A retomada do crescimento econômico anunciada pelo governo Bolsonaro é uma ilusão, diz economista
O empresariado brasileiro está "comemorando" antecipadamente possíveis ganhos de curto prazo, como a redução dos custos do trabalho, por exemplo. Mas para o economista da Unicamp Denis Maracci Gimenez, o fato por si só não faz parte de um processo de recuperação sustentável e vigorosa da economia.
Para o economista, fatores determinantes para a economia voltar a crescer como consumo das famílias e investimentos, de governos e empresas, não existem hoje no Brasil.
Para Gimenez, que faz parte do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com doutorado em Desenvolvimento Econômico, a análise do cenário econômico nacional, depois de um ano de governo Bolsonaro, ou de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, não há no horizonte nenhuma articulação entre o setor privado nacional e o setor público, sob a gerência do Estado, que aponte para o caminho da retomada do crescimento.
Segundo o economista, alguns fatores para um crescimento robusto - como consumo das famílias e investimentos (e governos e empresas) - estão apagados do ambiente econômico. Algumas medidas comemoradas pelo empresariado e por setores da mídia comercial, como a reforma da Previdência e o acirramento da desorganização do mundo do trabalho após a reforma trabalhista, são incapazes de fazer o país voltar a crescer de maneira consistente.
Segundo Gimenez, está sendo vendida para a opinião pública, pelo governo e seus colaboradores nos meios de comunicação, uma ideia falsa. A de que algumas reformas feitas e outras que estão sendo prometidas serão capazes de induzir a uma recuperação mais adiante. Projetar por exemplo um PIB de 2% em 2020 como "boa notícia", depois de cinco anos de economia estagnada por falta de projeto de desenvolvimento, é uma ilusão.
O economista ressalta ainda, que "é impossível sair da estagnação sem uma ação ordenada e estratégica do Estado". "Nenhum país do mundo, em tempo nenhum da história, conseguiu recuperar e desenvolver sua economia, criar empregos decentes e promover alguma distribuição de renda sem um Estado atuante - é o pensamento de Guedes é criar um Estado ausente", disse Denis Maracci Gimenez em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Fonte: RBA
Imagem: reprodução/Foto: Valter Campanato/BR

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