terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Deutsche Bank pagará US$ 20 mi para acabar com acusações envolvendo Maluf


Uma notícia estarrecedora e ao mesmo tempo reflexiva. Paulo Maluf, sempre foi um exemplo emblemático de político envolvido em grandes escândalos de corrupção, que estranhamente permanece impune. Transita incólume e impoluto nos meios políticos. Conhecedor dos labirintos da imunidade e dos pontos obscuros das Leis, permanece onde os garras da justiça brasileira não consegue alcança-lo.
Envolvido em um esquema de desvio de dinheiro tão fenomenal, que comparado ao chamado “maior escândalo de corrupção do país” faz o suposto desvio de dinheiro público feito por outros políticos condenados no processo do “mensalão”, parecer uma picuinha. Pense melhor sobre esta proposta de indenização milionária recebida pelo judiciário brasileiro do Deutsche Bank, para encerrar o processo de investigação contra Paulo Maluf. Depois, pense aonde foi parar o dinheiro supostamente desviado no esquema do “mensalão”.

Não se deve esquecer outros crimes cometidos, como Caixa 2 e compra de deputados (!?) neste processo. Mas, trace um paralelo com o valor das multas pecuniárias impostas aos réus condenados pelo Supremo, que curiosamente foram ou serão quitadas através de “vaquinha” espontânea feita pelos correligionários, simpatizantes e amigos do Partido político dos réus (PT).

Guardadas as devidas particularidades entre os processos e seus trâmites judiciais, conclua que deva existir qualquer coisa errada no sistema judiciário brasileiro. Que também precisa de reforma urgente. Outra vez devo dizer que a Lei foi, ou deveria ter sido feita, para punir todos os “fora da Lei” indistintamente, sem parcialidade. Como diz o ditado popular, “pau que dá em Chico é o mesmo que dá em Francisco”. Deveria, mas na realidade, não é bem assim que acontece. Por ora, aquele que tem maior poder financeiro (legítimo ou não) tem menor chance de ir parar atrás das grades.

Um cidadão amigo citou em conversa informal, sobre o julgamento do “mensalão”: – "Tá confirmado. Cadeia no Brasil foi feita para 'preto, pobre, prostituta e petista' (a palavra certa é outra, mas como a prostituição não escolhe classe social, nem partido político, fica mais “elegante”, dizer prostituta…). Antes de qualquer reação de outra pessoa no grupo, um interlocutor acrescentou: – "Não! o correto é, 'político, petista e poderoso'.

No contexto, a primeira expressão apesar de “chula”, me parece mais verdadeira. 
  
Abaixo, a notícia na íntegra.
          

Deutsche Bank pagará US$ 20 mi para acabar com acusações envolvendo Maluf 



"SÃO PAULO, 24 Fev. (Reuters) - O Deutsche Bank concordou nesta segunda-feira em pagar 20 milhões para encerrar um processo em que é investigado por administrar recursos desviados da prefeitura de São Paulo na década de 1990.

O Deutsche Bank deve fazer o pagamento nos próximos 60 dias, disse Silvio Marques, promotor do caso, em entrevista por telefone à Reuters.

Marques disse que mais de 200 milhões de um esquema supostamente liderado pelo ex-prefeito Paulo Maluf e outras autoridades foram movimentados em contas bancárias do Deutsche.
Os esforços para encontrar os advogados de Maluf para comentar o assunto não tiveram êxito.

Tribunais do Brasil e de Jersey conderaram Maluf, hoje deputado federal pelo PP de São Paulo, por várias acusações. Outros processos ligados a acusações de corrupção, enquanto ele foi prefeito de São Paulo entre 1993 e 1996 ainda estão em análise. Maluf negou várias vezes qualquer irregularidade.

O acordo com o Deutsche Bank provavelmente vai adicionar pressão sobre o UBS, Safra National Bank of New York e Citigroup a pagar indenização por acusações semelhantes, disse Marques.

Os bancos podem ter de pagar entre 60 milhões e 70 milhões de dólares para resolver acusações de que também receberam depósitos e movimentaram dinheiro do esquema.
"O Deutsche Bank está satisfeito por ter resolvido este assunto, após ter cooperado plenamente com as autoridades em sua investigação", segundo declaração do banco com sede em Frankfurt.

Representantes de Citigroup, Safra e UBS não puderam ser contatados.

De acordo com Marques, mais de 2 bilhões de reais em ativos de duas empresas controladas por filhos de Maluf estão congelados. Estima-se que 340 milhões de dólares tenham sido desviados pelo esquema. Desse total, apenas 6 milhões de dólares retornaram ao país, disse Marques.


(Reportagem de Guillermo Parra-Bernal)
Imagem: reprodução/infomoney


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