quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Aposentado. E agora!?

Antes de passarmos ao lado sério do texto de hoje, quero lembrar aos amigos e amigas que imagem que estou utilizando como ilustração, recebi por e-mail de um colega de empresa, que já contava com alguns meses de aposentadoria.
João Francisco, (nome fictício) fora um grande amigo de labuta. Era reconhecido entre nós pela capacidade de liderança e pelo peculiar bom humor com que enfrentava os problemas cotidianos que envolviam a equipe no desempenhar de suas enfadonhas e rotineiras funções. Logo que soube que eu estava também dependurando as chuteiras me mandou as congratulações: - "E aí Véio! Soube que está saindo da Empresa! Lá vai a sugestão de um Kit que você certamente terá que adquirir para ajudá-lo na adaptação à nova vida, durante algumas semanas: um pijama novo, livros, assinatura de um novo jornal, ampliar o número de canais da TV por assinatura, aliás, compre uma TV nova, com controle remoto claro! Chinelos, cadeira de balanço, e um estoque razoável de revistas de palavras cruzadas. Do nível médio pra não desgastar muito os neurônios."
Em seguida vem o conteúdo sério da conversa: "Não abandone o Kit que te sugiro e, mantenha a mente sempre ocupada para livrar-se do fantasma da depressão. Um grande abraço e conte comigo."
A mensagem do prezado amigo caiu como uma luva. Passado um certo período, começa a "cair a ficha". Vem a saudade da vida corrida, do cumprimento das metas, das adaptações emergenciais aos períodos de crise, das comemorações da equipe pelo atingimento dos resultados. Uma doce adrenalina, vinda do ritmo de vida que alternava momentos de merecido descanso com picos de alto stress.
E de repente a aposentadoria representa uma parada brusca em uma carreira na qual tudo era pra ontem. O impacto da tomada de consciência após passado o primeiro período de inatividade cria um misto de desorientação e de tristeza.
Imagine uma vida vivida como se sempre estive conduzindo um veículo em alta velocidade e repentinamente mudam-se as regras. A velocidade máxima permitida seria três vezes menos àquela normalmente exigida, ou permitida.
Começa o questionamento diante dos conceitos comuns sobre aposentadoria: velhice, recolhimento, inatividade, começo do fim.
Sem demérito ao Kit sugerido pelo amigo João Francisco, que sem dúvida não podemos abandoná-lo, podemos verificar que ele sugere manter sempre a mente em atividade. Está aí o ponto para quebrarmos o paradigma dos conceitos simplórios sobre aposentadoria.
A situação real seria nos concientizarmos do segundo tempo da nossa existência. O esquecer dos cargos e posições efêmeras da vida profissional seja ela qual for, e que ora pertence a história do passado, e assumirmos definitivamente a condição de desaposentado.
Fazer o que sempre se quis fazer. Concluir a leitura daquele livro que há muito gostaríamos de ter lido, assistir àqueles filmes que foram sempre de nossa preferência, poder ler todas as mensagens da caixa de e-mails, tomar aquela cervejinha fora de hora, dormir mais tarde, levantar mais tarde. Dormir mais cedo, levantar mais cedo para viver o tempo que agora é só teu. Tempo que você pode dedicar à tua família, ao convívio com teus amigos verdadeiros. Às atividades que te trazem felicidade, uma vez que não precisamos mais correr atrás do vil metal. É estar convencido que dinheiro e status agora, não tem significado algum. É o descobrir da nossa verdadeira vocação de realizar, para a sua felicidade e do seu semelhante. É ser senhor do seu próprio tempo.
Ser desaposentado é o maior barato!
Clik aqui para saber de uma história que pode ajudar a refletir melhor sobre a vida de desaposentado. Depois pode me mandar um e-mail contando como anda sua vida neste novo ciclo da tua existência.

Primeira edição: 03/09/09-15:07 - Prepare-se para viver sonhos de gente madura, que é muito diferente de gente velha. Conheço muitos velhos que tem entre 18 e 25 anos de idade.

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4 comments:

Rui Morel Carneiro disse...

Guaraci, coaduno-me contigo. Gostei da colocação "cargos e posições efêmeras". As pessoas brigam, se degladiam e se odeiam sentindo-se injustiçadas. Fora da Empresa, todos sabemos, aquilo não tinha a menor importância. Desorientação, foi o que tive em minha aposentadoria. Por muito tempo tive um drama de consciência. Acho que agora administro bem.

Anderson Emídio disse...

As prioridades mudam mais o fato é que todos nascemos para produzir.
A hora de parar na verdade é só um tempo de mudança de prioridades,nunca paramos ou aposentamos definitivamente pois fazendo isto,desistimos da vida.
Parabéns meu amigo.

Forte Abraço

GUARACI CELSO PRIMO disse...

Obrigado Rui, pela solidariedade e pelo comentário. O importante é estarmos bem com nossa consciência.
Um abraço.

GUARACI CELSO PRIMO disse...

Obrigado pelas palavras Anderson. Sempre é bom contarmos com pessoas bem intencionadas como você.
Tenho visitado constantemente teu Blog.
Um abraço.

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