quinta-feira, 12 de maio de 2022

Política de preços da Petrobras arrasa caminhoneiros em todo país

Por Gabriel Ronan e Simon Nascimento, no jornal O Tempo: Enquanto a Petrobras acumula um lucro astronômico de R$ 44,5 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano, caminhoneiros autônomos e empresários de todo o país sofrem e estão deixando de trabalhar por não terem recursos para arcar com o óleo diesel.

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No início desta semana, a estatal anunciou um reajuste de 8,9% sobre o preço do insumo principal para o transporte rodoviário, elevando o valor do litro nas bombas em praticamente todas as regiões do Brasil.


Olívio Souza trabalha como caminhoneiro há 12 anos em Governador Valadares, na região do Rio Doce. "De um frete de R$ 10 mil, mais de 75% vão para o combustível. Se você colocar nessa conta o que gastamos com manutenção da carreta, praticamente o que sobre é cerca de 10% do frete. Hoje, a gente ganha menos que antes de 2018", conta ele, que transporta principalmente materiais de siderurgia com destino ao Nordeste, sobretudo a Bahia.


"A situação do caminhoneiro é desesperadora. Para ir longe, tem que negociar um valor melhor do frete ou então vai ter uma dificuldade muito grande para voltar", disse o presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, José Natan Emilio, referindo-se a rotas saindo de Minas com direção ao Nordeste e ao Centro-Oeste do Brasil.


"Agora, praticamente, o caminhoneiro não tem como rodar mais, porque o diesel consome tudo. Se não tiver um contratante que entende disso, ele não roda e vai mudar de ramo". afirmou. 

José Natan afirma ainda que precisou, inclusive, paralisar o caminhão com que trabalhava. O veículo, segundo ele, precisa de manutenção, mas não há recursos suficientes para arcar com os custos de oficina.


"Por incrível que pareça, o frete barateou. O que eu fazia por R$ 700, hoje tem gente fazendo por R$ 450, R$ 500, compara. O sindicalista orienta a categoria a comunicar os credores sobre a situação financeira precária a fim de evitar novas cobranças.


Tanqueiros 

"A categoria, mais uma vez, foi surpreendida com esse aumento da Petrobras. Os acionistas só estão olhando para eles", diz o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado (Sindtanque), Irani Gomes.


"Também estamos prejudicados pela questão do governo estadual por conta do ICMS. O combustível aumenta, e o governo estadual não faz nada pela sociedade", diz Gomes.

O presidente do Sindtanque defende que o governo de Minas poderia fazer mais para reduzir o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). 


Atualmente, a alíquota está em 15%, a partir do congelamento anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo) no ano passado, mas Gomes defende 12%.


Enquanto falta sensibilidade para a Petrobras, já é nítido o esvaziamento das rodovias, visto que muitos profissionais optam por não rodar justamente para evitar prejuízos. E, de acordo com analistas de marcado, a tendência é de novas altas até o fim deste ano.


Imagem: reprodução/Foto: Flávio Tavares/O Tempo


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