quinta-feira, 30 de junho de 2022

A luta prioritária é contra a fome, por Luís Nassif

Por Luís Nassif, no GGN: Entre uma pesquisa e outra, os brasileiros sujeitos à fome aumentaram de 16 para 32 milhões de pessoas. O quadro atual seguramente é pior. É fato inédito na história do Brasil, explica Tereza Campello, a grande planejadora dos programas sociais na era Lula. Possivelmente apenas na seca do Nordeste, em 1917, houve tragédia semelhante.
www,seuguara.com.br/Fome/Luís Nassif/

Até o governo Temer, tinha-se uma política social integrada, em torno do cadastro único do Bolsa Família. O cadastro era rico de informações. Permitia saber da condição da criança na escola, a situação dos lares brasileiros. A partir dele, eram articuladas as demais ações sociais, Luz para Todos, Cisternas, Brasil Sorriso. E, especialmente, a alimentação nas escolas, o mais longevo programa social brasileiro, heranças da era Vargas.


Com o governo Temer, o cadastro único foi abandonado. Na era Bolsonaro, foi destruído. Com o Auxílio Brasil, trocou-se o cadastro único por um aplicativo da Caixa Econômica Federal. Quando se decidiu pelo novo programas de renda básica, voltou-se ao cadastro único, mas já totalmente desmantelado.

Na nova etapa, haverá uma recomposição gradativa do cadastro único mas, paralelamente, deverão ser deflagradas as ações contra a fome, já que é tema emergencial.


A sorte é o fato da estrutura anterior ainda estar na memória de técnicos das áreas federal, estadual e municipal. E, mais que isso, há uma energia enorme de solidariedade, de vontade de reconstruir o país, pronta para vir à tona assim que houver governo.


Aliás, o ex-governador Geraldo Alckmin tem sido uma surpresa positiva na campanha de Lula. Especialmente após um discurso em que mostrou a continuidade das políticas pós-ditadura, passando pelos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. A reconstrução do país passará por isso, pela continuidade de um árduo trabalho de reconstrução, que foi interrompido pela irresponsabilidade e oportunismo dos que achavam que poderiam cavalgar impunes a cadela do impeachment.


Bolsonaro, Pedro Guimarães, Paulo Guedes, Almirante Heleno, general Braga Neto são apenas os vírus oportunistas, que se valeram de um organismo fragilizado pela irresponsabilidade da mídia, do Supremo, do Ministério Público.

Haverá um longo caminho pela frente, de autocrítica, de aprendizado, de aprender que a imagem da democracia como plantinha frágil não era mera figura de linguagem. O país e as instituições precisam começar a se guiar por princípios.


Imagem: reprodução


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