quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Conflito de gerações - gurus da administração podem estar errados.

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Illinois, nos EUA, diz que muitas Empresas podem estar com o foco errado sobre a interação e o encontro de gerações no ambiente de trabalho. Recorrendo a vários estereótipos criados por gurus da Administração, como Baby Boormers, Geração X, Y ou C, correm o risco de inibir a opinião valiosa dos profissionais mais velhos.

     

Essas empresas podem vir a enfrentar problemas de alta rotatividade dos empregados e ver diminuir sua produtividade. Uma vez que o relacionamento profissional de um grupo envolve maior complexidade do que o simples fator do DNA (Data de Natividade Avançada), ou seja a "data de nascimento", e circunstâncias ambientais. 
Hoje há um novo contexto de desafios, e gerentes e chefes que baseiam nesses badalados estereótipos estariam sujeitos a decisões simples demais diante da importância do problema para a Empresa. 
Segundo, Aparna Joshi, líder desse Estudo, a resolução do problema do chamado "conflito de gerações" inclui saber lidar com o conhecimento do pessoal da antiga (grifos meus).
Os pesquisadores mencionam os resultados de pesquisas científicas publicadas no periódico Academy of Management Review, na área de Sociologia e Psicologia, que foram ignorados pelos especialistas em administração e marketing. Que ora servem como fonte de conhecimentos para a maioria dos jovens  candidatos ao cargo de gerência ou chefia dentro de uma Organização.
Joshi, afirma que não há modelo que consiga dar conta de tantas diferenças que existem entre as pessoas. Assim como, fazer análises "baseando-se na diferença existente entre homens e mulheres. Que as pessoas deveriam assumir automaticamente que um profissional que não está no Facebook não é bom em lidar com tecnologia, ou não saiba o que está fazendo, por exemplo." Pode-se dizer, conforme o Estudo, que  ao se convencer que uma pessoa tem tal característica, somente por pertencer a tal geração, podemos chegar a uma conclusão falsa, no mínimo errônea.
O Estudo aponta três fatôres que poderiam ajudar a modificar a visão sobre o conflito de gerações no ambiente profissional. E por conseguinte melhorar a interação entre o conhecimento adquirido de forma diferente. Quer pelo pessoal da "antiga", quer pelo pessoal da nova geração.
Joshi diz que:

1 - "Idade é um fator, mas rotular alguém como parte da geração “Baby Boomer” (nascidos entre 1946 e 1964), por exemplo, é acreditar que pessoas que nasceram com 20 anos de diferença têm afinidades idênticas."
Neste ponto os pesquisadores concluem que as pessoas se definem através dos eventos que presenciaram, ou momentos em que participaram. Como um desastre natural, um acontecimento esportivo importante, ou até um filme campeão de bilheteria que assistiram. Ou ainda, num livro que leram. São esses acontecimentos afetivos que marcam e são compartilhados independentemente da idade.

2 - "Os grupos (ou “facções”) em uma empresa também podem se formar a partir da época em que o empregado foi contratado (durante uma crise ou durante um período mais alegre)."
Este outro ponto chama atenção para a tendência de se agrupar os indivíduos conforme o tempo que serviram à Empresa. Algo mais ou menos como: "esses são do tempo da vacas gordas", "esses são do tempo das vacas magras". Isso nada acrescenta à produtividade da Empresa.

3 - "Profissionais também podem formar grupos baseados em seus afazeres diários (outro tipo de afinidade)."
Diz respeito ao remanejamento entre funcionários da Matriz e das sedes regionais, por exemplo. Acostumados com objetivos e rotinas locais, podem se deparar com muitos conflitos. Uma vez que decisões administrativas podem não se adequar a diferentes regiões. Neste caso o conflito não surge pelo fator idade, mas sim nas ideias e planos comuns.

Joshi, conclui o Estudo dizendo que; "é da natureza humana interagir com seus colegas, incluindo os de trabalho, procurando fazer um ambiente mais aprazível, sabendo identificar como melhorar essas interações a empresa poderá ver seus profissionais trabalhando e aplicando todo seu potencial para resolver os problemas propostos."
Portanto, jovens administradores, aspirantes aos cargos de chefia, gerência, liderança, devem se debruçar sobre as pesquisas realizadas no campo da Sociologia e Psicologia e não basear-se tão somente nos estereótipos mencionados acima. Que a toda hora vemos serem mencionados por consultores midiáticos presentes até em programas de televisão.
Vi, vivi, e participei na resolução de diversos problemas relacionados com o conflito de gerações no ambiente de trabalho. Constatei vários projetos que tinham como base as decisões de uma só facção geracional ir por água abaixo. Redundando em prejuízo tanto para a Empresa, quanto para o seu corpo funcional. Cravar uma decisão baseada exclusivamente nos estereótipos que os gurus martelam por aí, não me parece ser o mais sensato.  É hora de valorizar o entrosamento perfeito entre o novo da nova geração e as novidades das gerações que nunca perderão o seu valor. 
Este Estudo merece todo a atenção e uma reflexão séria de todos os eminentes administradores.

Imagem: LucasCerii.
Fonte: oqueeutenho.                                   
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