quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O troco à gafe de Bóris Casoy.


A atitude preconceituosa do jornalista da TV Bandeirantes lhe rendeu um ação civil pública. Os Garis não aceitaram suas desculpas "formais". Muito justo, já que suas palavras foram realmente ofensivas à classe dos "lixeiros", como ele se referiu à classe. O sindicato dos trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), através de seu presidente quer que ele se retrate perante a justiça.

Infelizmente, o que foi dito por Bóris Casoy vem reforçar o preconceito de vários setores da sociedade contra os trabalhadores, dessa e de outras classes mais humildes. Consolida a tese daquele estudante de psicologia sobre a invisibilidade das pessoas, quando este se vestiu de gari para viver a experiência de como nós estamos perdendo o senso de sociabilidade, de solidariedade e de reconhecimento das diversas classes de trabalhadores.

Inconscientemente segregamos as pessoas com a barreira da arrogância. Como fez o famoso âncora de telejornal, em seu posisionamento reprovável. No caso do estudante, nem seus colegas de faculdade o reconheceram. Não o enxergaram, nem mesmo estando ele vestindo o uniforme de cor laranja que distingue os garis das outras pessoas, enquanto trabalham.

O pedido de retratação me parece mais que legítimo. Se queremos mudar o país, não podemos ser coniventes com atitudes como essa. Nem mesmo amenizar a repercussão do caso só porque a figura do jornalista representa a grande mídia, que na verdade mais desinforma do que informa o cidadão. Tem mesmo é que ser cobrado, e zoado. 




Sobre o caso, li um artigo do filósofo Paulo Ghiraldelli,  onde menciona o termo "Elite Branca", usado pelo governador do Ceará, Ciro Gomes, ao se referir a determinados grupos da Imprensa. Quando comentou certas reações às políticas sociais do governo. Este termo também foi usado por Cláudio Lembo, governador do  Estado de São Paulo, no período entre Março a Dezembro de 2006.  Até então, eu pensava estar diante de um outro tipo de preconceito existente em nossa sociedade. Acredito que essa "elite" tenha as características de um pigmaleão. Muda conforme ao sabor dos ventos, por conveniência. E, neste momento ela está olhando para outras classes de cidadãos, do alto da sua "arrogância" e insensibilidade. É onde transita, soberbo, o Sr. Boris Casoy.



              
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