Homenagem aos pais. Recado a um pai ausente

A cada ano quando chega o mês de Agosto, há algo meio estranho, meio diferente no ar. Percebo um burburinho que me fala aos ouvidos. Palavras de um genuíno sentimento de amor por aquele que foi o primeiro exemplo de vida, e com essas palavras  um momento de reflexão para futuro. De acordo com o poder de raciocínio e conhecimento em cada fase da vida, temos que reconhecer que a presença dos pais nos faz crescer e nos dá segurança.

A propósito do momento, recentemente assisti um filme de animação que gostei muito e recomendo. No meu pensar, reflete muito bem a relação pai-filho de uma forma bem humorada. O título do filme é: procurando Nemo. Deve ser assistido na companhia dos filhos, independente da idade deles. 

Ao revirar o "baú da história e lembranças", encontrei um texto escrito com a pretensão de prestar uma  homenagem ao dia dos pais. Foi escrito há mais ou menos 35 anos atrás, e publicado no jornalzinho do colégio. O autor era um adolescente de 16 anos de idade. Daí a sua singeleza  das palavras e a autenticidade do texto. Minhas filhas e meu filho, gostaram. Aí resolvi postar o texto aqui no Blog.

Recado a um pai ausente.

Oi Pai!

Todo mundo se encontra afobado e correndo, todo mundo está preocupado em dar o presente mais legal ao seu pai. Quase todo mundo está chorando de alegria e gratidão. E todos os pais se sentem eufóricos em demasia.
Papai, hoje é teu dia!
E diante de tudo isso, meu coração cai numa tremenda angústia, pois você não está aqui. Por que, papai, você prometeu que voltava e nunca mais voltou?...
Sabe papai, eu gostaria de dizer-lhe um “montão” de coisas boas, mas a tristeza não deixa, essa saudade dos poucos momentos belos que com você vivi, parece não ter mais fim, e quando chega o seu dia então, ela aumenta mais.
Que saudades de seus conselhos, do seu olhar orgulho, quando me apresentava a alguém, das broncas que você me dava quando fazia alguma má-criação.
Pois é, Deus o levou. O pai que todos adoravam. O meu pai. Que me deu a vida, que estava me amando e educando-me, e eu nem sequer pude dizer-lhe: “um adulto muito abrigado”. E hoje sendo o dia dos pais, não há ocasião melhor para dizer-lhe um pouquinho do que está aqui dentro.
Pode crer meu pai eu gosto um bocado de você, da sua experiência, de sua atitude quando estava com a gente.
E nesta ocasião de saudades, ainda agradeço a Deus pelo tempo que Ele deixou você conosco, proporcionando-me uma infância alegre e confiante, desfeita por sua partida.
Obrigado pelo exemplo que você sempre foi e continuará sendo.
Um abração papai, “onde quer que você esteja”.

Texto original publicado em Agosto/1973-Juventude e notícias – Órgão dos Alunos do Colégio Estadual São Vicente de Paulo p/ Guaraci Celso Primo, aluno da Turma 1téc.A.

Desejo a todos os pais e a todos os filhos, um ótimo dia dos pais. Sejam eles quem forem, e estejam onde estiverem!