Facebook e Instagram removem contas vinculadas a militares por desinformação sobre a Amazônia
A empresa afirmou, em seu relatório do primeiro trimestre que removeu 14 perfis falsos e nove páginas do Facebook, bem como contas do Instagram.
De acordo com o relatório, os perfis e páginas se faziam passar por organizações não-governamentais (ONGs) e ativistas interessados em preservar a maior floresta tropical do planeta.
Algumas das informações publicadas nestas contas, por exemplo, afirmavam que "nem todo desmatamento é prejudicial". Além disso, os posts criticavam ONGs ambientais que lidam com o desfloramento da Amazônia, diz o documento.
De acordo com o Facebook, as investigações internas da empresa revelaram que pessoas ligadas a militares brasileiros estavam por trás destas contas. As identidades, porém, não foram reveladas.
"Embora os indivíduos por detrás das contas tentassem esconder identidades e coordenação, a nossa investigação encontrou ligações a indivíduos associados ao Exército brasileiro", conta no relatório.
Apesar de os indivíduos envolvidos na rede serem militares da ativa, a investigação não encontrou evidências suficientes para estabelecer se eles seguiam ordens ou agiam de forma independente, disse uma fonte à agência de notícias Reuters.
Golpe para Bolsonaro
O relatório trimestral da Meta é mais um golpe para o presidente Jair Bolsonaro, que por várias vezes minimizou as queimadas e o desmatamento na Amazônia e a atuação de ONGs ambientais no país. O presidente enviou forças armadas para a Amazônia em missões malsucedidas para reduzir a destruição da maior floresta tropical do mundo.
A remoção dos perfis pode aumentar os ataques de Bolsonaro a Grandes empresas de tecnologia, que ele acusa de sufocarem vozes conservadoras em suas plataformas.
Críticos dizem que Bolsonaro e sues apoiadores usam as redes sociais para espalhar desinformação perigosa, minando as instituições democráticas brasileiras.
Mudança de foco
Em seu relatório, a Meta disse que a rede usou contas falsas no Facebook e no Instagram para postar, inicialmente, sobre a reforma agrária e a pandemia de Covid-19, em 2020. Depois, mudou o foco para questões ambientais no ano passado.
"Em 2021, eles criaram páginas que se apresentavam como ONGs e ativistas fictícios focados em questões ambientais na região da Amazônia", diz o relatório.
O Exército brasileiro afirmou em comunicado que estava ciente das alegações da Meta e entrou em contato com a empresa para obter acesso aos dados que sustentam as afirmações de envolvimento militar. O gabinete de Jair Bolsonaro não respondeu a um pedido de comentário da Reuters. (com agências internacionais).
Imagem: reprodução

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