Mostrando postagens com marcador violência nos estádios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador violência nos estádios. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Por que proibir torcidas e fechar estádios não resolve a violência no futebol

Por Getulio Xavier, editor do site de Carta Capital: Episódios de selvageria entre torcidas organizadas, como o recente confronto entre torcedores de Sport e Santa Cruz, no Recife, poderiam ser evitados se o poder público, o Judiciário e os clubes de futebol atacassem as raízes do problema, em vez de adotarem punições coletivas ineficazes. A análise é do pesquisador João Vitor Sudário, membro do Observatório Social do Futebol e mestrando na Universidade Federal Fluminense.

www.seuguara.com.br/Torcidas organizadas/violência no futebol/

Para Sudário, a violência nesse contexto é “multifacetada” e não se restringe ao futebol ou às torcidas organizadas. Disputas territoriais e a necessidade de reafirmação da masculinidade, por exemplo, existiriam independentemente do esporte.

“Não vejo a torcida, necessariamente, como um motor da violência. O problema está na sociedade. O futebol, nesse caso, é só um pretexto”, afirma, destacando que a cultura das torcidas vai além da violência e inclui diferentes formas de organização e pertencimento.

Ainda assim, ele reconhece que há grupos de torcedores mais propensos a brigas, mas isso, segundo ele, se deve mais à condição humana do que à organização sob uma bandeira. “A gente tem vários outros modos de torcer que vão além das torcidas de ‘pista’”, como são conhecidas as torcidas organizadas.


A "pista" e a violência


Os torcedores de ‘pista’, explica a literatura sobre o tema, são aquelas que estão mais distantes da esfera da festa popular do futebol. Conforme explica o cientista social Hugo Macedo de Araújo em seu artigo Entre a ‘pista’ e a ‘arquibancada’, a “pista” valoriza códigos de lealdade e coragem para defender a honra do grupo, muitas vezes por meio de confrontos físicos. A territorialidade e os deslocamentos urbanos desses grupos também contribuem para os riscos e embates.


A visão simplista de que todos os torcedores são um risco para a sociedade, contudo, tem alimentado erros na condução do problema pelo poder público, destaca o pesquisador, que divide a resposta equivocada das autoridades em três eixos.

Jogos com portões fechados, sem a presença de torcedores; jogos com torcida única, tendo a presença apenas de apoiadores do time mandante da partida; e punições coletivas para torcidas organizadas, como a proibição de frequentar os estádios com camisas e bandeiras de um grupo ou mesmo a extinção de CNPJs.



O fechamento total dos portões, defende o pesquisador, penaliza não apenas os torcedores, mas toda a cadeia econômica que se forma ao redor dos estádios em dias de jogos. Os principais afetados, neste caso, são trabalhadores formais e informais. O clube também perde receita.

Já os jogos de torcida única seriam ineficientes por dois motivos por que a maioria das brigas, conforme aponta o Relatório Violências no Futebol Brasileiro, do Observatório do Futebol, acontecem fora dos estádios. Estados como Paraná e São Paulo, que já adotaram essa medida, seguem registrando altos índices de violência entre torcedores.


Por fim, a extinção do CNPJ de torcidas organizadas não responsabiliza os verdadeiros culpados. Muitas torcidas, inclusive, já mudaram de nome e reabriram após terem seus registros cassados. “Neste confronto em Recife, ambas as torcidas envolvidas já têm nome diferente dos nomes originais, justamente porque os CNPJs já foram punidos”, exemplifica Sudário. “É preciso punir o CPF, a pessoa física, e não apenas o CNPJ da associação”, defende o pesquisador. “Os integrantes que não praticaram violência não podem pagar o preço pelos outros".


Saídas possíveis

Além da punição aos responsáveis diretos, Sudário defende a criação de um canal de diálogo entre poder público, clubes, pesquisadores, sociedade civil e torcedores para definir protocolos de segurança nos deslocamentos antes e depois dos jogos - locais onde ocorrem a maioria dos conflitos.

Segundo ele, cada partida exige uma análise específica, pois clássicos e confrontos históricos demandam estratégias diferentes. Esse diálogo poderia ser coordenado nacionalmente, mas precisa ser aplicado de forma descentralizada por estados e municípios.


Outras possibilidades incluem:
  • Criação de grupamentos policiais especializados em eventos esportivos.
  • Melhoria da coordenação entre forças de segurança pública e privada.
  • Treinamento de agentes para lidar com multidões e uso correto de armamentos não letais. 

