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terça-feira, 2 de julho de 2024

Moisés Mendes: a extrema direita se apoderou dos jovens?

Por Moisés Mendes, no Extra Classe: Essa sequência de informações abaixo é de um apanhado de notícias dos últimos meses. Todas tratam de fenômenos em que os jovens são protagonistas. Quase todas acionam algum sinal de alarme. Leiam o que segue.

www.seuguara.com.br/jovens/extrema-direita/Moisés Mendes/

O ativismo moralista pelo fechamento de áreas de nudismo, que se dissemina por vários países da Europa, é liderado por jovens. A extrema direita francesa avançou nas eleições parlamentares com o suporte de eleitores de até 30 anos. 

Os jovens da Geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, não sabem usar o computador, ou o que ainda chamam de desktop, porque a vida digital deles é no celular. E computador é coisa de velho.

Os jovens no mundo todo são mais infelizes do que os idosos, mas no Brasil essa comparação é pior ainda. Segundo pesquisado Gallup, a população do Brasil com 60 anos ou mais figura na 37ª posição do ranking de felicidade mundial. Jovens de até 30 anos ocupam a 60ª colocação. 


Há uns quatro anos, mobilizações mundiais de jovens nas ruas acionaram o alerta da destruição da Amazônia. O Brasil ficou quase indiferente às manifestações. E a Amazônia é nossa. 

Pesquisas recentes mostram que os jovens não confiam nas instituições e muito menos na representação política formal. Em 2022, uma amostra realizada por pesquisadores de várias universidades, para o Observatório da Juventude na Ibero-América (OJI), revelou que 82% deles não confiam nos partidos. 


A extrema direita argentina chegou ao poder com o fascista Javier Milei com o apoio da maioria dos jovens. A base do fascismo argentino é de jovens. E se dizia que a Argentina era o melhor exemplo latino-americano de como um país se livra de extremismos e da ameaça de retorno a uma ditadura.

São jovens de menos de 30 anos os ativistas nazistas, localizados principalmente no sul do Brasil. Reações radicais de xenofobia contra imigrantes na Europa, em especial contra os refugiados africanos, partem de jovens ligados ou não a organizações extremistas. É um fenômeno que cresce em Portugal, inclusive contra brasileiros.


Mas as notícias que envolvem jovens e as tentativas de reflexão em torno deles geralmente são produzidas por quem não é jovem. Assim, como aparece nessa miscelânea (uma palavra velha), misturam-se informações sobre desalentos e infelicidade, incapacidade de lidar com o computador, alheamento político e ativismo reacionário. Porque o centro disso tudo é o jovem.

Mas e o outro lado, a juventude defende o meio ambiente, engaja-se a movimento sociais, ainda admite a relevância da representação política e importa-se com ações coletivas? Esse é o lado que estaria perdendo hoje ou estaria em clara situação de desvantagem.


Mas essa pode ser uma conversa de boomer, ou de idoso da chamada geração baby boom, como é chamado o contingente nascido no pós-guerra e que tem hoje em torno de 70 anos? Pode. São adultos na velhice falando de jovens.

É esse o problema, o de velhos analisando jovens, sem o lugar de fala da juventude, ou sempre foi assim? Não foram sempre os adultos maduros que refletiram sobre o mundo, enquanto os jovens conduziam ações políticas e faziam o mundo evoluir aos trancos e barrancos, como acontece a partir de 68? 


A afronta, a capacidade de mobilização, a transgressão, sempre foi coisa de jovem. Não é mais, como fenômeno de massa? Os jovens perderam a capacidade de revolucionar, porque até essa palavra perdeu o sentido?

Mais uma pergunta incômoda, de uma realidade próxima: é possível que as manifestações de 2019 no Chile tenham sido as últimas grandes expressões de ativismo político da juventude na vizinhança?

É possível que por muito tempo o Chile não tenha algo igual, depois do fracasso do sonho de uma nova Constituição e, no fim, da manutenção das leis do tempo de Pinochet?


Foram os boomers que destruíram os sonhos dos jovens e tiraram deles, pela primeira vez na História, o sentimento de vida eterna e de condução do próprio futuro?

Os boomers que construíram tudo o que veio depois da guerra e depois de 68 e de Woodstock, esses boomers mataram, com os fracassos de capitalismos e socialismo, os sonhos dos seus netos? Os boomers mataram a política e pedem ativismo político? 


Mas será que os boomers teriam mesmo o poder de tirar dos jovens a capacidade de ser rebelar contra o que é velho e oferecido como certo e consagrado?

Se é assim, como Jordan Bardella, com apenas 28 anos, chegou à presidência do Reunião Nacional, o partido da extrema direita de Marine Le Pen, grande vitorioso nas eleições francesas? Se é assim, como ele pode vir a ser, antes dos 30 anos, o novo primeiro-ministro francês?


Se é assim, como Javier Milei reforça sua aposta nos jovens e vaio propor ao Congresso que a idade mínima para votar na Argentina seja reduzida de 16 para 14 anos?

Milei quer crianças votando na extrema direita, por ter certeza de que o fascismo vem prosperando na infância. E agora? O homem que ataca a política "tradicional", as instituições e o que chama de castas tenta formar sua própria casta com a participação até das crianças. Como faziam quando da ascensão do nazismo.


A extrema direita que pisoteia a política e a democracia sabe usar melhor do que as esquerdas os mecanismos da democracia, para destruí-la por dentro como a ajuda dos jovens? Franceses e argentinos podem ter as melhores respostas.

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sexta-feira, 28 de junho de 2024

Campos Neto comanda um ataque ao Real, exigindo prudência de Lula, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: É hora do presidente Lula dar uma trégua em sua guerra com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Campos Neto é, talvez, o mais irresponsável presidente da história do banco, desde que era apenas a Sumoc (Superintendência de Moeda e Crédito). Joga politicamente, não teve pudor em induzir a uma reversão de expectativas, mesmo a economia brasileira apresentando fundamentos sólidos.

www.seuguara.com.br/Campos Neto/presidente do Banco Central/Lula/

Começou com o  discurso em evento em Washington e prosseguiu com telefonemas pessoais a pessoas do mercado e da economia real, visando criar um clima de desestabilização do governo.

Em primeiro momento, Lula fez bem em apontar sua ação deletéria. Agora, é a hora da pausa, por diversas razões.


1. O quadro nos Estados Unidos é bastante complexo, com a proximidade das eleições e as indefinições do Partido Democrata.

2. As dúvidas do FED em relação à taxa básica.

3. O fato de que, no segundo semestre, a inflação sofrerá problemas com a alta de alimentos.


Nos últimos dias instaurou-se uma corrida contra o Real. É uma corrida sem fundamento. O que significa que poderá ser revertida em um ponto qualquer do futuro, quando parte do mercado entender que a desvalorização tanto do Real quanto das ações foi excessiva.


Mas esse primeiro momento é irracional, porque não baseado em análises técnicas. Corre-se atrás da depreciação porque Campos Neto preparou o estouro da boiada e a formação da taxa Selic é controlada por um cartel da Faria Lima. Em outros tempos, havia outros investidores na dívida pública brasileira. As loucuras do período Bolsonaro afastaram gradativamente os investidores internacionais, permitindo a Paulo Guedes, assessorado por Campos Neto, transformar o Banco Central e o mercado em um campo de experimentos para suas manobras.


