Dallagnol não sabia de nada. Por Moisés Mendes


Dallagnol, o procurador que tudo sabia, o Faro Fino da Lava-Jato, não sabia que seu colega procurador Daniel Holzman Coimbra, de Curitiba, que colaborou com a Lava-Jato, é casado com a juíza que lavrou a sentença do caso acionado pelo próprio Dallagnol contra Reinaldo Azevedo.
Dallagnol, o procurador esperto, não sabia que o procurador que também caçou corruptos no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal no Paraná (Gaeco), é casado com a juíza que, por acaso, avalizou a decisão de uma juíza leiga no processo com sua acusação contra o jornalista e determinou que Azevedo pague R$ 35 mil ao procurador chefe da Lava-Jato.
Quem assinou a sentença foi a juíza casada com o procurador colega de Dallagnol. E Dallagnol, o investigador que tudo sabe, disse hoje que não sabia de nada.
Imagem: reprodução/Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
[Mulher de amigo de Deltan condena Reinaldo Azevedo a pagar danos morais: "O jornalista Reinaldo Azevedo, em sua coluna na Folha de S.Paulo, que foi condenado indenizar o procurador Deltan Dallagnol, na quantia de R$ 35 mil. (...) O truque de ganhar com gol de mão e jogando em casa é uma característica lavajatista. Dallagnol tem "processado" jornalistas na própria Procuradoria da República de Curitiba. O atalho do Juizado também foi o tiro certo de Dallagnol para condenar a União por supostas ofensas do ministro Gilmar Mendes. (...) "Não descarto que a juíza Sibele possa estar convencida de que sou culpado e de que o parceiro e amigo de seu marido tem razão na sua demanda. Mas o Código de Processo Civil protege querelantes, querelados e juízes dessa situação vexatória", afirma Reinaldo na coluna. Ele se refere ao inciso I do artigo 145 do Código de Processo Civil, que diz que um juiz é suspeito quando "amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados".]
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