Das favelas e do poder paralelo.

A queda de um helicóptero da Policia causada por uma das facções criminosas do narcotráfico que atuam nos morros do Rio de Janeiro, abalou tanto as comunidades quanto as autoridades civis e militares. O que ficou claro foi a ousadia do poder paralelo instalado não só nas favelas do Rio, mas em todas as grandes cidades, e o estado mórbido em que se encontram os orgãos governamentais ligados à segurança pública.

 

Dá-se a impressão que existe uma lacuna entre os poderes do Estado e as ações da policia civil, que nos parece de mãos atadas diante da omissão das autoridades. É o espaço onde a influência dos traficantes envolve as comunidades impondo-lhes uma autoridade ilegalmente constituída através da violência. É onde  o Estado é omisso, deixando de trabalhar na prevenção da desordem visando o bem estar e a segurança das comunidades. Se está ausente permite ao "crime organizado" subjugar principalmente os jovens, e até obrigá-los a descer o morro e incendiar carros e ônibus quando da represália aos falsos líderes. Quem já não viu uma comunidade lamentar a morte de um traficante e ser decretado luto em respeito ao "líder" da comunidade? De uma forma ou de outra estão sendo conduzidos e iludidos por uma falsa liderança. Ora pelas facções criminosas, ora pelo poder político que os vê como um curral eleitoral.

Ora! existe vida digna nas favelas. Segundo uma pesquisa contratada pela Central única da favelas, o morador da favela é visto como um cidadão de segunda categoria, e que sua imagem social é completamente distorcida pela sociedade. E assim foi ao longo da história quando surgiram as favelas e sistematicamente sendo ignoradas pelos governos nos seus reais problemas. Quais sejam: educação, infra estrutura, segurança.  Antídotos para que o Raio-X da favela seja revelado de forma diferente daquela parte que é dominada pelo poder paralelo.  

Há tempo ainda para reverter a imagem que ficou para o mundo. A de que no Brasil existe um poder ilegítimo que dita as regras. Há tempo para acretidarmos que, aqui quem manda é a Democracia e o poder legitimamente constituído. E podemos sim ser um país de primeiro mundo para sediar a copa de 2014 e a olimpiada em 2016.