Política: Presidencialismo de coalizão e fisiologismo incontrolável
A Constituição de 88 criou um sistema político que não é nem presidencialismo,
nem parlamentarismo. É um frankenstein que fica entre os dois. Ainda que o
propósito presumido (ou alegado…) tenha sido a democratização das decisões
executivas através do controle e/ou participação do Legislativo, o sistema
criado, chamado de Presidencialismo de Coalizão, deu oportunidade para o
surgimento de partidos sem ideologia ou programa, cujo único propósito é a
formação de coalizão para participação no governo, como o PMDB, que não teve
candidato próprio à presidência desde a redemocratização e já tem o 3º
vice-presidente alçado à presidência (Sarney, Itamar, Temer) e sintomaticamente
é o maior partido brasileiro, e os incontáveis outros partidos nanicos que
compõem a coalizão governamental.
Todo mundo quer seu pedaço em troca do apoio
parlamentar. E nesse sistema o governo é impossível sem maioria
parlamentar.
Outro resultado desse sistema de Presidencialismo de Coalizão
foi o imediato inchamento de todo partido que ocupe a presidência, com a
acorrida de parlamentares para o partido agora governista.
Vimos o inchamento do
PSDB na era FHC tanto quanto o inchamento do PT na era Lula/Dilma, assim como o
esvaziamento desses partidos tão logo saíram do poder.
As movimentações parlamentares posteriores ao golpe começam
agora a mostrar quem realmente pertence à base ideológica do PT e quem está - ou
estava - ali fisiologicamente. É a oportunidade do partido se desvencilhar dos
chupins e voltar às bases, algo reivindicado pela militância há anos. Espero que
o processo continue e tenha sucesso.
No entanto resta um problema: o nosso
sistema político continua sendo o dito Presidencialismo de Coalizão… Creio que
para mudar o sistema seria necessário uma ampla reforma política, senão uma
revisão constitucional. Mas como mudar o sistema com um Parlamento eleito por
esse sistema?
Fonte: publicado por Zeca Moraes, em sua página no Facebook

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