quarta-feira, 29 de junho de 2011

É assim que vivemos - obcecados com o "melhor"

Sempre procurei considerar da melhor forma possível, o mundo misterioso e intuitivo das mulheres. Por um razão ou por outra, percebo que hoje e sempre, estive envolvido com o dito sexo frágil. Que de frágil não tem nada. Pobre do homem, que nos dias de hoje ainda não se deu conta disso. Ocorre que pela primeira vez, tenho contato com um texto  escrito por uma mulher, no qual percebi uma visão perfeita sobre comportamento. Não que não tenha lido e apreciada escritos de outras autoras e blogueiras. Porém, este é um dos mais interessantes que já li, enquanto pesquisador de fontes para aqui publicar matérias com o mínimo de relevância.
Blogo para compartilhar ideias, que possam resultar em momentos de puro prazer, ou de reflexão. O intuito final, é sempre o aprimoramento necessário para que possamos nos tornar pessoas melhores. O texto nos leva a isso.

Enfim, contribuir para que nossa passagem por este mundo, possa influenciar de tal maneira, que este se torne um lugar melhor para nós mesmos, e para nossos semelhantes. De tal sorte, que seja pleno de verdade, dignidade, igualdade, liberdade, fraternidade, e de felicidade. Sem venerar qualquer utopia, ou dogma injusto. Até que chegue o dia da nossa partida.

Você perceberá que o texto reflete muito bem o modo com que muitos de nós, encaramos a nossa própria realização diante da vida. E quanto muitas vezes, estamos equivocados.
Não pretendo com com isso exercitar qualquer filosofia barata, como sendo dono da verdade. Cada qual busca ser feliz conforme sua concepção pessoal.  Muitos, certamente já conhecem o texto e a autora. 

Ela é a escritora, Leila Ferrreira. Formada em Letras e Jornalismo, com mestrado em Comunicação pela Universidade de Londres. Durante dez anos apresentou o programa "Leila Entrevistas" (Rede Minas e TV Alterosa/SBT). Hoje, vive em Belo Horizonte. Vale a pena ler o texto. Se concordar, fique a vontade para acrescentar um comentário. Favorável ou não será bem recebido.

OBCECADOS COM “O MELHOR”
- Leila Ferreira -

Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos.
Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo....
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

No embalo, confira outro trabalho da autora.


PS: edição corrigida editada - 29/06/11 -16:02 hs.  


Via: MarcoAntônioNogueira. 
Imagem: Fernanda-Merbach.    
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2 comments:

Anônimo disse...

Acho que as pessoas escrevem e falam muito e fazem pouco "faça o que eu digo e não faça o que eu faço" será que ela faz o que ela escreveu?
Eu acredito que temos buscar o equilíbrio, nem sempre ser OBCECADOS COM “O MELHOR”, mas também não podemos de deixar de buscar o melhor.

Amanda Maria disse...

Gostei demais do texto e dos slides. Realmente essa obsessão por ter cada vez mais apenas nos atrapalha em aproveitar o que nos rodeia,sempre buscamos estar bem,porém este bem estar só se concretiza quando damos valor ao que conquistamos temos em mãos.

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