sexta-feira, 3 de abril de 2015

Política: sempre o sujo falando do mal lavado

Hoje em dia, é extremamente difícil escolher de que lado nos posicionarmos em relação aos representantes do Poder Público. A maioria dos partidos políticos possui em seus quadros pessoas que tem, ou tiveram seus nomes envolvidos em denúncias de corrupção. Lamentável é que alguns deles ainda posam de defensores da ética, da moral e dos bons costumes. Temos vários casos que comprovam essa postura deletéria, também no âmbito do poder privado.
Posto isso, penso ser de fundamental importância pensar duas vezes antes de apontar o dedo para determinado político, ou qualquer pessoa pública, e execrá-la pela prática ou suposto envolvimento em crimes de corrupção. É preciso ter conhecimento e uma reflexão serena se não estamos equivocados, ao formar um juízo sobre o comportamento deste ou daquele. E ter consciência para não sermos injustamente seletivos, por pura comodidade e conveniência. Se considerarmos ao pé da letra os princípios de justiça e democracia, teremos que submeter nossas paixões, inclusive partidárias, se pretendemos não cometer erros e injustiças e visarmos tão somente a disseminação de fatos comprovadamente verdadeiros.

Não bastasse toda sorte de escândalos de corrupção que assola o mundo da política brasileira, envolvendo órgãos do governo, empresas estatais e o setor empresarial, existe ainda uma demanda estéril e raivosa entre determinadas pessoas, alimentada por uma enorme ganância e sede de poder. Estejam elas atuando no setor público ou no privado, tem a descabida pretensão de se colocar acima do bem e do mal, sem qualquer comprometimento com o bem comum.

Em pretensas posições distintas, pois se unem quando lhes é conveniente um objetivo comum para levar vantagem política e monetária, se envolvem mutuamente em denúncias de pilantragem quando a parceria criminosa já não mais lhes interessa. Um procurando denegrir ainda mais a imagem pública do outro, como se essa troca de farpas acrescentasse algo de valor à opinião pública. Quando muito, só conseguem alimentar o repúdio à própria política e disseminar a intolerância e o ódio entre os cidadãos.

Um caso que aconteceu recentemente entre o ex-senador Demóstenes Torres e o senador Ronaldo Caiado, chamou muita atenção e demonstra perfeitamente o que representa essa realidade.



Demóstenes, o falso político, cuja carreira teve um triste fim, que nos áureos tempos de Congresso Nacional fora exaltado pela mídia, exclusivamente pela revista Veja, ao mais alto grau de paladino da ética e defensor do moral e dos bons costumes, fez sérias acusações ao atual líder do DEM no Senado. Atualmente procurador de justiça, Demóstenes Torres publicou um artigo onde afirma que as campanhas de Caiado nos anos de 2002, 2006 e 2010 foram bancadas por Carlinhos Cachoeira.

No passado recente, muito amigo de Torres, Cachoeira foi preso, depois solto, como o pivô de vários crimes apurados na Operação Monte Carlo do Polícia Federal. Dentre eles o de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Operação que resultou também na cassação de Demóstenes, em função de sua proximidade com o contraventor.

“Ronaldo fazia sim parte da rede de amigos de Cachoeira”, escreveu Torres na edição desta terça-feira (31) do jornal Diário da Manhã, de Goiânia, com o título "Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro". “Você rouba, mente e trai”, disparou contra o agora seu desafeto, no artigo em que acusa ainda o senador Agripino Maia, mais um apontado como recebedor de propina, uma moeda tão valiosa no universo da política que compra até a consciência dos homens até então tidos como livres e de bons costumes. Maia, assim como Caiado, são dois dos potenciais parlamentares que se colocam entre os intrépidos e falsos lutadores contra a corrupção.

Críticos ferrenhos do atual governo, constantemente estão desclassificando as ações governamentais, mas nunca cuidam do seu próprio telhado. Ambos participaram das passeatas em protesto à corrupção, contra os atuais governantes. Agripino, mostrou a sua pior face de hipócrita. Caiado, seu caráter preconceituoso e fascista ao desfilar vestindo uma camiseta com uma imagem de mão de quatro dedos, que todo mundo sabe o porquê. Não é preciso nem desenhar.
      
O senador Ronaldo Caiado, evidentemente deu a réplica à Demóstenes Torres. Amigos de véspera onde se tratavam por Vossa Excelência, agora se referem um ao outro como “Bandido”. Torres deu a tréplica.
E nós aqui, espantados e de queixo caído com tanto desfaçatez.

De acordo com os princípios básicos do Direito, ou da justiça creio eu, todos são inocentes até que se prove o contrário, e ao acusador cabe o ônus da prova de qualquer denúncia contra quem queira acusar. Salvo melhor juízo, antes de qualquer sentença condenatória tudo não passa de descabida falação e intriga política entre antagonistas. O que absolutamente não produzirá nenhum resultado positivo. Muito menos irá trazer benefício algum a quem quer que seja. Os espectadores dessas tragicômicas performances encontram-se exauridos em sua capacidade de tolerância. Só os protagonistas é que não enxergam.    

Imagem: reprodução/montagem/247

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