Os diretores nomeados por Lula agiram corretamente na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não abrindo divergência - sabendo que, em qualquer hipótese, haveria maioria para a paralisação da queda da Selic. Sua estratégia consiste em não confrontar o mercado e, com a mudança na presidência do BC, haver uma condução técnica em direção a uma taxa civilizada de juros. 

É hora de Lula se dar conta desse jogo e não fornecer mais álibi para as manobras do cartel. Especialmente porque, no segundo semestre, ao que tudo indica, o grande fantasma a ser enfrentado será o câmbio, mais que as taxas de juros.


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quarta-feira, 19 de junho de 2024

O corpo fechado de Arthur Lira. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Amigos de Eduardo Cunha mandaram espalhar pela imprensa amiga, pouco antes de cassação do sujeito em setembro de 2016, que ele tinha 80 deputados na mão. Comiam e bebiam o que ele determinava que comessem e bebessem. Era um blefe. Não tinha tanta gente para que pudesse contar com pelo menos uma base na casa, diante do cerco da Justiça por envolvimento com corrupção.

www.s euguara.com.br/Arthur Lira/Câmara dos deputados/

Não tinha nada. Foi sacrificado pela própria Câmara por 450 votos a 10, poucos dias depois do golpe contra Dilma Rousseff, que ele deflagrou e que abriu a porteira para o que temos aí.

Cunha não tinha o que Aécio Neves parece ter ainda hoje, dentro do Congresso e dentro do sistema de Justiça. É o que Arthur Lira pensa ter e Sergio Moro planeja que, se não tem, ainda terá.


Querem ter o suporte do espírito de corpo no Congresso, porque não interessa aos outros que um ou outro parceiro tombe diante deles, e o reconhecimento de que têm força política, por parte do Judiciário.

Aécio tinha o corpo fechado no Supremo que o protegeu. Moro tem uma armadura cheia de furos, mas está certo de que pode escapar. O sistema escolhe os que vão a guilhotina e os que escapam, dependendo do momento.


Um congressista a caminho da morte política é ele e suas circunstâncias dentro da casa e no Ministério Público e no STF. Arthur Lira tem todo jeito de ser o melhor de todos, a mais bem acabada criatura entre as que se movem com a arrogância dos que acham que não correm riscos.

É um personagem acabado do velho toma lá, me dá cá, em sua versão século 21 das emendas secretas. A criatura que tem uma base que Cunha não tinha. Lira é profissional único, o craque que Cunha gostaria de ter sido. 

Já foi poupado pelo sistema de Justiça e está limpo no Supremo. Escapou de poucas e boas (Kits de robótica e caso do assessor-mula com dinheiro na mala) e nem precisa mandar dizer a quem interessa que tem um  poder que nenhum outro teve. 

Tem a capacidade de arregimentar sua turma dentro e fora também do Senado para manter Alexandre de Moraes sob ameaça de um impeachment. 


Arthur Lira, que depende de quem vai sucedê-lo na Câmara para continuar manobrando todo tipo de manobra, é a força do novo coronelismo a ser ainda testada. 

Lira sabe que o futuro dele não é o da maldição de Cunha, porque seus domínios são mais estruturados, em tempos que não são os mesmos de oito anos atrás.

Mas tem um desafio que se presenta a todos os que se metem em pântanos, fazem todas as concessões a seus monstros e patrocinam, mesmo que às escondidas, coisas do nível do PL do estupro e da anistia para os manés do 8 de janeiro.



O Congresso que degolou Delcídio do Amaral e Demóstenes Torres há horas não degola ninguém, nem vai degolar. Talvez dê um susto em Carla Zambelli.

E nós vamos continuar nos perguntando? Do que mais Arthur Lira será capaz, quando estiver fora da presidência da Câmara, mas com a ambição de continuar gerindo demandas diversas das facções do Centrão e da extrema direita e extorquindo o governo?

O que ainda não sabemos das fraquezas de Arthur Lira que talvez venhamos a saber ou depois de ele deixar o trono, no início de 2025? Ou Arthur Lira é um homem sem fraquezas?


VIA

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quinta-feira, 13 de junho de 2024

Ex-prefeita investigada toma posse como senadora e pede anistia de 'patriotas'

Bem Paraná: Ex-prefeita de Sinop (MT), Rosana Martinelli (PL-MT) assumiu interinamente na quarta-feira, 12, vaga no Senado. Ela é segunda suplente do senador Wellington Fagundes (PL-MT), que se licenciou para um tratamento de saúde e seguirá afastado da Casa até 9 de outubro. Rosana é uma das investigadas por suspeita de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro.

www.seuguara.com.br/Rosana Martinelli/posse/senadora/suplente/PL/

Durante o discurso de posse, a senadora criticou a condução do processo, que segue em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela também afirmou que teve suas contas bancárias suspensas durante meses e que, até o momento, tem o passaporte retido pela polícia.


Estiveram presentes na sessão o presidente do partido da senadora, Valdemar Costa Neto, que também é investigado no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado, além de colegas parlamentares, como o líder da oposição Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO), que discursaram a favor da congressista. 


Flávio Bolsonaro afirmou que a colega "representa os patriotas injustiçados que foram condenados a 17 anos de prisão por quebrarem vidraças". Marinho disse que a senadora "ousou" fazer "uma crítica aos poderosos" sem a proteção de um mandato. "Se a senhora, que hoje é senadora da República, sofre esse tipo de violência por emitir uma opinião, imagine centenas e milhares de brasileiros que estão passando pelo mesmo problema", disse o senador se referindo aos investigados e condenados pelos ataques.


Em seu discurso a favor do agronegócio, ela se definiu como "uma mulher forte, mas que também chora e é uma guerreira" e afirmou que é "terminantemente radical contra a invasão de propriedades". 

"Deus Realmente me colocou aqui hoje como prova de que não podemos ter medo de lutar por aquilo que acreditamos, que é o direito à vida e à liberdade, que é nosso bem mas precioso", disse. Ela afirmou se solidarizar com todos que tiveram seus "direitos violados" e diz esperar que o Senado possa ajudar os "patriotas" que "lutaram pela liberdade".


Tramita na Casa um projeto, de autoria do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) a favor da anistia para os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é contra, e defende punição aos vândalos.


Segundo o site UOL, a ex-prefeita participou de bloqueios de estradas e fechamento do comércio em reação à derrota eleitoral de Jair Bolsonaro (PL), após as eleições de 2022. Vídeos obtidos pela reportagem mostram Rosana encorajando que a paralisação deveria durar até que "provas" de que as urnas eletrônicas teriam sido fraudadas fossem "apuradas e acatadas". Supostas irregularidades na votação já forma comprovadamente desmentidas por diversos órgãos de auditoria. 

Na época, a agora senadora afirmou que "sempre apoiou manifestações pacíficas e ordeiras", mas não o bloqueio de rodovias.


Fonte: Estadão Conteúdo

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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Carlos Bolsonaro ataca Deltan: "Se fala Bozo, já sabe..."

