sexta-feira, 19 de julho de 2019

Educação: fundador do "Escola sem Partido" lamenta o fim do projeto e critica Bolsonaro

Do Desacato - O movimento criado para perseguir professores e tentar convencer estudantes a constranger profissionais da educação está chegando ao fim. E pelas lamentações apresentadas por Miguel Nagib, fundador do "Escola sem Partido", o motivo principal para desistir de suas ações é falta de dinheiro. Ele também reclama de falta de apoio por parte do presidente da República e da classe empresarial.
Em entrevista para o jornal O Globo, ele condiciona a volta da sua iniciativa à obtenção de recursos, sejam eles públicos ou privados. "Quem banca tudo sou eu. Gostaríamos de colaborar com a sociedade, achamos que o projeto é importante. Há várias iniciativas que têm apoio de empresários e achamos que a nossa é uma causa de interesse público"m afirmou Nagib.

Segundo ele, vários políticos se elegeram no ano passado com o discurso do "Escola sem Partido", mas depois que conseguiram seus cargos deixaram a pauta de lado. "Desde a transição, não lembro de ter ouvido falar mais em 'Escola sem Partido'. Por alguma razão, o tema sumiu do radar do presidente", reclamou Nagib, nas redes sociais. 

Em um trecho dessa postagem, onde afirma que encerrará as atividades do movimento a partir do dia 1º de agosto, Nagib resume bem a sua atuação para ajudar a eleger candidatos que aproveitaram a onda conservadora para atacar professores e ativistas da educação. "Fiz papel de bobo".  

[De acordo com matéria publicada na página Educação do site Terra, O 'Escola sem Partido' enfrenta duras críticas de universidades e entidades de professores e de alunos, que argumentam que a proposta configura censura contra os docentes e prejudica o acesso de estudantes à informação e à pluralidade de ideias. 

Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto viola compromissos do Brasil com a educação e a liberdade, e diz que o projeto representa uma "restrição indevida ao direito de liberdade de expressão de alunos e professores no Brasil". A ONU alerta ainda para o risco de se impedir discussões sobre gênero e diversidade sexual, "fundamental para prevenir estereótipos de gênero e atitudes homofóbicas por estudantes".

A falta de definição do que é "doutrinação ideológica" também é criticada, porque "virtualmente qualquer prática educacional de um professor pode ser condenada". Isso acaba prejudicando "o desenvolvimento de um pensamento crítico entre estudantes e a habilidade de refletir, concordar ou discordar com o que é exposto em aulas".]

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Imagem: reprodução/Foto: Facebook/Estadão

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