Nova classe média desperta preconceito dos mais ricos
Dados recentemente divulgados apontam que mais de 30 milhões de pessoas ascenderam à classe média nos últimos 10 anos, e quase 20 milhões sairam da extrema pobreza. Oficialmente a classe C corresponde a 55% da população brasileira. Um dado realmente importante para o desenvolvimento sócio-econômico do Brasil, pois todo esse contingente passou a comprar produtos e serviços que só as classes mais altas tinham acesso.
Entretanto, esta ascensão econômica provocou certo desconforto nas classes A/B. O percentual de 22,5% de pessoas que pertencem a estas duas classes sociais, frequentemente desmontram indignação com a piora de alguns serviços, justamente por causa desta ascensão social.
Quem não lembra de um comentário infeliz feito por um comentarista político da RBS, cheio de ódio e preconceito contra pessoas que provocavam engarrafamentos nas estradas porque agora podiam comprar um carro popular? "qualquer miserável tem um carro. Então, é isso, estultícia, falta de respeito, frustração, casais que
não se toleram, popularização do automóvel – resultado deste governo
espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca
tinha lido um livro. É isso" - conclui em seu desatroso comentário. Lamentalvelmente, algumas pessoas compartilharam o vídeo através do correio eletrônico e redes sociais, instigando ainda mais a raiva e o preconceito.
Curiosamente as pessoas que se encontram no topo da pirâmide social, não demonstraram insatisfação com as empresas, aeroportos, shoppings, restaurantes, responsáveis por suprir a nova demanda. Para eles, o que incomoda são aqueles que fizeram crescer a nova classe média ou a classe C, como disse Julio Cardoso no Palavras Diversas.
Esta constatação foi revelada por uma pesquisa feita pelo Instituto Data Popular, no primeiro semestre deste ano, com 15 mil pessoas das classes mais favorecidas, em todo o
Brasil. Os dados da pesquisa foram publicados no Ig São Paulo, em matéria de responsabilidade de Pedro Carvalho. "Durante anos, a elite comprava e vivia num 'mundinho' só dela", diz
Renato Meirelles, diretor do Data Popular". "Nos últimos anos, a classe C
'invadiu' shoppings, aeroportos e outros lugares aos quais não tinha
acesso. Como é uma coisa nova, a classe AB ainda está aprendendo a
conviver com isso. Parte da elite se incomoda, sim", afirma Meirelles".
De que forma isso ocorre? Esta foi uma das perguntas feitas a Renato Meirelles na entrevista que concedeu ao jornal Diário de Natal, publicada no Domingo (16). Resposta: "É uma coisa realmente absurda. Ainda tem gente da classe A/B muito
descontente com a classe C/D. Em pesquisa no segundo trimestre 2011
identificamos que 55,3% dizem que os produtos devem ter versões para
ricos e pobres; 48,4% acha que a qualidade dos serviços piorou com maior
acesso da população; 62,8% dizem que aumento das filas no cinema o
incomodam; 49,7% dizem que preferem ambientes com pessoas do 'meu nível
social'; 16,5% dizem que pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em
certos lugares; 17,1% acreditam que todos os estabelecimentos deveriam
ter elevadores separados. Os números mostram o preconceito com pessoas
que têm o próprio jeito. Mas se elas têm dinheiro para comprar esses
produtos ou serviços, têm o direito de estarem lá. Em outra pesquisa a
nova classe média dizia esperar dias melhores. No Nordeste o índice foi
de 89%, no Norte 88%, no Centro Oeste 82%, no Sudeste 76% e no Sul 75%".
Complementando, veja mais informação no vídeo abaixo, que trás uma entrevista com o novo presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), falando sobre a desigualdade econômica e social no Brasil.
Clique para ver 45 curiosidades sobre a Nova Classe média Brasileira.
Fonte: Ig
Imagem: Dreamstime/Mishacz
Clique para ver 45 curiosidades sobre a Nova Classe média Brasileira.
Fonte: Ig
Imagem: Dreamstime/Mishacz

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