Por Paulo Capelli, em sua coluna no Metrópoles: Carlos Bolsonaro decidiu disparar contra Deltan Dallagnol nesta segunda-feira (10/6). Escreveu o vereador no X [antigo Twitter]: "Falou Bozo no escurinho com os "'colegues' você já pode anotar que pega fogo mais rápido que baião caseiro de festa junina. As 'evoluções' estão avançadas e escancaradas!".  

www.seuguara.com.br/Carlso Bolsonaro/Deltan Dallagnol/Twitter/

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Carlos Bolsonaro partiu para o ataque contra Deltan/Reprodução


Na postagem, Carlos recuperou uma mensagem antiga, interceptada pela 'Vaza Jato', na qual Deltan dizia a um grupo de procuradores:

"O maior desafio é descolar do Bozo - para angariar o apoio de jornalistas - sem perder o apoio dos apoiadores do Bozo".


O principal motivo para a estocada de Carlos é a manifestação, convocada pelo grupo de Deltan, realizada neste domingo. O vereador carioca tem dito nos bastidores que o ex-procurador da Lava Jato tenta se "segmentar" a direita em busca de uma alternativa a Bolsonaro.

Um outro motivo seria o fato de o ex-procurador da Lava Jato ser contra o projeto que poderá inviabilizar prisões resultantes de delações premiadas. Um texto com a proposta foi protocolado pelo PT anos atrás mas, na situação atual, poderia beneficiar Jair Bolsonaro, alvo de inquéritos relatados por Alexandre de Moraes.

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Vídeo: Marcel van Hattem pede impeachment de Moraes, mas ele é quem pode perder o cargo

Por Augusto Sousa, DCM: Neste domingo (9), o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) voltou a tacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um ato convocado ao lado de Carla Zambelli (PL-SP) para pedir o impeachment de Lula e do próprio magistrado. Diante um grupo de bolsonaristas, o parlamentar gaúcho evocou o coro "fora, Xandão" e alegou que o ministro abusa do poder no Judiciário.

www.seuguara.com.br/Marcel van Hattem/ato/Paulista/Alexandre de Moraes/

Apesar de mostrar braveza aos seus seguidores, van Hattem colocou seu cargo em risco. Isso porque, em novembro de 2022, Moraes relatou uma petição cível pelos ataques sofridos durante a campanha eleitoral do bolsonarista.

Na ocasião, o juiz determinou a remoção de vídeos publicados pelo deputado, sob a pena de R$ 150 mil por hora de descumprimento. Essa reincidência pode causar a cassação de van Hattem.


Após o coro contra Moraes, o bolsonarista disse que não poderia considerar o ministro como "Xandão", e sim "Xandinho". "porque quem usa do seu poder para abusar dele, e pisar em cima covardemente, ilegal e inconstitucionalmente, é Xandinho, é pequeno, é minúsculo", discursou.


Outro bolsonarista que imputou crimes ao ministro Moraes foi o jornalista Marco Antônio Costa, este sem foro privilegiado. Comentarista da Jovem Pan, ele questionou a criação de um Centro Integrado de Combate à Desinformação e Defesa da Democracia. "Alexandre de Moraes, isso é crime. Você é criminoso", disse ao público.

Um dos principais divulgadores da manifestação flopada para pedir o impeachment do presidente Lula (PT) por motivos mal explicado, o jornalista argumentou que "essa mobilização foi feita do povo para o povo e vai continuar assim. Os políticos que quiserem aderir, todos serão bem-vindos, porque a pauta é única: ou a gente prende os criminosos de Brasília, ou eles prende a gente".


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sábado, 1 de junho de 2024

Os limites da Justiça para vencer o fascismo. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Está sendo disseminada, inclusive pelos jornalões americanos, e não só pela extrema direita republicana, e tese segundo a qual Donald Trump condenado fica mais forte. Se for preso, fica imbatível. É a mesma teoria do medo que explica a impunidade de Bolsonaro no Brasil. E não só de Bolsonaro, mas de todos os que têm poder econômico e algum poder militar.

www.seuguara.com.br/Donald Trump/Jair Bolsonaro/Justiça/política/fascismo/

Todos os grandes empresários participantes da estrutura do fascismo, não só no financiamento do gabinete do ódio, estão impunes. Todo os militares golpistas de alta patente estão impunes.

Todos os que financiaram os bloqueios de estradas depois das eleições não foram alcançados pela Justiça até agora. Todos os participantes das facções da estrutura paralela do Ministério da Saúde na pandemia, encarregados de sabotar as tentativas de prevenção da doença, estão soltos. Porque têm ou tiveram muito poder real ou aparente.


Todos os que tentaram vender vacinas inexistentes, incluindo coronéis do entorno de Bolsonaro, estão impunes. Porque Bolsonaro, seus generais e seus empresário golpistas continuam intocáveis até agora.

São investigados, sofrem busca e apreensão, se submetem a inquéritos intermináveis, mas não sofrem nada além do constrangimento da exposição pública e das sindicâncias e das pedaladas nas casas e escritórios.


Bolsonaro nunca foi denunciado nem julgado porque, é óbvio mais do que ululante, o sistema de Justiça não tem a garantia de que possíveis condenações do líder da extrema direita seriam politicamente sustentáveis.

Vale para todos os do entrono dele, beneficiados pela mesma tese propagada nos Estados Unidos para o caso Trump. Se forem além das investigações das ações do fascismo, o fascismo irá se levantar. A política irá entortar de novo o que a Justiça tentar corrigir.

www.seuguara.com.br/Alexandre de Moraes/STF/

No Brasil, conta ainda para reforço dessa tese a ameaça de retaliação por parte do Congresso, que mantém de prontidão o alerta de que pode abrir ações de impeachment contra membros do Supremo, e de Alexandre de Moraes em especial.

Trump não será preso antes da eleição de 5 de novembro. Como Bolsonaro não será preso antes das eleições municipais de6 de outubro. Como talvez não venha ser preso antes da eleição presidencial de 4 de outubro de 2026, ou nunca mais.


O que se espalha nos Estados Unidos e aqui é que o respeito às leis e sua aplicação a todos os cidadãos, incluindo ex-presidentes, não são verdades capazes de provocar os efeitos desejados. 

Os efeitos seriam a aceitação da imposição do que é legal e da reparação, para que a democracia viesse a ser fortalecida pela punição de envolvidos em casos exemplares. Pode valer para manés, mas não para manezões.

A Justiça, ao contrário do que dizem a direita, os jornalões e os juristas críticos do que seria o ativismo do Supremo, vem sendo dobrada pela política, ou, para ser mais preciso, pelo fascismo.


VIA

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sábado, 18 de maio de 2024

Quem tem medo da regulamentação das redes sociais

Por Araré Carvalho, no Congresso em Foco: A partir de 2018, as busca por votos ganhou um novo ingrediente que mudou o comportamento de políticos/candidatos e da população/eleitores: o surgimento das fake news, impulsionadas pelas gigantes da tecnologia, assumiu um papel central na busca pelo poder. Hoje, boa parte dos políticos investe mais tempo e recursos na disseminação de ódio, preconceito e notícias falsas do que em pensar e elaborar soluções para os problemas reais da sociedade. Além da verdade, a democracia também é afetada, pois, neste cenário de disseminação de  desinformações, o principal interesse de parte dos políticos é o apoio e o engajamento que conseguem nas redes sociais, e não o debate público baseado em evidências e estudos.

www.seuguara.com.br/regulamentação/redes sociais/

A tragédia ambiental no Rio Grande do Sul é o mais recente palco de proliferação de fake news. E, pasmem, os maiores divulgadores dessas informações falsas são os políticos! Um levantamento feito pelo O Globo identificou "ao menos vinte notícias falsas diferentes que circularam durante esse período, potencializadas por políticos. Apenas as postagens originais tiveram 13,46 milhões de visualizações, segundo dados públicos das plataformas.". 


