terça-feira, 31 de maio de 2016

Sobre Bolsonaro e a educação

Artigo de Cícero Robson Pereira (*), publicado no Jornal O POVO - "Não levo as divergências políticas para o lado pessoal. Por isso, não me desfaço de amizades com base nessas contendas.
Acredito que uma democracia se fortaleça com as divergências, desde que nos debates sejam observados os limites do respeito e da tolerância. Como profissional da educação, não deixo de me decepcionar com alunos e amigos quando os vejo defendendo o que há de pior na política.

Bolsonaro

Sócrates dizia que se alguém age mal o faz em razão da falta de conhecimento e não por má-fé. Daí a necessidade da filosofia, instrumento de busca da verdade, do bem e da justiça. No entanto, o caminho a ser traçado passa inicialmente pelo lema socrático “conhece-te a ti mesmo”.

A onda de conservadorismo a que assistimos hoje mostra o papel histórico que a educação teve no Brasil, associada ao refinamento pessoal e à aquisição de status social, em detrimento da formação ética e humanista. Por isso, é de suma importância nos conhecermos enquanto brasileiros para que possamos nos transformar.

Os momentos de crise social trazem consigo o questionamento dos valores e a defesa de soluções “mágicas”, por meio de uma “liderança” política com viés personalista e autoritário. Tal é o que vem ocorrendo no País quando os modelos de representação política estão esgotados e não sabemos para onde ir.

O recente culto à personalidade do Jair “Messias” Bolsonaro, um político delirante, fascista e limitado intelectualmente, nos lembra que a história “acontece como tragédia e se repete como farsa”. Porque apostar em modelos sociopolíticos prontos, mesmo fadados ao fracasso, torna-se quase uma necessidade.

O autoritarismo das relações cotidianas insiste em se perpetuar porque “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, já dizia Belchior, que provavelmente escolheu o autoexílio como um refúgio à nossa barbárie cotidiana. O peso da tradição é forte, e tenho a impressão de que vivemos um eterno retorno ao passado como solução para os problemas do presente.

Mesmo diante de tantas adversidades, nós, professores, devemos persistir e trabalhar para a construção de uma educação humanista e libertadora. Continuemos!"

(*) Cícero Robson Pereira, é sociólogo, professor e servidor público

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