sábado, 11 de janeiro de 2020

Política e religião: Bolsonaro pretende 'aliviar' conta de luz das igrejas

Segundo o Estadão, Bolsonaro pretende conceder subsídio na conta de luz para igrejas com templos religiosos de grande porte. Versão de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia a pedido do presidente e enviada para o Ministério da Economia, que é contra a medida. Apesar de pretender beneficiar todas as igrejas, o alvo são os evangélicos.
O objetivo seria obter ajuda na coleta de assinaturas para a criação do "Aliança pelo Brasil", o novo partido político que Bolsonaro pretende criar.

Desde que assumiu o Palácio do Planalto, Bolsonaro tem atendido as revindicações da bancada evangélica, principal base de sustentação do seu governo [da mesma forma que no passado recente, apoiava o ex-presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha, artífice do golpe contra Dilma Rousseff no processo de impeachment, que a afastou da presidência da República, e hoje está preso e condenado a vários anos de prisão].

"Filia que eu subsídio", escreveu o jornalista Fernando Brito em seu blog - "Do Estadão, na edição de hoje [10], a proposta inacreditável de Jair Bolsonaro de criar os "SubsiDeus" na conta de luz, para obter  ajuda na coleta de assinaturas para seu "partido":

O presidente Jair Bolsonaro quer conceder subsídio na conta de luz para templos religiosos de grande porte. A pedido dele, uma minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de MInas e Energia e enviada para a pasta da Economia, mas a articulação provocou forte atrito no governo. A equipe econômica rejeita a medida, que vai na contramão da agenda do ministro Paulo Guedes, conhecido por defender a redução de benefícios desse tipo. O Ministério de Minas e Energia confirmou que o assunto está sendo avaliado.
Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida. A bancada desse segmento é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a Presidência. A influência de líderes evangélicos sobre o Palácio do Planalto é cada vez maior e o próprio presidente já disse que quer tê-los por perto na administração. 
Com essa perspectiva, muitos templos já anunciaram a disposição de ajudar Bolsonaro a coletar as quase 500 mil assinaturas necessárias para criar seu novo partido, o Aliança pelo Brasil. Bolsonaro também já avisou que pretende indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para o Supremo Tribunal Federal. Os evangélicos representam 29% dos brasileiros e podem ser o fiel na balança na campanha de Bolsonaro à reeleição, em 2022.

Isso não é sobre luz, é sobre trevas medievalistas nas quais estamos mergulhando", conclui Fernando Brito. 

(também no Catraca Livre)
Imagem: reprodução/Foto: TV Record

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