Protestos: pesquisa da USP mostra força da desinformação
Por exemplo, as pesquisas sobre intenção de voto realizadas sobre o último pleito para presidente da República, davam como certa a vitória do candidato de direita. Outras, que a atual presidente seria reeleita. No final, Dilma Rousseff ganharia por uma estreita margem de votos. Mas, um fato importante revelado nas pesquisas e confirmado depois do resultado das eleições, foi o expressivo número de votos brancos e nulos nas últimas eleições.
Fato que comprovou, que mais ou menos vinte e três milhões de eleitores não teve preferência por nenhum dos dois candidatos, para administrar o país nos próximos quatro anos. E revelou um sentimento de desencanto e decepção, que cresce a cada dia nas mentes dos cidadãos em relação à política brasileira e os políticos. Uma pesquisa exclusiva e recente, igualmente revelou um outro importante aspecto. Porém, diz respeito exclusivamente ao cidadão que participou dos últimos protestos contra o governo e governantes.
Por ter chamado muita atenção da opinião pública, os protestos de domingo (12) contra o governo de Dilma Roussef, contra o Partido do governo (PT), a corrupção, que tinha como um dos objetivos pedir a saída da presidente, foram objeto de uma pesquisa que revelou um dado importantíssimo. Algo além das imagens tragicômicas que pudemos observar através das faixas e cartazes nas mãos dos manifestantes anti-governo. Mais precisamente, sobre o comportamento e o perfil daqueles que ocuparam a Avenida paulista na capital São Paulo, no último domingo.
Os dados da pesquisa foram elaborados pela professora de Relações Internacionais da Unifesp Esther Solano e pelo filósofo Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP); para Esther, a "despolitização" é "impressionante".
Pesquisa da USP mostra força da desinformação
![]() |
Imagens do protesto contra o governo na Avenida Paulista - reprodução/montagem/247 |
As respostas das 571 entrevistas com manifestantes maiores de 16 anos, feitas entre 13h30 e 17h30, mostram que 73% não confiam nos partidos, 70% não confiam nos políticos e 64% acreditam que o PT quer implantar um regime comunista no Brasil.
Dos entrevistados, 71% acreditam também que Lulinha, o filho do ex-presidente, é sócio da Friboi e 53% que o PCC é um braço armado do PT. Para 56%, o Foro de São Paulo quer criar uma ditadura bolivariana no Brasil.
"O PT trouxe 50 mil haitianos para votar na Dilma nas últimas eleições" foi uma frase que recebeu a concordância de 42,6% dos manifestantes que responderam à pesquisa. Esse resultado em especial foi criticado hoje pelo presidente do PT, Rui Falcão (leia mais).
A maioria também não aponta nenhuma liderança política como referência. Apenas 8% citaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e 12%, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os políticos que mais receberam a confiança dos entrevistados foram Geraldo Alckmin (29%), José Serra (23,8%), Aécio (22,6%) e Jair Bolsonaro (19,4%).
O levantamento foi coordenado pela professora de Relações Internacionais da Unifesp Esther Solano e pelo filósofo Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo. "Entre um público que se autodefine como de direita ou de centro-direita [46%, segundo o Datafolha], políticos de oposição deveriam estar melhor colocados", comentou Esther Solano. Para ela, a "despolitização" é "impressionante".
Confira aqui a íntegra da pesquisa.
Fonte: brasil247
Imagem: reprodução/Facebook

Clique aqui para assinar nosso feed. O serviço é totalmente gratuito.
0 comments:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para agregar valor à matéria. Obrigado.