As caras do fascismo. Por Moisés Mendes
São invasores procurados pela polícia americana e alguns já devem sido encontrados. Essas figuras iriam tomar o poder em nome de Trump.
Milhares de alucinados achavam mesmo que poderiam dar um golpe. E como manteriam o poder tomado, depois de sentarem-se nas cadeiras dos congressistas?
Todos perceberam que as forças de segurança do próprio Congresso permitiram, por conluio com os invasores, que os malucos chegassem até onde chegaram. Mas o que poderia acontecer a partir dali?
A pergunta a ser feita no Brasil hoje é mais ou menos a mesma que os americanos fizeram. O que significa para um golpista desvairado o gesto de tentar tomar o poder no grito?
Tomam com um jipe, um cabo e um soldado? E o que significa para Bolsonaro ter o poder absoluto, como ele pretende? Se perder a eleição em 2022, Bolsonaro pode tentar fazer o que Trump fez?
Precisamos estar atentos ao que diz uma pesquisa da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas. A extrema direita brasileira mimetiza tudo que a extrema direita americana diz e faz.
Tudo é cópia do comportamento deles, talvez por influência de Eduardo Bolsonaro, o intelectual da família. Eles copiam nas redes sociais do discurso, as teorias da conspiração, os pretextos para qualquer ameaça.
A retórica fala em nome da ordem, da 'liberdade' (para ser fascista), do combate a fraudes na eleição e ao comunismo e junta na mesma sopa desrespeito pelas instituições, negacionismo e desprezo pelo parlamento, pelas diferenças e pela ciência.
Assim, não é improvável que tenhamos aqui, numa eventual invasão do Congresso, figuras fantasiadas (algumas com guampas), para que se reproduza em Brasília o clima de Washington.
O extremista de direita é uma aberração visual, por mais bacana e chique que seja.
Aqui, a fantasia básica é o verde-amarelo que era usado pelos tucanos, de gente que veste a 10 de Neymar e que sempre vestiu Lacoste.
Mas a ideia da militarização, do armamentismo e da imposição da força pode nos apresentar outras figuras rudes. Também podemos ter ogros como esses das fotos.
Se a invasão acontecesse e fracassasse (teria alguma chance de êxito?), é provável que entre os retratos dos procurados aparecessem as caras de vizinhos, colegas, conhecidos e parentes nossos, alguns com guampas e capacetes.
O fascista é alguém que conhecemos há muito tempo e que só agora, com Bolsonaro, decidiu sair do armário. Ele não mora longe e não é estranho.
Na hora de uma invasão, ele põe a roupa e outras fantasias de guerra e vai à luta. O fascista é um espalhafatoso.
Imagem: reprodução

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