domingo, 26 de julho de 2020

O dilema dos jornalistas da Globo. Por Moisés Mendes

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Por Moisés Mendes, no seu blog - Se a Globo não fosse inimiga de Bolsonaro, muitos dos seus jornalistas-comentaristas seriam não necessariamente militantes, mas simpatizantes ou torcedores do bolsonarismo. Pelo histórico, pela índole reacionária, pela capacidade de cortejar o poder, desde que seja de direita.
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Merval Pereira, Miriam Leitão, Gerson Camarotti, Cristina Lobo, Eliane Catanhêde, Diogo Mainardi e outros da Globo e da GloboNews só atacam Bolsonaro com tanta fúria porque trabalham na empresa que tenta derrubar o sujeito e porque ele deseja destruí-la.

Porque eles são mesmo antiesquerdistas e anticomunistas. O jornalista padrão Globo é um tucano desamparado. A transição para o bolsonarismo seria seria normal, com o fim do lavajatismo, se não tivesse surgido o impasse da família de milicianos com a corporação.

Bolsonaro é um acidente na vida deles. Eles não iriam necessariamente reproduzir todo o repertório de Bolsonaro. Não é isso. Eles seriam da base de sustentação da direita representada por Bolsonaro. Poderiam estar encabulados, em alguns casos, mas seriam bolsonaristas como foram tucanos.

Vale para outros, incluindo alguns do Rio Grande do Sul, esses que sofrem por não conseguirem ser completa e abertamente bolsonaristas. O bolsonarismo dissimulado, da essência do anti-tudo-isso-que-está-aí, que não significa nada, lateja dentro deles. Mas eles não consegue se libertar, porque a firma não deixa. 

Se deixasse, o bolsonarismo do ódio antilulista tomaria conta dos corações dessa gente. Eles seriam mais do que antiesquerdistas, seriam bolsonaristas mesmo.

O jornalista-comentarista bolsonarista que não consegue dizer o que pensa é um sabujo atormentado. Ele gostaria de falar como falam os técnicos de futebol bolsonaristas [Como Renato Gaúcho do Grêmio, mas certamente não o único, que me vem à memória no momento], mas precisam se conter.

A pior situação é a do jornalista reacionário fofo, que carrega no peito um grito de direita sufocado pelas conveniências. O jornalista bolsonarista que a Globo mantém sob controle é um ser torturado, que bate em Bolsonaro para agradar a chefia. 

Alguns se libertam, como aconteceu com William Waack e Alexandre Garcia [este dúbio, por ter sido outrora um dos porta-vozes da ditadura, o sistema pelo qual o governo Bolsonaro tem demonstrado simpatia e cultuado pelo atual presidente eleito]. Mas são a exceção. O resto vive o dilema de não conseguir ser o que a própria Globo seria se não estivesse em guerra com Bolsonaro. No fundo, a Globo gostaria de estar numa boa com Bolsonaro. 

A guerra é dinâmica 

É esclarecedor o texto do Rubens Valente, no UOL, sobre a formação dos militares que atuam no Ministério da Saúde [e também no Ministério da Justiça], começando pelo general Eduardo Pazuello, o ministro interino provisório quase permanente [que desprezou recomendações do comitê técnico da pasta sobre a compra de cloroquina e falta de remédios nas UTIs]. 

Vou compartilhar o trecho que fala sobre o ministro, com pérolas da 5ª séria que talvez ajudem a entender por que o trabalho deles contra a pandemia é um fracasso. Este é o trecho em que o então major adverte que hoje uma guerra é uma coisa dinâmica: 

"Pazuello, como é sabido desde a posse dele, não tem trabalho na área de saúde. Ele apresentou no ano 2000 sua monografia de 34 páginas como exigência curricular para a obtenção do diploma do curso de Altos Estudos Militares na Eceme, no Rio, considerada a instituição de ensino mais prestigiada na carreira militar.

Com o título de " A organização, o funcionamento e as possibilidades de emprego da companhia logística de suprimento dos batalhões logísticos: uma proposta", a pesquisa de Pazuello propunha uma mudança na organização que estava em vigor havia 20 anos, segundo ele. "Nesta organização, existem vários aspectos que podem ser melhorados, seja por simples redistribuição das funções e dos efetivos, seja por uma mudança da estruturação básica da subunidade como um todo", ponderou Pazuello. 

Na época major, o atual ministro interino da Saúde explicou que "a guerra moderna tem se tornado cada vez mais dinâmica e técnica, e com isso dependente de equipamentos de última geração". Assim, "cresceu de importância a atividade logística, a qual sempre esteve presente nos planejamentos dos grandes líderes da história militar".

"Tanto em tempo de paz como em operações de guerra, o apoio logístico deve fluir por uma estrutura piramidal, que se inicia no Comando Supremo e termina no combatente, quando a 'ponta da linha' é atendida em suas necessidades", ensinou o major Pazuello. Com uma séria de organogramas, fluxogramas e tabelas e sem análises e conclusões mais abrangentes, o trabalho se destina ao público técnico interno.

Aqui está o link, para quem quiser ver mais detalhes dos trabalhos dos homens encarregados de gerir o combate à pandemia:

Imagem: reprodução

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