quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Há 100 anos o futebol parava a primeira guerra mundial

Para lembrar os cem anos da trégua de Natal durante a Primeira guerra Mundial, jogadores do futebol da Inglaterra do passado e do presente, técnicos e árbitros participaram de um vídeo recitando o poema “The Game, Christmas Day 1914” (em tradução livre: O Jogo, Dia de Natal de 1914). Nele aparecem, o zagueiro belga do Manchester City Vincent Kompany, o goleiro Wojciech Szczesny, do Arsenal, e o atacante Charles Austin, do Queens Park Rangers.
Entre outros que recitam o poema no vídeo, estão o ex-meia inglês Trevor Brooking e o juiz da final da Copa do Mundo de 2010, Howard Webb. 
O poema foi composto por por Ian McMillan, inspirado em ideias, imagens e linhas escritas por jovens jogadores britânicos da Premier League sub-12, durante as visitas aos campos de batalha de Ypres, em novembro de 1914.
A trégua de Natal de 1914, retrata o momento em que soldados dos dois lados abaixam as armas e começam um jogo de futebol.


De acordo com a reportagem de Martyn Herman para o site Terra, "o vídeo é um dos eventos da série Footbal Remembers, apoiada pelo Campeonato Inglês, pela associação nacional de futebol da Inglaterra, a liga de futebol do país e o Conselho Britânico, que relembra o conflito de 1914 a 1918.

No confronto desta sexta-feira (26), entre o líder do campeonato inglês Chelsea, e  o time do West Ham, as duas equipes londrinas farão um minuto de aplausos antes do jogo, para lembrar jogadores dos dois clubes, mortos em combate.

Quem contou melhor esta história, sobre o futebol ser uma força transformadora ao longo dos tempos, foi Leandro Stein no site Trivela. Siga lendo.

Há 100 anos, o Natal deixava evidente a força do futebol para transformar o mundo

Existem muitas lendas em torno do que se conta sobre a Trégua de Natal de 1914. Diante de uma história que se tornou comercialmente lucrativa, exagerar no enredo atende a muitos interesses. O que se sabe é que, há exatos 100 anos, os soldados pararam a Primeira Guerra Mundial em alguns trechos do Front Ocidental para confraternizar. Em “terra de ninguém”, britânicos e alemães cruzaram as trincheiras para trocar presentes, abraços e alimentos. E também para bater uma bola. Hoje em dia, não importam tanto as proporções que episódio tomou. O futebol era um dos propulsores da paz entre inimigos. O sinal mais concreto de como ele poderia mudar a sociedade, e que se consagrou no imaginário popular. Pela primeira vez, o mundo pôde perceber de maneira clara essa força.

Quando a Primeira Guerra estourou, o futebol já tinha 50 anos de institucionalização e séculos de existência. Em um passado tão rico, obviamente, a modalidade havia mudado a realidade além das quatro linhas – o que conseguimos perceber mais facilmente no presente, graças à luz do passado. Como em 1314, quando o Rei da Inglaterra proibiu a “disputa com bolas enormes” para não atrapalhar o seu contingente de guerra. Ou em 1883, quando um time formado por operários conquistou pela primeira vez a Copa da Inglaterra, simbolizando a popularização do jogo além da aristocracia. A Trégua de 1914, porém, foi um momento ímpar até então. Porque nunca o futebol tinha deixado tão evidente que poderia interferir em um evento de proporções muito maiores e na própria sociedade. Ainda que fosse um elemento entre tantos outros naquela confraternização, ele ajudou a interromper a guerra mundial.

Em 1914, o Reino Unido centralizava o futebol mundial, expandido para além da Grã-Bretanha principalmente nas três décadas anteriores. O que envolvia a ilha tinha um significado muito maior para o esporte, já que foram os operários, marinheiros, engenheiros, estudantes, professores e outras classes britânicas que expandiram o futebol pelo mundo. E a Primeira Guerra Mundial talvez seja mais simbólica para os súditos da Rainha do que a Segunda Guerra – a forma como a memória dos soldados é resgatada no Dia da Recordação enfatiza isso. Entre tantos simbolismos, por isso o bate-bola entre britânicos e alemães no front também se torna emblemático.

E não foi pela Trégua de Natal que o futebol deixou de ser utilizado pelos combatentes. A partir de então, muito mais pelo próprio fortalecimento dos exércitos do que para a paz com o inimigo. Ele era incentivado pelas autoridades para desenvolver o físico, promover o trabalho em equipe, manter a disciplina e elevar o moral dos soldados. Também passou a ser praticado pelas mulheres na Inglaterra, dando uma válvula de escape à população local. E, mesmo na França, aproximou ainda mais as duas principais tropas aliadas.

Abaixo, um belo vídeo da Fifa que mostra como a Trégua de Natal é explorada, mas que representa bem os simbolismos do evento. Matéria completa Aqui.

(com informações do Terra)
Imagem: reprodução/somerstFA

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