Petrobras: delator do esquema de corrupção atua na estatal desde longa data
O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, personagem do momento na política brasileira, preso na operação Lava Jato da PF e optando pela "delação premiada", se revelou um peão valioso para as pretensões dos partidos políticos desde longa data. Costa, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso é um elo importante da corrente de corrupção formada por determinados setores do poder público em conluio com do poder privado.
Poder este que sempre esteve "urubuzando" em torno da Petrobras com insaciável ganância.
Para mais informação, confira abaixo, na íntegra, uma importante postagem da ativista política Maria Frô, na qual ela faz referência à uma matéria da revista "Veja", com o velho estilo conservador sempre ao lado da direita, revela como FHC conduziu uma greve dos funcionários da Petrobras que tentavam impedir que o ex-presidente mudasse a Constituição "para ampliar o poder das petroleiras estadunidenses sobre o nosso petróleo".
Naquele ano, por determinação de Fernando Henrique Cardoso, fazendo uso político da estatal alçou Paulo Roberto Costa e toda a sua aptidão para corrupção, a importante cargo na estatal brasileira. Naquela época, era público e notório a intenção do governo do PSDB chefiado por FHC em privatizar as principais estatais brasileiras. Na mira de seu governo estavam justamente àquelas consideradas como fundamentalmente estratégicas para salvaguardar a soberania econômica e financeira do país. Como a própria Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.
Comentava-se na época que o projeto de privatização do BB estava prontinho, na gaveta do ex-presidente. Para melhor esclarecer a dobradinha, Fernando Henrique Cardoso/Paulo Roberto Costa na Petrobras e suas implicações, Maria Frô anexa artigo do professor Ignácio Delgado, com os links para matérias comprobatórias.
Interessante observar, conforme largamente divulgado na imprensa, em depoimento à justiça o doleiro Alberto Youssef, também preso na operação Lava Jato, disse que no ano de 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve que ceder às pressões do PP e partidos aliados para que Paulo Roberto Costa assumisse a diretoria de Abastecimento de Petrobras. Youssef, disse que agentes políticos chegaram a trancar a pauta no Congresso por 90 dias. Lula, ficou louco, e teve que realmente empossar Paulo Roberto na diretoria da estatal.
Recentemente, em campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff , Lula disse estar de "saco cheio de denúncias em véspera de eleições". "É todo ano a mesma coisa". "Toda época de campanha é igual. Começam a aparecer as denúncias e ninguém precisa provar nada, é só insinuar", acrescentou.
Vale lembrar que o jornalista e repórter investigativo Amaury Ribeiro Jr, descreve em seu livro, incontestável Best Seller, A Privataria Tucana, toda a corrupção e o modus operandi do processo de privatizações que ocorreu durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Em um diálogo com um dos principais operadores do esquema, o ex-presidente ouve: "estamos no limite da irresponsabilidade".
Segue o texto. Importante ler até o fim.
Costa foi nomeado por FHC em 1995 e demitido por Dilma em 2012
Dia destes me deparei com uma ‘matéria’ da Veja bastante laudatória (e ao mesmo tempo bastante reveladora do conservadorismo da revista) à condução dada por FHC durante a greve de 1995 quando os petroleiros tentaram impedir FHC de mudar a Constituição para ampliar o poder das petroleiras estadunidenses sobre o nosso petróleo.
Cito alguns trechos:
Dobradinha: Justiça e governo de FHC para criminalizar a greve dos petroleiros
Emprego de técnicas terroristas: despedir funcionários exemplares pra intimidar
os demais e enfraquecer o movimento.
Uso político da Petrobras, neste ano, Paulo Roberto Costa foi alçado a cargo
político por FHC: Gerente Geral do Departamento de Exploração e Produção do
Sul
Aposto que você não sabia que foi o tucano FHC o primeiro a indicar o
corrupto declaro Costa, não é mesmo? Mas que outras implicações há nisso? Leia o
artigo do professor Ignácio Delgado e confira os links citados.
Por Ignácio Delgado, especial para o Maria Frô
Não se sabe o alcance e a profundidade das denúncias de corrupção na Petrobrás,
cujo principal personagem, Paulo Roberto Costa, ingressou na
empresa em 1978, conhecendo vigorosa ascensão em seus quadros, a partir
de 1995, quando obteve sua primeira nomeação política, no
governo Fenando Henrique Cardoso, ao ser indicado para Gerente Geral
do Departamento de Exploração e Produção do Sul (ver aqui).
Corrupção investiga-se, apura-se, julga-se e pune-se, como tem sido feito no
Brasil nos últimos anos. Não é este, contudo o objetivo do PSDB que, no governo,
tutelou o Ministério Público, manteve desaparelhada a Polícia Federal e obstruiu
todas as tentativas de investigação, pelo Congresso, de inúmeras denúncias de
corrupção, com a complacência da mídia.
Além dos óbvios dividendos eleitorais que o PSDB procura obter
com as denúncias, seu principal propósito é criar um ambiente favorável
à revisão da política brasileira para o petróleo, em sintonia com os
objetivos das grandes empresas ocidentais, especialmente
norte-americanas, conforme pode ser observado em
telegramas enviados ao Departamento de Estado pela embaixada e consulado dos
EUA no Brasil, divulgados pelo Wikileaks (ver aqui
e aqui)
Como se sabe, a estratégia brasileira para o petróleo, com o
governo Lula, envolveu duas decisões fundamentais. A primeira foi a
política de conteúdo local, através da qual a Petrobrás passaria a
comprar equipamentos preferencialmente de empresas nacionais, medida que
permitiu a recuperação da indústria naval brasileira, hoje a quarta do
mundo (ver este tema na coletiva dos blogueiros com Dilma, aqui).
A segunda foi a definição do regime de partilha no
Pré-Sal, estabelecendo o compartilhamento dos resultados de sua
exploração entre o Estado e as empresas investidoras, tendo a Petrobrás como
operadora única do sistema. Assim, ao contrário do regime de
concessão (em que o Estado brasileiro receberia apenas as taxas devidas das
empresas detentoras do direito de exploração), o Brasil vai reter para
si a parte de leão dos resultados do Pré-Sal, que tornará o país, em poucos
anos, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo (ver: aqui
e aqui)
Por isto o regime de partilha no Pré-Sal, como dizem Lula e Dilma, é
nosso “passaporte para o futuro”, garantindo a travessia a um novo
patamar de desenvolvimento sem os sobressaltos no balanço de
pagamentos que sempre foram um gargalo de vulto nos momentos de
expansão do passado. Com ele, o país poderá pagar de vez sua dívida histórica
com as exigências de educação e saúde para o desenvolvimento.
Pode investir em novas fontes de energia e inovação para situar-se numa
posição superior na economia mundial.
É contra tal política que reagem as petrolíferas ocidentais, em especial as
norte-americanas. Seus aliados internos – a direita entreguista, sob liderança
do PSDB – estão na ponta de lança deste combate lesa pátria, contra os
interesses do país. O que Aécio não faz questão de esconder (aqui)
e todo o capital internacional que o apoia sabe, é que se vencesse entregaria
nosso passaporte para o futuro para as petroleiras dos EUA e traria o Brasil de
volta ao passado.
Imagem: reprodução/247

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