Recentemente, tanto Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, quanto Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, apontaram a necessidade de regulamentar as redes sociais. Lira anunciou a criação de um grupo de trabalho para debater a regulação das redes sociais. O objetivo deste grupo é elaborar um texto para ser votado no Plenário, já que o PL 2630/20, de autoria do Deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), acabou estigmatizado nas redes sociais como o "PL da censura", o que prejudicou sua apreciação pela Câmara.


Mas quem tem medo da regulamentação das redes sociais? Justamente aqueles que capitalizam votos e apoio nas redes sociais como a divulgação de mentiras. "Ah, mas fake news sempre existiram na politica!" Sim, isso é verdade, mas na quantidade e o alcance atual só foram possíveis porque a internet é o espaço ideal para a proliferação dessas notícias. A internet, essa ágora, esse espaço polifônico onde todos se manifestam - o que é muito interessante, diga-se de passagem - serviu para o surgimento e estabelecimento de mitos conspiratórios, concretizados na política do "nós contra eles". Esses mitos reforçam no imaginário das pessoas uma luta patriótica, religiosa e moral contra a liberdade nos costumes, o comunismo e tudo o que ameaça a sociedade e a família. 


E por que os políticos figuram entre os maiores criadores ou disseminadores de notícias falsas? A disseminação de notícias falsas pode beneficiar os políticos de várias formas: influenciando a opinião pública, manipulando e sequestrando o debate político e consolidando seu poder junto a um espectro ideológico.

Além de pautar o debate público e manipular a opinião pública, elas contribuem para desacreditar adversários, gerando dúvidas sobre suas intenções e capacidades. As notícias falsas são usadas para mobilizar a população, pois provocam emoções como raiva, ódio e/ou indignação. Essas emoções ajudam no engajamento em torno de um político, partido ou causa de maneira mais fervorosa. 


Não raramente, fake news são usadas para tirar o foco de problemas reais, desviando a atenção de questões importantes e criando uma cortina de fumaça.

A força das fake news é tamanha que elas têm o poder de definir e pautar a discussão pública, moldando o debate político de acordo com os interesses de quem as produz. Isso gera engajamento e visibilidade para os políticos nas redes sociais. Conteúdos sensacionalistas, textos falsos e conspiratórios, imagens geradas por inteligência artificial são privilegiados pelos algoritmos das redes sociais, pois mantêm os usuários navegando por mais tempo.


O efeito mais perverso, no entanto, é a capacidade que as fake news têm de solapar as instituições democráticas como o Judiciário, o sistema eleitoral, os meios de comunicação de massa e instâncias governamentais. Políticos que se beneficiam dessa desconfiança geralmente se apresentam como as únicas fontes de verdade.


Diante desse cenário, é urgente que a sociedade e os legisladores tomem medidas concretas para enfrentar a proliferação de fake news. A regulamentação dessas plataformas não deve ser vista como censura, mas como uma forma de garantir um ambiente democrático onde o debate público seja baseado em fatos, estudos, dados, pesquisas, enfim, em evidências.


A democracia depende da verdade e do diálogo entre diferentes pontos de vista. Sem esses pilares, corremos o risco de transformar a esfera pública em um campo de batalha onde a desinformação reina e a intolerância se fortalece. E neste cenário corremos o risco de eleger este ano, prefeitos e vereadores que fica lutando contra problemas imaginários e não sabem lidar com problemas reais quando eles surgem. A tragédia do Sul tá mostrando como isso é perverso para a população. 

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terça-feira, 30 de abril de 2024

A direita golpista está sendo normalizada como 'frente ampla'. Por João Filho

Por João Filho, no Intercept/Brasil: Nesta semana, o jornalista Lúcio de Castro, da Agência Sportlight, revelou detalhes sobre uma das frentes de ação dos golpistas em 8 de janeiro. Na noite do dia em que houve a invasão aos prédios dos Três Poderes, golpistas derrubaram três torres de transmissão de energia, em um intervalo de três horas e em estados diferentes.

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Todas essas ações fizeram parte de um mesmo plano coordenado pelo golpismo bolsonarista para desestabilizar o país e criar as condições materiais para a tão desejada decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que deixaria Lula de mãos atadas e colocaria o Exército no poder.

Um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) obtido pelo jornalista através da Lei de Acesso à Informação não deixa dúvidas de que tudo foi orquestrado. O documento fala em 'sabotagem', 'ações criminosas' e completa: 'não foram registradas condições climáticas adversas que pudessem ter causado a queda das torres'.


Depois de derrubarem três torres de energia na noite de 8 de janeiro, os golpistas danificaram outras 21 até o fim do mês, em seis estados diferentes.

O laudo de todas define como sabotagem e aponta uma repetição sistemática de um conjunto de ações: parafusos da base das torres e cabos de sustentação foram retirados, 'ficando a torre sem sustentação e possibilitando a queda'.

O modus operandi é claro. A ação foi complexa e exigiu organização, planejamento e equipes de pessoas treinadas em diferentes estados do país para derrubar torres de energia.


Como aponta a reportagem, a operação de sabotagem tem gosto, cheiro e aparência de ser coisa dos 'Kids pretos' - o grupo clandestino do Exército treinado para ações de sabotagem e que sempre foi muito próximo de Jair Bolsonaro. Só eles teriam a expertise e o treinamento necessários para coordenar essa ação criminosa de tamanha complexidade. 


A reportagem de Lúcio de Castro deveria estar sendo amplamente repercutida, com destaque nas páginas dos principais portais e nos jornais televisivos e alvo de indignação dos colunistões mais prestigiados da imprensa corporativa. Mas nada disso aconteceu.

A reportagem revela a gravidade e a complexidade das operações golpistas, deflagradas no primeiro mês do governo Lula, caiu em completo esquecimento. 

Esse silêncio faz parte de um processo de naturalização do golpismo que vem acontecendo no debate político. Passado pouco mais de um ano de uma tentativa de golpe de Estado, parece que o assunto perdeu a gravidade, e vemos golpistas sendo tratados como se fossem democratas, merecedores de ser ouvidos.


Nenhum golpista se sente constrangido pelo fato de ser golpista. Tudo bem, alguns deles têm mandatos concedidos pelo povo e deve ser respeitados por isso, mas não é razoável que nós, democratas, criemos um ambiente tranquilo e sem constrangimentos para os golpistas.

Por que jornalistas não estão agora questionando políticos bolsonaristas que apoiaram o golpe sobre a megaoperação que tentou deixar o país sem luz?


Se os caminhos pragmáticos da política tentam nos levar ao esquecimento do golpismo, é papel da imprensa lembrar todos os dias de que o bolsonarismo tentou solapar a democracia no país.

