Futebol não é um jogo de xadrez

Embora muitos técnicos de futebol figurões, ávidos em ter a midia desportiva a seus pés, sempre estejam afirmando que em determinado momento uma partida de futebol possa se tornar um verdadeiro jogo de xadrez, não é o que mostra a realidade atual do futebol brasileiro. O Xadrez exige certamente, um QI fora do normal, conjugado com muito raciocínio e experiência. Já no futebol, além disso, o jogador precisa aliar capacidade física e técnica, talento, e inteligência emocional. Sem isso não teremos nenhum craque que possa desequilibrar uma partida e chegar a vitória juntamente com seus outros 10 companheiros de batalha.

Batalha porque envolve principalmente a emoção, e o extremo da vontade de vencer. Um jogo decisivo provoca reações da mais diversas, tanto nos jogadores quanto na plateia. Como dizia um famoso técnico de futebol, é um jogo que se joga com os pés, mãos, e a cabeça. Dá para acrescentar, principalmente com o que está dentro dela. E, necessariamente com um outro órgão de extrema importância também para esta atividade: o coração.

Posto que a apatia e a soberba são inimigos cruciais de uma vitória, os resultados desta semana nas diversas competições futebolísticas que acontecem no país e fora dele, nos levam a crer que sem primeiramente superá-los, nenhum time chegará a lugar nenhum. Muito menos lograr êxito perante a equipe adversária.

Os resultados negativos dos times brasileiros na libertadores, marcou esta última quarta-feira com uma noite infeliz para o futebol brasileiro, em cujas partidas pudemos verificar que foram superados os dois inimigos acima referidos. Não podemos afirmar que faltou inteligência ou raciocínio ao corpo técnico que comandou cada equipe. A partir de determinado momento, nem o melhor jogador de xadrez descolaria uma fórmula para reverter os resultados que se confirmariam no fim de cada jogo. Aos quatro desclassificados sobrou raça, emoção, e vontade de ganhar. Comprovamos que não forram esses, os fatores determinantes da derrota. E sim, outros que a inteligência humana não pode mensurar ou prever.

Talvez seja pela sua imprevisibilidade que o futebol seja o esporte mais arrebatador e admirado em todo o mundo. Em uma partida, até que acabe o tempo regulamentar mais acréscimos, tudo pode acontecer. Até derrota do mais forte frente ao supostamente mais fraco. Da vitória do "não-favorito" em confronto com o favorito. Foi o que aconteceu nas duas partidas disputadas pela Copa do Brasil entre Palmeiras e Coritiba; e Flamengo e Ceará.

O favoritismo propagado pelos "entendidos" apontava vitória dos dois ditos grandes, Flamengo e Palmeiras. Torcedores de ambos acreditavam piamente nisso. Por outro lado a torcida adversária tinha certeza da vitória. Tanto coritibanos, como cearenses acreditavam na superação dos seus times. Aqui dá para perceber qual equipe se manteve apática no decorrer do confronto e por isso levou uma histórica goleada, e qual se manteve soberba, e por isso sofreu uma  inesperadamente derrotada.

Resta a chamada partida de ida. Para uma das equipes derrotadas, a situação não é lá muito crítica. O Flamengo está em uma posição menos desconfortável, pois perdeu pela diferença de apenas um gol, mas levou dois. Terá que jogar sério para reverter o placar fora de casa, por conta do regulamento. Já o Palmeiras, tem pela frente uma missão quase impossível. Perdeu feio do time coxa branca e tomou seis gols.

Esperemos. Futebol está longe de ser como um jogo de xadrez, como equivocadamente propagam alguns. Salvo os esquemas táticos empregados pelos técnicos para garantir um resultado, o momento é de se render à sabedoria do dito popular: futebol é uma caixinha de surpresa. Deve ter sido pronunciada por milhões de bocas nos últimos dias.

Confira os melhores momentos de Palmeiras e Coritiba, Flamengo e Ceará.





           

Imagem: planetaEducação.