segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Corrupção - justiça quebra sigilo de Primo, o homem-bomba do escândalo da Siemens

Nem todo o crime de corrupção tem origem exclusivamente no poder público, com os políticos. Engana-se quem acredita apenas sob esse aspecto. O setor privado também é vertente de toda a sorte de delitos contra o próprio Estado e a sociedade. Na maioria das vezes praticados em conluio com eminentes personalidades que exercem função nos mais altos escalões da esfera do poder federal, estadual e municipal.
Evidentemente por interesse próprio e de seus comensais.

Aviso desnecessário aos navegantes: o redator do blog do guara, apesar de possuir o mesmo sobrenome, não tem qualquer laço de parentesco com o Sr. Adilson Primo (Mr. Siemens), personagem central da matéria que transcrevo abaixo, na íntegra.
A matéria foi publicada domingo (01) no Tijolaço, por Fernando Brito.


Homem-bomba do escândalo Siemens teve sigilo quebrado. Vem coisa daí



Há exatos quatro meses, este Tijolaço perguntava porque o “jornalismo investigativo” não se interessava na figura do ex-presidente da Siemens, Adilson Primo,  demitido desonrosamente em 2011, depois de 34 anos na empresa e tão prestigiado nela que chegou a ser cotado para presidente mundial  da multinacional alemã…
Demorou ainda um mês para que fizessem algumas matérias  sobre ele e abandonou-se essa linha.

Mas a Justiça não estava tão desinteressada quanto os jornais.

Hoje, matéria do Estadão revela que que em agosto, o juiz Fabio Rubem David Müzel, da 6.ª Vara Criminal Federal, já havia determinando ao Banco Central que encaminhasse ao inquérito  em planilha e dados tabulados “todas as informações sobre remessas e recebimentos de recursos internacionais e de operações de câmbio, além de outros recursos no exterior e declarações de bens e capitais relacionados ao sr. Adilson Primo.”

Primo, presidente da empresa durante dez anos, é a peça-chave para o esclarecimento dos casos de corrupção envolvendo os governos tucanos em São Paulo e o do Distrito Federal, quando governado por José Roberto Arruda, de quem ele era amigo e ex-colega de faculdade em Itajubá. Tão próximo que Arruda, nos documentos que os tucanos tentam desqualificar, era chamado na empresa de “Mr. Siemens”.

Há, como já se falou aqui, uma conta em Luxemburgo mantida por Primo com € 6 milhões – R$ 19 milhões – no Banco Itaú em Luxemburgo e, agora, a informação que ele sacou mais R$ 1 milhão num fundo de investimento da própria Siemens, para transferi-lo a sua mulher, Thalita Cravieri Vicente.

Como a nossa imprensa está muito preocupada em ver se há manchas no tapete no hotel onde José Dirceu vai trabalhar, o Tijolaço dá uma ajudinha à reportagem.

No dia 28 de novembro de 2011, um mês e meio após sua demissão, Adilson e Thalita abriram a ABR Participações, com capital de apenas R$ 1 mil, 99,9% dele.  Dia 15 de dezembro a empresa foi registrada na Junta Comercial de São Paulo, com a finalidade de comerciar imóveis próprios. Em fevereiro o capital foi aumentado para quase R$ 14 milhões, em dinheiro e com uma casa de 350 metros quadrados em Barueri. Hoje, o capital da empresa é de perto de R$ 12 milhões.

Este não é o dinheiro de Luxemburgo, que está órfão, porque Primo diz que não sabia da conta e a Siemens diz que não era dela, como ele alega.

Primo sabe de tudo.


Fonte: Tijolaço
Imagem: reprodução/blogdomeireles


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