Mas o que vemos são golpistas sendo tratados com a maior naturalidade no jogo democrático. Não Passam pelo constrangimento nem de serem chamados de golpistas.


Em São Paulo, por exemplo, a candidatura apoiada pelos golpistas para a prefeitura da capital vem sendo chamada de 'frente ampla' com a maior naturalidade. Nunes reuniu políticos de diversos partidos e ideologias, inclusive alguns que integram a base de apoio do governo Lula. 

Na realidade, trata-se de uma união de políticos de direita com Aldo Rebelo e Paulinho da Força - dois nomes que já foram identificados com a esquerda, mas que hoje topam qualquer negócio. Paulinho é um clássico fisiologista enquanto que Rebelo se encontra hoje aninhado com a extrema direita.


Entre eles temos também golpistas como Tarcísio de Freitas e Valdemar da Costa Neto, que estiveram na última manifestação da Av Paulista convocada por Bolsonaro para intimidar o STF. Tarcísio foi um dos principais ministros do governo golpista e se calou diante da escalada golpista. 

Já Valdemar, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro, mobilizou o seu partido, o PL, para financiar ações que acusavam falsamente fraude nas urnas eletrônicas. É absurdo e ridículo que a turma golpista se enxergue como arte integrante de uma 'frente ampla', mas a expressão está sendo adotada até mesmo pela imprensa corporativa.


Foi assim que o jornal O Globo anunciou a união dos políticos de direita: 'Nunes consolida frente ampla em jantar com caciques e vai adiar decisão sobre vice na prefeitura'. O resto do noticiário abraçou a expressão e o absurdo foi normalizado. 

Uma 'frente ampla' pressupões a união entre políticos que se opõe contra um mal maior. Trata-se de uma tática para reunir o maior número de pessoas contra um ator político que ameaça a democracia.

Foi assim quando Jango, Juscelino Kubistschek e Carlos Lacerda em 1966 decidiram formar uma frente ampla contra o regime militar. Ou quando Lula, Alckmin, Tebet e outros se uniram contra a candidatura fascistoide e golpista de Jair Bolsonaro.


Contra o que exatamente a frente ampla formada por golpistas está se mobilizando? Contra Boulos, um político que em nenhum momento representou uma ameaça ao jogo democrático? Ora, tratar isso como 'frente ampla' é um acinte à história da democracia. É isso o que a grande imprensa faz quando compra docilmente a narrativa do golpismo bolsonarista.

É com essa aura de movimento democrático que a imprensa está tratando um movimento de direita que inclui políticos francamente golpistas. Ontem os golpistas derrubavam torres de energia para tomar o poder, hoje estão participando de 'frentes amplas'.

Diferente da reportagem que revelou uma sofisticada operação golpista para deixar o país sem energia, a 'frente ampla' formada por golpistas ganhou grande repercussão na imprensa. "Tudo está normal. Nada está acontecendo', como diria a charge clássica de André Dahmer. 

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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Parlamentares brasileiros chegam aos EUA para criação de "frente internacional em defesa da democracia"

Por Ana Gabriela Sales, no GGN: Uma delegação formada por seis parlamentares brasileiros desembarcaram, nesta segunda-feira (29), em Washington, capital dos Estados Unidos, para articular a criação de uma "frente internacional em defesa da democracia", como alternativa ao avanço mundial da extrema-direita.

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O grupo formado pelos senadores Humberto Costa (PT/PE) e Eliziane Gama (PSD/MA), além dos deputados Rogerio Correa (PT/MG), Rafael Brito (MDB/AL), Jandira Feghali (PDdoB/RJ) e Pastor Henrique Vieira (PSOL/RJ), participarão de uma série de encontros com políticos americanos para debater episódios como os ataques de 8 de janeiro de 2023 contra as dedes dos três Poderes no Brasil.

Segundo a agenda, no dia 1 de maio, o senador democrata Bernie Sanders deve receber a delegação brasileira. Também haverá encontro com o deputado democrata que preside a CPI que investiga a invasão do Capitólio, Jamie Raskin, e também com integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OEA.


"O avanço da extrema-direita internacional é uma preocupação comum entre democratas de todo o mundo. A Comitiva Parlamentar brasileira que está em Washington a convite de membros da DPI do Capitólio quer discutir formas de impedir que fascistas, aliados aos tecnocratas das big techs, avancem ainda mais na corrosão social que promovem", escreveu a deputada Jandira Feghali, em publicação nas redes sociais.


"Este ano teremos eleições estratégicas em diversos países, e os extremistas se articulam para sabotá-las com suas fake news e discursos de ódio. É urgente a formação de uma frente parlamentar internacional que dê conta de garantir a manutenção dos valores humanistas e democráticos. A alternativa é um mundo cada vez mais desigual, violento e refém da crise climática", completou a deputada. 


Ontem, Feghali também gravou um vídeo durante uma conexão rumo ao país, dizendo que espera retornar ao Brasil "com uma construção sólida para combater com mais solidez às investidas da extrema-direita"


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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Democracia não pode depender de protagonistas, diz Lenio Streck

Conjur: Um país democrático não pode depender de protagonismos. Quando isso acontece, a democracia está com problemas. A evidência, no Brasil, foi o 8 de janeiro de 2023, que provou que as instituições não souberam dar uma resposta adequada no momento em que o problema surgiu. Quem analisa o cenário jurídico e político recente do país é o advogado e professor Lenio Streck, em entrevista exclusiva à revista eletrônica Consultor Jurídico.

www.seuguara.com.br/Lenio Streck/democracia/protagonistas/

Na sua avaliação, é preciso aprender as lições da ausência de providências institucionais diante dos abusos e das tentativas de ruptura.

Na entrevista, o professor indica qual caminho levou ao cenário atual, em que se pode afirmar que "o Supremo está no banco dos réus". O fato principal, o aumento de protagonismo da corte, deu-se à revelia do próprio tribunal.


Desde o auge da "lava jato", os inimigos das instituições se fortaleceram, dentro e fora das instituições. No começo, o STF chancelou a "operação", mas depois percebeu que sua própria existência estava em risco, e, com ela, a garantia da democracia.


Coragem do ministro

Depois do governo Bolsonaro, em que os ataques à corte só escalaram, a coragem do ministro Alexandre de Moraes garantiu a promoção das eleições, mesmo diante de bloqueios e ônibus incendiados, entre outras ameaças à democracia.

Como culminação dos ataques sofridos pelo Supremo ao longo de todo esse período, houve os ataques terroristas às sedes dos poderes em 8 de janeiro de 2023.


"O Supremo pediu isso? Não. Ele não coloca um outdoor dizendo: "Estamos à disposição de crises, por favor entrem com ações". O Supremo não age a não ser quando provocado", afirma Streck.

Houve uma exceção, no entanto: o inquérito aberto de ofício. Mas foi um caso excepcional. "O Supremo teve de fazê-lo, pois trata-se de um problema sistêmico. O Supremo defende a Constituição, e disso depende a democracia."