O apoio à pesquisa acadêmica sobre a cultura das torcidas organizadas, para que políticas sejam baseadas em dados e não em estereótipos, também é fundamental. O pesquisador cita como exemplo o Mapa das Alianças, do Observatório Social do Futebol, que rastreia rivalidades e parcerias entre torcidas organizadas, permitindo ações preventivas antes de possíveis conflitos.

“A ciência pode ajudar a abrir o diálogo com a sociedade e evitar que as torcidas – elementos fundamentais da cultura brasileira – sejam marginalizadas”, conclui.

***


Leia Mais ►

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Torcidas organizadas do Coritiba são proibidas de entrar em estádios por um ano

Reportagem de Silvio Rauth Filho, no Bem Paraná: As torcidas organizadas Império Alviverde e Dragões Alviverde, do Coritiba, estão proibidas de frequentar os estádios onde ocorrem o jogos por, pelo menos, um ano. A decisão judicial começa a contar no início do Campeonato Paranaense de 2024, em janeiro, e prevê pena de multa de R$ 100 mil.

www.seuguara.com.br/Torcidas organizadas/Coritiba/

A liminar da 19ª Vara Cível de Curitiba atende ação civil pública apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), por eio da Promotoria de Justiça de Defesa ao Consumidor de Curitiba.

Na ação, o MPPR relata que ingressou com a medida após os últimos episódios de violência ocorridos em jogo do Coritiba com o Cruzeiro, em 12 de novembro, no Estádio Durival de Britto (Vila Capanema), em Curitiba, quando diversos integrantes das organizadas invadiram o campo e entraram em confronto.


A Promotoria requer no mérito do processo a confirmação do que foi deliberado na liminar e apoia os pedidos em diversos itens da Lei Geral do Esporte (Lei 14.597/2023), entre eles o que determina ser "obrigação do poder público em todos os níveis, das organizações esportivas, dos torcedores e dos espectadores de eventos esportivos promover e manter a paz no esporte", bom como que o espectador dos jogos "tem direito a segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das provas ou partidas", bem como tem direito à "implementação de planos de ação referentes a segurança".


Na liminar, a 19ª Vara Cível de Curitiba impõe ainda que as torcidas apresentem ao Judiciário, em até dez dias, "lista contendo o nome, número de RG e CPF, endereço e telefone de todos os membros e associados, a fim de possibilitar a identificação de seus integrantes e facilitar o controle e impedimento de ingresso nos estádios", sob pena de multa diária de R$ 100 mil (limitada inicialmente a 60 dias-multa).


Foi determinada ainda que se oficiem as Policias Civil e Militar a respeito da decisão judicial,  "para fins de fiscalização e cumprimento da obrigação de não fazer imposta às requeridas, no estado do Paraná, e à Confederação Brasileira de Futebol, para que dê ciência aos demais clubes de futebol do país, de todas as divisões, e a todas as federações estaduais". Também foi indicada a comunicação da determinação ao Coritiba.

As torcidas organizadas ainda têm direito a recurso e podem derrubar a decisão.


Clube foi punido na Justiça Desportiva

Na Justiça desportiva, o Coritiba foi julgado pela briga na partida com o Cruzeiro e pegou quatro jogos de punição com portões fechados

***


Leia Mais ►

segunda-feira, 19 de março de 2012

Árbitro sobe arquibancadas e agride torcedor - video

Aconteceu na Espanha. O árbitro, Francisco Del Olmo Castellón, que apitou a partida entre as equipes de Andorra e La Seu d'Urgell, no último sábado (17), perdeu as estribeiras com torcedores que o xingavam. Depois do fim do jogo, subiu nas arquibancadas e chegou a agredir um torcedor. Poucos torcedores permaneceram no estádio, que impediram que Castellón fosse às vias de fato. Corajoso o homem. Poderia ter levado a pior, não fosse a turma do deixa disso.
Leia Mais ►

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Futebol - Um bom exemplo para reduzir a violência nos estádios

Os dirigentes do futebol turco acataram a decisão da Federação de Futebol da Turquia (TFF) em relação a punir as torcidas dos Clubes que tenham promovido atos de violência nos estádios. Em vez de esvaziar estádios interditando o acesso dos torcedores, determinou que mulheres e jovens abaixo de 12 anos possam assistir aos jogos gratuitamente. A ideia foi levada em prática na partida realizada na última Terça-feira, entre o Fenerbahce e o Manisapor.
Leia Mais ►

Arquivos

Site Meter

  ©Blog do Guara | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger