domingo, 4 de julho de 2010

Macaquitos e Hermanos: go home!

Nós já sabíamos que a volta pra casa poderia acontecer antes da final. Mas não antes das quartas de final. Esperávamos decidir o hexa com uma vitória contra os argentinos. E era isso com que eles também sonhavam. Porém, não consideramos o improvável. Ignoramos nossas próprias fraquezas. Nós, os macaquitos, e nossos hermanos argentinos.
Da polêmica surgiu a dúvida. A Mídia encarregou-se de questionar a convocação do grupo definitivo que representaria a seleção brasileira criando uma nuvem de incerteza quanto à conquista do hexacampeonato mundial. Colocamos em cheque a maneira autoritária do técnico Dunga de conduzir a preparação do grupo. E, o desenrolar dos acontecimentos provaria que jamais poderíamos desprezar a vocação do futebol brasileiro que sempre o conduziu ao primeiro degrau do pódium.
É comum depois de um fracasso, procurar um culpado e iniciar a caça às bruxas. Sem desmerecer o trabalho do Dunga e de sua equipe técnica, a própria equipe como um todo não produziu aquilo que se esperava.

Os macaquitos.

Depois de um primeiro tempo glorioso tomamos um gol contra, que me pareceu mais mérito da Holanda do que deficiência da nossa defesa. A partir daí o time se desestabilizou emocionalmente. Jogadores tarimbados com Lúcio, Juan, Gilberto Silva, e o próprio Julio César, melhor goleiro do mundo, não souberam acalmar seus companheiros. Robinho e Kaká sucumbiram ao fator psicológico que já tomara conta negativamente do nosso técnico à beira do campo. À mercê de um estado emocional negativo com o qual todo o ser humano não consegue conviver equilibradamente, começa a derrota definitiva.
Sitações assim exigem a intervenção de um terceiro elemento, com o qual a seleção brasileira não pode contar naquele momento. Deu um "branco", não existia ninguém pra dizer - Calma! Vamos por a bola no chão! Era só o que faltava. O tempo passou, e não conseguimos suplantar o emocional. Voltamos pra casa.

Los Hermanos.

E eles, e também nós, que sonhávamos disputar uma grande final, não contavam ser vítimas de uma grande armadilha que ronda cada pessoa individualmente: a soberba. Como nós, eles também julgavam ser os melhores do mundo. Sem a capacidade de reagir positivamente diante do inusitado e ignorando o preparo e a capacidade de quem está do outro lado, foram vítimas de si mesmo. Ganha quem está melhor preparado levando em conta que desconhecemos o potencial do adversário e permanecemos negligentes quanto nossas próprias deficiências.

O choro é livre.

Lamentemos, pois o choro é livre. Vamos refletir sobre nossas deficiências sem ignorar quem está por baixo. De repente, este pode estar por cima. Somadas todas as circunstâncias, é possível uma grande zebra quando se entra em um grande jogo.
Paraguai e Uruguai foram mais longe que os Hermanos e os macaquitos.
Em 2014 tem mais. Desta vez, em uma outra realidade. Até lá!

Imagem: Náufrago da Utopia.
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