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As ameaças à democracia e o papel de Barroso, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: O futuro do Brasil corre uma série de riscos enormes. A rigor, a única âncora da democracia é o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente o Ministro Alexandre de Moraes. O primeiro risco é o avanço da ultradireita - expressa nas votações do Congresso - e do aumento na bancada de senadores radicais a partir das eleições de 2026. O Senado ganharia poderes até de impichar Ministros do Supremo.

www.seuguara.com.br/Luís Roberto Barroso/democracia/ameaças/

O segundo risco é o ressurgimento do lavajatismo - por tal, entendido a rebelião de juízes e promotores em relação aos órgãos centrais de controle, o STF, o Superior Tribunal de Justiça, o Conselho Nacional de Justiça e o inoperante Conselho Nacional do Ministério Público. 

A ameaça do presidente da APJUFE (Associação Paranaense de Juízes Federais) de uma greve da categoria deveria receber a resposta mais direta possível, o afastamento do juiz, que só encabeçou essa loucura por suas aspirações a fazer carreira no Tribunal Regional da 4ª Região.

O terceiro risco é a volta do parafuso da mídia, aos tempos pré-Bolsonaro.

Essa soma de fatores culmina com a ação dos chamados agentes oportunistas, aqueles que aproveitam a mudança de ventos e a vulnerabilidade do equilíbrio institucional para ações de boicote. Entre eles, nenhum se iguala ao Ministro Luís Roberto Barroso, do STF.


Sua manifestação na reunião do CNJ, rebatendo o relatório do Ministro Luís Felipe Salomão, foi de advogado, com uma virulência que transcendeu os objetivos do julgamento. Na sessão, discutia-se apenas o afastamento de desembargadores e de dois juízes, entre os quais a juíza Gabriela Hardt. Não estava em jogo a avaliação dos crimes dos quais são acusados. Mas Barroso se precipitou - talvez encantado pelos atributos jurídicos de Hardt - passando pano na tentativa de desvio de multas da Lava Jato para a tal fundação, a ser presidida pelo MPF do Paraná, orientado pela Transparência Internacional Brasil e com um orçamento superior ao da própria Procuradoria-Geral da República.


Tratou como "tentativa" de dar uma destinação legítima aos recursos numa manobra clara de desvio de recursos para fins particulares.

Barroso sempre atuou como vírus oportunista. Foi assim quando se tronou o principal arauto da Lava Jato no Supremo, quando incluiu militares na comissão incumbida de analisar a seguranças das urnas de votação e, agora, quando sente que há espaço para um renascimento do lavajatismo, expresso na insubordinação de tribunais estaduais e nos editoriais dos jornais.


É o único espaço onde ele consegue alguma relevância já que, no enfrentamento da conspiração dos militares, se escondeu atrás de Alexandre de Moraes e, no dia a dia da administração política do STF, é um ator mirim, perto da experiência de Gilmar Mendes, Moraes e Flávio Dino.

Resta-lhe, então, a esperança de ressurgir surfando nas ondas de um neo-lavajatismo, que nasceria da derrota do relatório de Luiz Felipe Salomão.

Na sessão de antes de ontem saiu derrotado: três desembargadores foram afastados e os dois juízes passaram por margens mínimas, de 7x6, apesar de todo o empenho de Barroso. 


A AJUFE

No meio do julgamento do CNJ, o presidente da APJUFE (Associação Paranaense dos Juízes Federais do Brasil), anunciou uma greve de juízes em protesto contra o afastamento de dois deles, nas investigações sobre a Lava Jato. Era bazófia pura, que fazia parte da encenação visando pressionar o CNJ. Passado o momento, a Corregedoria Regional da 4ª Região respondeu a uma indagação dizendo que "a entidade citada no e-mail pelo consulente não deflagrou qualquer movimento (portanto) houve a perda do objetivo da presente consulta".


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sábado, 13 de abril de 2024

O que Lula pode fazer com os desencantos e ressentimentos da classe média. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Se o Lula acabar com a fome na última casa ainda sem comida, seus índices de aprovação não vão mudar muito. A aceitação do seu governo não depende das respostas aos programas sociais básicos para quem precisa comer. O problema é que a classe média bem alimentada decidiu que não aceita seu terceiro governo. A classe média aprova Tarcísio de Freitas mais do que Lula e aplaude a matança da polícia do bolsonarista na Baixada Santista, porque não tá nem aí.

www.seuguara.com.br/Lula/calsse média/política/

É maior o retorno político de quem autoriza a matar gente do que de quem manda matar a fome. Se melhorar a vida do povo, como vem melhorando. Se baixa a inflação, se reduzir o desemprego, não adiantará muito para Lula.

Se caçar toas as armas de bandidos fantasiados de caçadores e colecionadores, seu nível de aprovação pouco irá se alterar. Não muda nem se prender todos os grandes traficantes do país. E talvez nem se reduzir o preço da luz em 20%.


Ações e conversas propositivas não rendem mais como rendiam antes. O que rende e tem fácil assimilação é a ação destrutiva antissistema, consagrada pelo lavajatismo e aperfeiçoada pelo bolsonarismo. Vem rendendo muito agora na Argentina.

Não vai mudar nada se, depois de jogar o filé dos lucros da Petrobras para a Faria Lima, decidir atirar toda a picanha como bônus. A Faria Lima vai querer mais e pedirá os ossos da Petrobras.


Não resolve nem se conseguir mediar o fim da guerra na Ucrânia, ou se salvar os palestinos que restam em Gaza. Não adianta Lula dizer que Elon Musk nunca plantou um pé de capim no Brasil.

Só vai entender sua fala sobre capim quem já entende tudo o que está acontecendo e o que Lula tanta dizer e fazer em seu terceiro governo.

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As pesquisas que indicam aumento da desaprovação de Lula na verdade não estão captando uma percepção fora da realidade, por causa de uma distorção entre o que as pessoa vivem e, nas pesquisas, dizem viver.

As pesquisas captam a realidade vista pelo ponto de vista da classe média, essa que também contamina hoje, com seus ressentimentos e abatimentos, os sentimentos dos pobres em dúvida sobre melhoria de vida.

O Datafolha do final de março mostrou que a rejeição a Lula se acentua nesse contingente intermediário, vasto e nebuloso, porque assim é a classe média.


No segmento que ganha de dois a cinco salários mínimos (R$ 2.800 a R$ 7.000), de 19% do eleitorado, a avaliação negativa de Lula foi de 35% para 39%. Na faixa acima dessa, dos nos 12% da amostra que ganham de cinco a 10 mínimos (R$ 7 mil a 14 mil), saltou de 38% para 48%.

Bem abaixo deles, os pobres continuam com Lula, nem tanto fiéis apenas no Sul. Mas a grande imprensa e a classe média vão convencendo os pobres até de que, se não distribui lucros para os ricos que têm ações, a Petrobras agiu mal com os brasileiros.


E pobres passam achar, e acham mesmo, que a Petrobras não deve garantir gasolina barata, mas lucros para a Faria Lima e para os donos de ações da estatal na Globo.

Assim como evangélicos remediados e pobres acreditam que Israel é um país cristão e que Bolsonaro, amigo dos nazistas, é parceiro dos judeus e de Israel.


Lula pode estar sendo desaprovado por estar acertando ao reduzir pobreza, inflação e desemprego. Porque, para a classe média que o rejeita, essas melhorias favorecem mais os pobres.

