quinta-feira, 9 de abril de 2009

Acídia: você sabe o que é isso?

A solidão em dose certa pode até nos fazer bem. Mas, se prolongada um pouco mais já começa a incomodar. Nos coloca frente a frente com nós mesmos. Sem nada pra fazer. Apenas nos deixa com aquela sensação de morbidez, de inutilidade, de insignificância. Somos nós e nossa própria alma, com nossos próprios pensamentos a nos cobrar pela razão de existirmos, a nos lembrar da sensação que experimentamos na pós-perda de um ente querido, da perda do emprego, da mudança repentina do modo de vida, do fim de um ciclo, da fatalidade inevitável.

Que fazer agora? Reagir contra a inércia, preencher o tempo ocioso e letárgico? Refletir? Utilizar-se da graça da vida? Fazer o que tem que ser feito? Fazer aquilo que a gente gosta de fazer, conscientemente?

Então de minha parte, começo a refletir sobre valores. Daquilo que realmente tem valor para mim.
Neste momento optei por lançar mão do meu acervo de videos, que muitas vezes escolho pelo tema que prefiro e deixo pra ver depois. Me deparei com este aqui embaixo, e ouvi uma palavra que até então não conhecia: ACÍDIA.

Apesar de, o filosofo e escritor Gabriel Perissé interpretar neste video, o referido conceito vinculado a este termo onde usa palavras como, tristeza, preguiça e depressão, tive vontade de conhecer mais.

Primeiramente lancei mão do "Aurélio" e lá estava:

Acídia. S. F. Abatimento de corpo e do espírito; moleza, frouxidão; acedia: " a inércia, a acídia e o desânimo intoxicam a existência e conduzem-nos involutariamente ao desgosto e ao mal" (A. Austregésilo, Obras Completas, VII, p.129)Cf.ascídia.]

Segui em frente, e descobri que os sete pecados capitais preconizados por São Tomas de Aquino, adotados pelo catecismo da Igreja Católica, tal qual conhecemos hoje como: soberba, avareza, inveja, ira, impureza, gula e preguiça, na verdade eram: soberba, avareza, inveja, ira, impureza, gula e preguiça, ou ACÍDIA.

Em um artigo publicado no Jornal da USP (Universidade de São Paulo), há uma citação sobre o livro: Sete conferências sobre Tomás de Aquino, de autoria de Roberto C. G. Castro, de que a Acídia está presente na vida e no coração do ser humano como demonstra a composição musical de Tom Jobim e Vinicius de Morais, intitulada Garota de Ipanema, e num poema de Carlos Drumond de Andrade:

Olha, que coisa mais linda
Mais cheia de graça (...)
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Logo depois, abruptamente, a letra deixa de exaltar a beleza das coisas para expressar solidão e tristeza:
Ah, por que estou tão sozinho
Ah, por que tudo é tão triste
E, num terceiro momento, volta a refletir uma alegria esfuziante:
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo sorrindo se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor
O mesmo tédio típico da acídia foi captado pela sensibilidade de Carlos Drummond de Andrade, no poema Cidadezinha qualquer:
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
.

Leia mais sobre o assunto clikando aqui.
Preste muita atenção! Não permita que a ACÍDIA, venha lhe fazer companhia, se instale, e se transforme em uma doença ou em um vício degradante que quer tão sòmente debilitar a tua alma. Tome conta de você e se livre do que pode se transformar em uma depressão incurável.

Afinal, como disse o filosofo Robert Happe - "no caminho para encontrar a própria Luz, você pode esbarrar em dogmas religiosos ou até mesmo dogmas econômicos que dependem de sistemas e se aprisionam sob extruturas - em resumo "Tudo é um encontro com Você". .



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6 comments:

Anônimo disse...

Veio em boa hora essa mensagem. A acídia se faz mais presente no dia a dia do que pensava. Parei para pensar nisso agora, hoje, depois de uma caminhada. É perigosa, muito perigosa. Associada aos medos, se torna uma escadaria que nos leva á depressão e aos outros males desse tipo.

Anônimo disse...

so o amor que e Deus pode nos mostrar o caminho da cura interior Jesus Cristo e a eucaristia é a solução.

Anônimo disse...

O post foi bom, mas o final foi infeliz com a citação "no caminho para encontrar a própria Luz, você pode esbarrar em dogmas religiosos ou até mesmo dogmas econômicos que dependem de sistemas e se aprisionam sob extruturas - em resumo "Tudo é um encontro com Você".

Como assim encontrar a própria luz? Como pode haver luz em nós mesmos se somos imperfeitos e nenhuma graça vêm de nós, ou de nossa forças?

Cristo é a luz do mundo, quem segue-O não anda nas trevas mas tem a Luz (Ele) eterna. Só podemos encontrar luz em nós quando estamos com Cristo.

Por fim, essa frase prova que é um sofisma pois diz "você pode esbarrar em dogmas religiosos", ou seja, negando a religião - a verdadeira, evidentemente - nega-se a verdade que Deus revela aos homens através de sua Única Igreja, Católica Apostólica Romana, a qual nos ensina infalivelmente. Um tremendo absurdo essa frase desse filósofo moderneco.

Cuidado meu caro, com o que você escreve. Essas falácias que negam a importância da religião verdadeira, levam à acídia.

Anônimo disse...

Siceramente... a palavra mais correta para definir a pessoa que fez esse último post é XIITA....e daqueles bem fundamentalistas, que só reconhecem a própria verdade como única.Esses são os grandes fomentadores de guerras e outras mazelas da sociedade.São carentes de tratamento sério

Vinicius disse...

Acidia ou apatia é uma doença psicológica,ou seja,deve ser tratado por um especialista desta area e não de blá bla bla de religião. O mais engraçado desses comentários foi esse católico tapado falando que a religião inútil dele é a verdadeira. Vá estudar,alienado!

Anônimo disse...

A religião pode justamente significar o contrário: a liberdade da estrutura. A compreensão do nascimento à morte é simples, mas insuficiente. Explicações insuficientes sugerem indícios de uma explicação suficiente, embora impassível de equiparação na razão humana. O terapeuta deve buscar a teologia e a fé como uma realidade particular e premissa para determinados casos clínicos. Se possível, deve experimentá-la sem preconceito, ainda que no íntimo guarde convicções laicistas. Se não for possível, deve recomendar outro colega capaz de fazê-lo, pois a compreensão do paciente é pressuposto de diagnose mais próxima da verdade.

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