e nega qualquer irregularidade afirmando que o empresário sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecimentos.

Eis a íntegra da nota:

"Joel Malucelli esclarece que as acusações são injustas, nega qualquer irregularidade e que sempre este à disposição das autoridades para esclarecimentos. O empresário desde 2012 se desligou das atividades e rotinas da empresa fundada por ele e se encontra na presente data em férias, fora do país, aguardando orientação de seus advogados, que ainda não foram notificados oficialmente sobre a operação. Fundamental reafirmar que a JMalucelli Equipamentos já se manifestou nesta terça-feira (11) negando, veementemente, a participação em qualquer irregularidade e informou que não firmou qualquer contrato com o Governo do Paraná relacionado às Patrulhas Rurais."

Além de ser proprietário da J. Malucelli, Joel Malucelli [suplente do candidato a presidente da República, Álvaro Dias. Também sogro ] é dono da Band, da BandNews, da CBN e do Metro Jornal, em Curitiba.

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[O empresário J. Malucelli é considerado um dos homens mais poderosos do Paraná. Suplente afastado do candidato a presidente da República Álvaro Dias, também é sogro de João Arruda, candidato ao governo do Estado pelo MDB e primo do candidato a vice-governador de Cida Borghettii, Coronel Malucelli].

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