E a competição com os pobres é o problema da classe média desde que o lulismo passou a ser efetivo e substantivo com os resultados dos outros três governos petistas. 


A classe média lidava bem com utopias, e assim ajudou a construir o PT. Quando se viu com perda de poder econômico e de afirmação social e percebeu, ao mesmo tempo, que as classe subalternas subiam as escadas do avião, da universidade e dos restaurantes, aí a classe média se apavorou.

O que temo, segundo as pesquisas, é um agravamento dessa percepção de que o governo não oferece melhorias. Mas melhorias para quem? 


Não há como contemplar, por maior que seja o esforço, a frustração e a queda de autoestima da classe média, essa que, como disse Paulo Guedes, viu a empregada doméstica viajando para Miami. Era, segundo ele, uma festa danada.

www.seuguara.com.br/Paulo Guedes/ex-ministro da Economia/

E ainda tem o fenômeno das igrejas. Tem a expansão da base de extrema direita no centro-oeste e no sul. E a sobrevivência, subestimada pelas esquerdas, da grande mídia hegemônica e mais articulada entre si (Folha, Globo e Estadão), para ser mais terrivelmente antilulista hoje do que foi nos governos anteriores.


Lula pode ter perdido a classe média, essa que está na origem do próprio lulismo, por não ter como lidar com seus desencantos, perda de sonhos e de perspectiva para filhos e netos. Não é a inflação da batata que atormenta a classe média.

É isso o que mostram as pesquisas. A degradação de um apoio que já existiu, mas não existe mais entre quem gostaria de ser dono de fato da Petrobras, não por causa do preço da gasolina na bomba, mas pelas ações na bolsa. 


Mais empregos, gasolina sob controle, juro baixo para a casa própria e inflação baixa já não atendem as demandas da classe média. E ela é que manda nas pesquisas e expressa junto os efeitos dos humores da grande mídia, do poder neopentecostal e agora até da influência das afrontas do gângster Elon Musk.


VIA

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sexta-feira, 12 de abril de 2024

Política: A reação de Moro ao saber que Bolsonaro e PL lhe abandonaram no processo que pode cassá-lo

Redação/O Cafezinho: Sergio Moro (União-PR) foi informado pela imprensa de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não conseguiu manter a promessa de evitar a cassação de seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro havia garantido ao ex-juiz que o Partido Liberal (PL) não recorreria da decisão de primeira instância favorável a Moro. No entanto, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, optou por continua com a ação. 

www.seuguara.com.br/Sergio Moro/Jair Bolsonaro/PL/Valdemar Costa Neto/cassação/TSE/

De acordo com informações da colunista Bela Megale, no Globo, ao tomar conhecimento da decisão na manhã de quinta-feira, Moro buscou explicações de interlocutores de Bolsonaro. Foi informado que Bolsonaro ainda trabalha para persuadir o partido a desistir do recurso ao TSE.

Parlamentares do PL interpretam que a atitude de Valdemar diminui a influência de Bolsonaro dentro do partido, reforçando a posição de Costa Neto como líder efetivo. Bolsonaro, surpreendido pela decisão, acreditava que o partido acataria seu pedido.


Em contato com a imprensa, o senador Flávio Bolsonaro expressou desconhecimento sobre a decisão de Costa Neto e considerou que tal medida pode prejudicar as chances eleitorais do PL no Paraná.

Caso ocorra uma nova eleição, o candidato do PL será Paulo Martins, que foi o segundo mais votado em 2022. Flávio e Jair Bolsonaro acreditam que a decisão de prosseguir com a ação contra Moro poderá alienar os eleitores que favorecem Moro no Estado.

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segunda-feira, 25 de março de 2024

Entenda a motivação dos irmãos Brazão para encomendar morte de Marielle

Por Igor Mello e Karla Gamba, publicado pela jornalista Juliana Dal Piva, no ICL Notícias: Orientações de Marielle Franco a moradores de áreas de milícia em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, foram o estopim para que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, respectivamente conselheiro do TCE-RJ e deputado federal, encomendassem a execução da vereadora do PSOL.

www.seuguara.com.br/caso Marielle Franco/

Segundo as investigações da Polícia Federal, o destino de Marielle foi selado após um miliciano infiltrado pelos irmãos Brazão no PSOL relatar que ela havia orientado moradores a não ocupar áreas griladas por criminosos. O próprio executor do crime, o ex-policial militar Ronnie Lessa, contou que isso foi revelado a ele na reunião onde recebeu a proposta para cometer o crime. Após saberem das conversas de Marielle com moradores, os irmãos Brazão - que já tinham descontentamentos com Marielle por outras questões ligadas à regularização fundiária em áreas de milícia - decidiram matá-la.


"Ali DOMINGOS BRAZÃO, segundo LESSA  o mais verborrágico da dupla, passou a limpo todo o contexto da demanda e indicou que havia alocado um infiltrado de nome LAERTE SILVA DE LIMA nas fileiras do PSOL para levantar informações internas do partido. Segundo LESSA, DOMINGOS lhe relatou, de forma superficial, que LAERTE o alertou que Marielle Franco, em algumas reuniões comunitárias, pediu para a população não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia", diz trecho da delação premiada de Ronnie Lessa".

Laerte Silva de Lima é um miliciano da favela do Rio das Pedras, réu na primeira fase da Operação Intocáveis, ao lado de Adriano da Nóbrega, o Capitão Adriano, chefe do Escritório do Crime.


Votação na Câmara irritou Chiquinho Brazão

Outro elemento que levou o clã Brazão a mirar Marielle foi a votação do Projeto de Lei Complementar 174/2026, o texto prorrogou o prazo de vigência de duas outras leis que facilitavam a regularização de imóveis e terrenos em áreas controladas por milícias.

Marielle se opôs ao texto, que foi aprovado com apenas 27 votos favoráveis - apenas um voto acima do mínimo necessário para aprovar um projeto desse tipo, segundo o regimento interno da Câmara dos Vereadores.


Em depoimento, Arlei de Lourival Assucena, que atuava como assessor de plenário de Marielle na Câmara, conta que após a votação Chiquinho Brazão demonstrou "irritação fora do comum e jamais vista" com a vereadora, tendo cobrado ela de maneira ríspida - o que contrariava sua postura habitual, definida pelo assessor como "discreta e tranquila".

O depoimento do assessor destaca que o projeto de lei era muito importante para os interesses da família Brazão no mercado imobiliário ilegal em áreas de milícia. Caso fosse rejeitado, não só os planos dos irmãos de construírem um liteamento no Tanque, bairro da Zona Oeste, seriam frustrados, como as autorizações para regularizar outras áreas perderiam a validade.


Marielle temia tema por considerar 'vespeiro', diz assessora

Outra assessora de Marielle na Câmara, Rossana Brandão Tavares, disse que a vereadora evitava exercer protagonismo nas discussões sobre regularização fundiária por saber que era um tema de interesse de milicianos.

Segundo Rossana, que era a responsável pelo tema no gabinete de Marielle, a vereadora "não gostava de mexer nessa temática por entender que se tratava de um verdadeiro "vespeiro", já que notadamente milicianos tinham interesses em tal temática". Contudo, acabava entrando em algumas discussões por demanda de movimentos sociais a quem era ligada.

