Política: Discurso de Zema repercute negativamente nas redes
Por Tatiane Correia, no GGN: O discurso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em torno de uma aliança Sul/Sudeste no Parlamento repercute de forma negativa nas redes sociais. Em entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo neste sábado, Zema diz que os governadores do Sul e Sudeste (em sua maioria de oposição aos governo Lula) estão se organizando no Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), organizada no primeiro governo Zema e atualmente presidida pelo governador do Paraná, Ratinho Junior.
"Temos 256 deputados -metade da Câmara - 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, né? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos nós queremos - que é o que nunca tivemos - que é o protagonismo político", disse, afirmando que o bloco promete atuar em conjunto no Parlamento sempre que possível.
Zema também criticou a criação de um fundo para as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, afirmando que Sul e Sudeste também precisam de ações sociais e que essa região "vai seguir arrecadando mais do que recebendo".
"Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cari naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão começar a reclamar o mesmo tratamento", disse.
A declaração pegou mal entre os políticos nas redes sociais. Segundo o senador Otto Alencar (PSD), o discurso de Zema "é repugnante, pobre, num estado de estadistas como JK, Tancredo, Milton Campos, Valadares e Afonso Pena".
"A ignorância duvida porque desconhece o que ignora. Governador Zema, o norte de Minas Gerais tem 249 municípios incluídos como região nordeste, têm os mesmos benefícios da Sudene, Banco Nordeste, etc", afirmou.
"Zema quer união do Sul/Sudeste contra o Nordeste? Não conte comigo. Ao povo nordestino eu tenho é que agradecer, e muito", disse o deputado federal Glauber Braga (PSOL).
"A união que pregamos é a dos trabalhadores contra os fascistas e neoliberais, incluindo aqueles que usam sapatênis e aumentam o próprio salário em 298%", ressaltou.
Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL), a falade Zema "É de uma insensibilidade atroz. Desumanidade típica do bolsonarismo".
"O Brasil precisa de mais união, não de ódio. Precisa de mais compreensão, não intolerância. Precisa de mais respeito, não de preconceito. Respeite o povo, o sudeste, o sul e o nordeste. Respeite o Brasil", disse o deputado federal Lindenbergh Farias (PT).
"Após sancionar lei que aumenta o próprio salário em 298%, o governador de MG, anuncia agora, uma "frente Sul-Sudeste contra o Nordeste". Uma vergonha!, disse o deputado federal Chico Alencar (PT).
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Dino sobre Zema e a polêmica frente Sul-Sudeste: "Traidor da Pátria": (...) No post, o ministro afirma que é necessário um país unido e quem trai a Constituição também trai a pátria, em alusão ao parlamentar Ulysses Guimarães, falecido em 1992. Guimarães, que era o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, foi um dos mais notórios políticos que lutaram contra a ditadura, em vigor no Brasil durante os anos de 1964 a a 1985.
O governador mineiro Zema, por sua vez, respondeu as críticas que vêm sofrendo de diversas personalidades após a declaração na entrevista e afirmou que o objetivo não era diminuir outras regiões. (...)
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