quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Caso não demita ministra do Turismo por causa de ligação com miliciano, Lula será alvo fácil da oposição

Redação Ucho.Info: O governo do presidente Lula está ainda no seu prefácio, mas algumas polêmicas que já brotam na Esplanada dos Ministérios exigem tomada de providências. A mais rumorosa envolve a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida com Daniela do Waguinho, acusada de envolvimento com um miliciano condenado por homicídio e associação criminosa.
www.seuguara.com.br/Daniela Carneiro/ministra do Turismo/

O vínculo político de Daniela Carneiro, reeleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, com o ex-policial militar Juracy Alves Prudêncio, conhecido com "Jura" e acusado de comandar uma milícia na Baixada Fluminense, foi revelado na terça-feira (3) pelo jornal "Folha de S. Paulo".

A reportagem mostrou que a ministra também teve o apoio de Giane Prudêncio, ex-vereadora e esposa do ex-policial durante as campanhas de 2018 e 2022. 


Em 2018, a agora ministra do Turismo usou a palavra "liderança" ao referir-se ao miliciano, quando publicou nas redes sociais fotos ao lado de "Jura" e sua esposa. Na ocasião, o miliciano estava condenado e preso, mas tinha autorização para deixar a prisão durante a semana para trabalhar.

Á época "Jura" cumpria expediente como assessor na Prefeitura de Belford Roxo, cujo prefeito era o marido da ministra, Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como Waguinho. Após a publicação da matéria da "Folha", a ministra apagou a postagem das redes sociais.


O que diz a ministra


Após uma campanha com relatos de intimidação e atuação irregular de policiais, Daniela Carneiro foi a deputada mais votada do Rio de Janeiro, recebendo 213,7 mil votos. Sua indicação para o Ministério do Turismo também se deve à sua participação - do marido também - no segundo turno na campanha de Lula.


A ministra afirmou à "Folha", em nota, que recebeu apoio em vários municípios e destacou que isso não significa compactuar com quem comete ato ilícito.

"Ela ressalta que o apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito. Daniela Carneiro salienta que compete à Justiça julgar quem comete possíveis crimes", afirmou a assessoria da ministra, que negou qualquer relação com a contratação do miliciano pela Prefeitura de Belfort Roxo.


Medida esperada


Caso queira evitar cobranças maiores, até porque a polêmica tende a crescer, Lula deveria procurar o União Brasil e expor a necessidade de o partido indicar outro nome para comandar o Ministério do Turismo.

O mínimo que se espera de Lula é que trabalhe nos bastidores para que a ministra peça demissão, pois do contrário a situação do governo deve piorar. Afinal, o agora presidente da República acusou Jair Bolsonaro, durante a campanha, de ligação com milicianos.


Lula, em conversas reservadas, tem dito que não vê motivos para afastar Daniela Carneiro do comando da pasta do Turismo. O presidente alega que a ministra pode ser alvo do chamado "fogo amigo", mas bancar a nomeação depois de uma eleição polarizada e cujo resultado foi por pequena margem pode ser suicídio político.


Não se trata de condenar antecipadamente a ministra do Turismo, que não é responsável pelas atividades ilícitas de apoiadores políticos. Contudo, no âmbito de um governo que tem "telhado de vidro" deveria prevalecer o ditado popular que remonta à época do Império Romano: "A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta".


Imagem: reprodução


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