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Último enigma sobre o assassinato de Marielle Franco. Por Fabrício Carpinejar

Por Fabrício Carpinejar, no Zero Hora: Assim é a guerra. Você não entende como começou. Você não entende de que lado estão os bandidos. Você não entende quem mata. Você não entende onde estará seguro. Você conclui, primeiro, que são balas perdidas, acidentes, assaltos isolados, tragédias avulsas. Deixa passar. Crianças saindo da escola tombam, adolescentes saindo da igreja tombam, casais saindo de festa tombam. Você tentar criar uma justificativa para o fim desses inocentes: bairro perigoso, briga de tráfico...

www.seuguara.com.br/Marielle Franco/assassinato/sspeitos/mandantes/Polícia Federal/STF/

Só que não faz sentido tanta morte. Não pode ser exceção,  não pode ser casualidade, não pode ser coincidência. Existe um padrão. Porque a maior parte das vítimas é negra, é de favela, é pobre. 

Vão desaparecendo trabalhadores, gente apegada à família, executada na madrugada, no silêncio da noite. Logo o descaso não espera nem o sol descer, a matança já não tem pudor da luz dos olhos das testemunhas. O crime não é solucionado porque há outro e outro acontecendo. Parece epidemia, ~mas não é. A generalização leva à banalidade, que desenvolve o medo. As notícias não duram vinte e quatro horas, apenas mudam os nomes dos óbitos. Você parte de um enterro para um novo. Ninguém pergunta nada para não morrer junto. Aceita-se que é assim, que é uma guerra. A realidade torna-se cada vez menos autêntica.


Descobrir os mandantes do assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL, morta em março de 2028, não era causa de um partido político ou de uma bandeira da esquerda, era interesse de todos nós, brasileiros. Dependíamos dessa resposta para não sentir que a justiça foi menosprezada pela impunidade. Dependíamos dessa solução de doloroso enigma para entender que ainda existem decência e probidade administrativa no país.


O bordão "Marielle presente", que ecoou nos últimos anos em qualquer mobilização popular, mostra que as pessoas que se viam representadas pelos ideais de Marielle assumiram o compromisso de também representá-la com suas existências e protestos.

Ela se tornou uma multidão, uma nação à procura da verdade.


Pela primeira vez em seis anos, parece que chegamos ao topo da cadeia que articulou o homicídio da quinta vereadora mais votada do RJ, ativista dos direitos humanos, fuzilada com quatro tiros na cabeça dentro do seu carro, a sangue-frio,  com selvageria, com ódio, covardemente, como se uma pessoa fosse um mero arquivo deletado. Tentaram apagar assim - em vão - também sua indignação, seus posts nas redes sociais, suas interrogações sobre o estado policial, sua voz vivaz e intensa de inquietações. No extermínio, morreu junto o seu motorista Anderson Gomes.


A Polícia Federal prendeu, neste domingo (24), três suspeitos: o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

Segundo a operação conjunta entre a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro, chamada de Murder Inc, os envolvidos são investigados na condição de autores intelectuais do homicídio. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.


A homologação no STF da delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como responsável pelos disparos que mataram a parlamentar e o motorista, foi determinante para a evolução do caso.

Todos são do alto escalão do poder. O que prova que era uma vítima escolhida a dedo, monitorada, vigiada, como numa ditadura. Aliás, disso ninguém tinha dúvida.

Elucidada a primeira questão que parou o Brasil - quem mandou matar a Marielle -, o que queremos saber agora é a motivação política: por quê? teria sido unicamente a grilagem de terras ou vai além?


Via: Valério Sobral

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quinta-feira, 21 de março de 2024

Hoje, essa guerra é de Alexandre de Moraes, companheiro. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Lula afastou-se de iniciativas que pudessem aproximá-lo de ações, falas e eventos relacionados ao 31 de março. Afastou-se e pediu que membros do governo também se afastem. Tanto que recomendou ao ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, que cancele um ato em memória das vítimas da ditadura, no Museu da República.

www.seuguara.com.br/Alexandre de Moraes/Lula/

Prolonga-se e aprofunda-se a controvérsia sobre sinais de omissão do governo às vésperas do aniversário do golpe, quando tudo o que não podemos fazer é esquecer o que os militares fizeram e abandonar a memória dos perseguidos.


Dizer que Lula está certo ou errado é uma simplificação que não ajuda. Mas tentemos compreendê-lo. Não é preciso muito esforço para entender a postura do presidente.

Lula está dizendo que protagonismo hoje, diante da exposição da trama golpista armada pelos generais de Bolsonaro, é do sistema de Justiça. Não é hora do governo, companheiro.


Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário estão levando adiante o maior cerco aos militares desde a redemocratização, talvez o cerco definitivo para que finalmente façam apenas o que devem fazer, ou seja, quase nada. Que não tenham serventia, mas que não se dediquem a articular golpes.

O  protagonismo é do Judiciário, é de Alexandre de Moraes, que faz pelas tentativas de condenação e reparação o que a sociedade civil não consegue fazer, como sua parte, em ativismo cidadão. Há muito tempo não consegue.


Lula sabe que é a hora da Justiça, não é a hora da política. mesmo que digam que decidiu passar pano para os militares e que busca por justiça não deve ser confundida com a luta pela preservação da memória.

Para quem faz cálculos primários de somar e subtrair sobre ganhos es perdas: pode-se dizer que Lula não ganharia nada hoje partindo para o enfrentamento dos militares de um jeito que nunca aconteceu antes.


Não teria quase nada a ganhar com atos e falas que confrontem os generais com o fracasso do golpe, com a ditadura e com a memória dos que resistiram e forma perseguidos durante 20 anos.

www.seuguara.com.br/Lula/Alexandre de Moraes/

É hora de oferecer suporte a Alexandre de Moraes, para que leve em frente o que vem sendo feito. É também o momento de saber o que a sociedade organizada pode fazer por Lula.


A sociedade, os parlamentares com mandato, os políticos em função executiva, os estudantes, os militares legalistas, as entidades que se dedicam às causas da democracia e das liberdades, todos devem fazer o que for possível pela memória das vítimas da ditadura. 

Devem falar por Lula. Porque essa não é a hora de Lula ir para a guerra. É a hora de oferecer a Lula o que ele já pediu: que o ativismo do PT e das esquerdas se reorganize e volte a conversar com as pessoas onde elas vivem, para que ele possa governar.


Não cobrem de Lula o que a sociedade não ofereceu a ele até agora. É constrangedor perceber que  Bolsonaro, fora do poder, consegue fidelizar muito mais sua base social do que Lula, mesmo que Lula esteja no governo.

E isso acontece por falha de Lula, que vem oferecendo resultados concretos até surpreendentes para a própria esquerda, em todas as áreas? Será mesmo culpa de Lula?


Quem gosta de procurar culpados, que os procure fora do Palácio do Planalto e pare de encampar a conversa-clichê da direita de que há erros de comunicação.

Tirem a bunda pesada da cadeira e ajudem Lula a enfrentar o fascismo. Ofereçam mais ativismo e menos palpites que só endossam o que a direita produz para sabotar Lula, o governo e Alexandre de Moraes.


VIA

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