sábado, 26 de julho de 2014

Política: Banco Santander pede desculpas por texto sobre Dilma


Nesta sexta (25), foi divulgado um texto enviado a clientes do Banco Santander dizendo que se a presidente Dilma Rousseff melhorar nas pesquisas de intenção de voto, juros e dólar vão subir e a Bolsa, cair. O texto, que constou de um informativo períodico enviado a clientes que ganham acima de R$ 10 mil, diz ainda que um cenário favorável à presidente reverterá ganhos em investimentos.
O Governo não se manifestou, mas o fato causou grande desconforto nos gabinetes dos parlamentares, exclusivamente aos que são ligados ao PT, partido da presidente candidata à reeleição. Também foi alvo de comentários nos bastidores do TSE, como uma possível propaganda política negativa às pretenções de Dilma. Em nota, o Santander pediu desculpas que tomará providências internas a respeito. Segundo informações da acessoria interna do Banco, a intenção da nota foi "fazer  uma análise econômica sem qualquer viés político".

Leia matéria na íntegra sobre o assunto:

Texto do Santander sobre Dilma acende alerta, mas governo não se manifesta

Brasília – Desde que foi divulgado, no início da manhã desta sexta-feira (25), que o banco Santander comunicou a clientes que se a presidenta Dilma Rousseff (PT) melhorar nas pesquisas de intenção de voto os juros e o dólar vão subir e a Bolsa tende a cair, o assunto não saiu das rodas políticas em Brasília. O Santander se desculpou, numa nota que confirma o excesso do texto, mas tanto nos bastidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como nos gabinetes de parlamentares do PT na Câmara dos Deputados, informações dão conta que o assunto acendeu uma luz amarela para qualquer tipo de propaganda negativa em relação à presidenta.

No início da tarde, o Sindicato dos Bancários de São Paulo garantiu que fará uma reclamação formal à presidência mundial do banco, sediado na Espanha, por atuação alarmista no Brasil em pleno período eleitoral.  

Já no TSE, assessores do tribunal confirmaram que os ministros, em razão de terem sido procurados por jornalistas para comentar o episódio, chegaram a conversar sobre o assunto, mas preferiram não se manifestar a respeito. O entendimento deles é de que, caso seja feita representação por parte do PT sobre o assunto, magistrados que comentaram o assunto podem ser impedidos votar.

Conforme o assessor de um dos ministros da corte eleitoral, se for interposta representação referente ao assunto junto ao tribunal, uma das opções é argumentar pelo possível descumprimento da resolução 23.404, do TSE, que trata de propaganda e condutas ilícitas em campanha eleitoral. Contudo, como a posição foi de uma instituição financeira da iniciativa privada, advogados veem com reticência qualquer medida neste sentido.

Problema político, não eleitoral

Para o ex-procurador do Maranhão Ulisses Cesar Martins de Souza, especialista em legislação eleitoral, "o assunto pode virar um problema de ordem política para o Santander, mas não uma questão eleitoral."

Conforme a avaliação de Martins de Souza, o Santander pode até ter se exposto demais manifestando a avaliação, mas é muito difícil o gesto ser visto como algo que leve a proporções maiores. "O banco não está pedindo voto nem recomendando candidato algum e, sim, fazendo uma análise do cenário econômico. Não vejo ilicitude nisso, mas um desgaste institucional para o próprio Santander", colocou.

Tanto no Ministério da Fazenda como no Banco Central e no Palácio do Planalto, a postura do governo foi de não se pronunciar a respeito do assunto, mas a notícia causou desconforto no escritório de campanha da presidenta Dilma Rousseff, conforme explicou um parlamentar. "Todo mundo ficou chocado, mas, a princípio, ninguém da campanha vai comentar nada", disse.

Desculpas e providências

O Santander divulgou o texto num informativo que é encaminhado periodicamente para todos os clientes da categoria "Select", que possuem renda mensal superior a R$ 10 mil. A análise foi publicada num texto intitulado "Você e seu dinheiro", com orientações aos clientes. O boletim é de alguns dias atrás, mas foi divulgado somente hoje pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo.

O Santander confirmou a autenticidade do documento, reconheceu que o texto pode permitir interpretações "que não são coerentes" com a diretrizes da instituição financeira, pediu desculpas e disse que tomará providências internas a respeito. De acordo com as informações repassadas pela assessoria interna do banco, a intenção da nota foi "fazer  uma análise econômica sem qualquer viés político."

O episódio lembrou anos eleitorais anteriores, quando empresários chegaram a afirmar que muitos representantes do empresariado deixariam o Brasil se Lula fosse eleito (em 1989 e em 2002) e também quando foram feitas previsões negativas da economia, caso o PT ganhasse as eleições – especulação colocada tanto por políticos como por artistas nacionais e empresários.

O Santander, que possui capital espanhol, liderou, em junho passado, o ranking de reclamações do Banco Central entre as instituições financeiras com mais de um milhão de clientes por ter sido registrado um índice de 1,38 de queixas, número que considera as reclamações procedentes divididas pela quantidade de clientes multiplicada por 100 mil. Nessa lista, fazem parte também o HSBC (cujo índice ficou em 1,06), Banrisul (0,86), Itaú (0,88) e Banco do Brasil (0,74). De capital espanhol, o Santander é o 5º maior banco e o 1º estrangeiro em atuação no Brasil.



Fonte: RedeBrasilAtual
Imagem: reprodução/24/7


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