terça-feira, 5 de abril de 2022

O fenômeno que tem 1% nas pesquisas. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Eduardo Leite, com 1% da preferência dos eleitores, segundo o último Datafolha, é um caso a ser estudado. É um fenômeno único da política brasileira. Nunca antes um candidato com 1% foi apresentado como alternativa da direita nem de partido algum.
www.seuguara.com.br/pesquisas eleitorais/Eduardo Leite/Doria/PSDB/

Nem Cabo Daciolo aparecia com apenas 1% nas pesquisas de 2018. Nem Levy Fidelix, falecido presidente do PRTB.


Nunca antes na democracia brasileira um pré-candidato com 1%, que não é candidato de partido algum, foi apresentado pela imprensa com tanto cartaz, e agora como potencial candidato da terceira via que não existe.


O PSDB, que deseja trocar João Doria por Leite, decidiu, por iniciativa da cúpula de caciques do partido, que os tucanos irão financiar a pré-campanha de Leite em suas andanças pelo país.

O gaúcho sairá pelo Brasil, atrás principalmente dos votos dos jovens, conforme anunciam jornalistas amigos dele. E às custas do PSDB. Mas o candidato do PSDB é Doria.


Com 1% de preferência, o sujeito que pretende dar o golpe em Doria poderá comemorar manchetes como esta, nas próximas pesquisas:

Leite dobra seu índice e chega a 2%. 


Imagem: reprodução

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A sabotagem da vacina

A Folha relembra hoje [04/04] um episódio que quase foi esquecido, a tentativa de sabotagem de Eduardo Leite ao início da vacinação, em janeiro do ano passado. Foi a primeira tentativa de golpe em Doria.


Willian Sampaio de Oliveira, ex-secretário particular de Geraldo Alckmin e ex-secretário-adjunto de Segurança de José Serra, diz que é natural que Eduardo Leite seja contrário à candidatura presidencial de João Doria.

"Foi ele que, a pedido do governo Bolsonaro, quis evitar o início da vacinação no Brasil", diz Sampaio.

Ele faz referência à tentativa de Leite de convencer Doria a adiar o início da vacinação após solicitação do general Luiz Eduardo Ramos (hoje secretário-geral da Presidência).


Leite admitiu depois, e publicamente, que de fato telefonou para Doria, por solicitação do general de Bolsonaro. Os generais queriam tirar de Doria a bandeira do começo da imunização.

Se dependesse do tucano gaúcho, que estava sob as ordens dos militares, a vacinação deflagrada com a CoronaVac não teria sido iniciada. O paulista não aceitou a pressão e foi em frente. 

Hoje, Leite tenta aplicar mais um golpe em Doria. 

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A dinheirama 

Ingênuos ou que se fazem de ingênuos acham que a busca por um candidato, como Kassab faz no PSD, é apenas isso, a busca desesperada por um candidato a presidente. 

É também, e muito, o esforço para manter controles sobre as verbas do partido. É muito dinheiro. Nunca os partidos viram tanto dinheiro.


A notícia de hoje é esta. A Justiça Eleitoral terá o desafio de fiscalizar o uso de R$ 5 bilhões de verna pública destinada à campanha de 2022 com estrutura similar à de quatro anos atrás, quando o fundo eleitoral era de R$ 1,7 bilhão.

A dinheirama da campanha eleitoral pode ajudar Bolsonaro a movimentar a economia.

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Bandidos

Eduardo Bolsonaro debochando da tortura sofrida por Miriam Leitão. Terá mais 1 milhão de votos, além dos que já recebeu em 2018, porque esse é um país em que há eleitores tão bandidos quanto os bandidos eleitos.

Mais é preciso perguntar: o que Miriam Leitão, Merval Pereira e seus colegas da Globo fizeram para que adoradores de torturados não fossem eleitos? Quase nada.


Bateram todo o tempo em Lula, em Dilma, no PT e nas esquerdas. Bolsonaro e os filhos só existem porque os jornalistas da Globo deixaram que eles crescessem a reboque do lavajatismo.


Miriam Leitão já condenou as torturas sofridas por Dilma, mas não fez nada de excepcional. Era só o que faltava uma torturada calar diante das torturas sofridas pela única mulher eleita presidenta do país.


E o que vai acontecer com Eduardo Bolsonaro? Nada, nada, nada. Como não aconteceu com o pai dele e com todos os que idolatraram torturadores. Nunca acontece nada.

É constrangedor também que a notícia sobre o deboche de Eduardo apareça na capa dos sites, inclusive da Folha, mas não na capa do Globo, onde Miriam trabalha. 

O Globo escondeu o ataque covarde sofrido pela sua principal colunista.


(Para quem ainda não sabe, o fritador de hambúrguer escreveu no Twitter: "Ainda com pena da cobra". A frase faz referência à tortura sofrida por Miriam durante a ditadura, quando era militante de esquerda e foi presa e colocada nua em um quarto escuro com uma cobra jiboia.)

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Fraco 

Para celebrar mais uma vitória na Justiça contra Luciano Hang, Felipe Neto postou um vídeo onde debocha do empresário bolsonarista e, ao final da produção, uma série de pessoas surgem dançando a coreografia da música Envolver, da cantora Anitta e que ficou em primeiro lugar no Spotify mundial.

O link está abaixo:

https://twitter.com/felipeneto/status/1508972375118909440?fbclid=IwAR0ByRiVwXTgsdKQctZdC8jaam_K2I8SM2BRrV0_fm-Zu2XI-d-4IX6GHx4


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