Jornal do Brasil manda "The Economist" se calar
Não é a primeira vez que a revista britânica The Economist ironiza a economia brasileira e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No fim do ano passado a revista sugeriu a saída do ministro para uma mudança de rumo da economia. Em sua última edição voltou a criticar o desempenho medíocre da economia brasileira. E com a ironia disse que o ministro Mantega é um "sucesso", pedindo para que ele fique.
Ora, bem sabemos que o Brasil passou sem maiores traumas pela grande crise econômica de 2008, sentida aqui e no exterior. Recentemente, o Banco Central elevou a taxa de juros (selic) por duas vezes, na tentativa de controlar a inflação. Retirou impostos de bens e serviços para incentivar investimentos, dentre outras iniciativas para manter a economia crescente. A crítica irônica nos parece um tanto equivocada, tendenciosa.
Como respondeu a presidente Dilma Rousseff, por ocasião da primeira opinião publicada pela revista (Dez 2012), somos a favor da liberdade de imprensa, mas não vimos nenhum jornal estrangeiro dando pitacos sobre a economia de outros países. Por que a The Economist não se manifesta sobre a situação econômica na Europa, por exemplo? Onde o desemprego não para de bater recordes, justamente por causa das medidas governamentais austeras que penalizam a população?
Obviamente a economia brasileira não está lá essas maravilhas. Porém não tão mal como falam, nem estagnada como dizem. Quando medidas econômicas agradam no geral, desagradam uma minoria que quer controlar o mercado ao seu bel prazer. Não é difícil observar que a equipe econômica do governo vem trabalhando com seriedade para manter o controle da inflação. Que é o que mais preocupa o cidadão comum brasileiro, em contrapartida à vontade daqueles setores que não tem a mínima preocupação com o problema. Ao contrário, lucram com uma taxa de inflação alta.
Interessante observar que desde que foi noticiado por aqui, que a economia brasileira suplantou a do Reino Unido, se tornando a sexta melhor do mundo, começaram a surgir uma série de ironias principalmente como estas, no mesmo nível, publicadas pela revista The Economist. Outro ponto. Não vimos por aqui nenhum outro grande jornal rebater essas matérias. Repercutir sim. Muitas vezes com ênfase ao negativismo do ponto de vista. Pelo visto, somente o Jornal do Brasil teve uma reação digna e momentâneo sentimento de soberania em relação ao que foi publicado.
Pois que os colunistas da Revista continuem falando. Mas que não esquecem de olhar seu próprio quintal.
Abaixo o editorial do JB online.
Opinião: Quem manda aqui?
"The Economist" surgiu no auge da desapiedada exploração dos trabalhadores
britânicos, e por iniciativa da indústria têxtil de Manchester - a vanguarda
daquele old liberalism, que inspirou Marx e Engels a redigirem seu Manifesto
Comunista. Bons tempos eram aqueles, nos quais os operários - entre eles
crianças de 8 e 10 anos - trabalhavam de 12 a 16 horas por dia e, quando
faltavam aos domingos, pagavam multa pela ausência. O mundo tem mudado, menos
"The Economist". Naqueles tempos magníficos, a revista acompanhava os
investimentos britânicos no Brasil e aplaudia o punho de ferro do imperialismo
em nossas terras.
Em nossos tempos atuais, na defesa dos bancos ingleses e dos especuladores da
City, a publicação pretende nomear o Ministro da Fazenda de nosso país: um
ministro que faça tudo o que o governo britânico está fazendo hoje contra seu
próprio povo, com o arrocho fiscal e o corte até o osso nos gastos sociais, para
que sobre para o capital financeiro.
A revista, depois de haver sugerido (em nome de que e de quem?) a demissão de
Guido Mantega em dezembro do ano passado, volta a fazê-lo agora. Esquecem-se
seus editores de que a Inglaterra é hoje um leão desdentado, que vive à sombra
do poder de sua antiga colônia americana, e se tornou o grande valhacouto de
banqueiros bandidos, como os fraudadores do Barclay's, e confessos lavadores de
dinheiro do narcotráfico, como os senhores do HSBC.
O Brasil é um país soberano, com suas instituições democráticas recuperadas há
quase trinta anos, e quem manda aqui é o seu povo, mediante o parlamento e a
Chefia do Estado, eleitos diretamente pelos cidadãos. Aqui mandamos nós, e os
ministros são escolhidos e nomeados por quem tem o poder constitucional de
fazê-lo: a chefia do poder executivo.
Assim, e, por favor, Shut Up!.
Imagem: reprodução/Google

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