sábado, 29 de outubro de 2011

Corrupção - um mal apartidário que a grande imprensa não reconhece como tal

Não seria exagero afirmar que existe uma tênue semelhança entre Corrupção e prostituição, diante do senso comum de que ambas existem desde que o mundo é mundo. Estirpá-las seria o supra sumo da utopia. Elas alcançam todas as camadas da sociedade, e todos os escalões do poder. Não existe antídoto para esses males. Perante a Lei brasileira, a prostituição em si não é crime. E sim seus desdobramentos. Por exemplo, favorecê-la como um negócio, cometer atos obscenos, atentado ao pudor. Já a corrupção é crime previsto em Lei. Há mobilização no âmbito do congresso para que seja considerada crime hediondo.

E a corrupção política no Brasil, parece institucionalizada. Desgraçadamente livre. De modo obsceno, prostituída, sem pudor, em seus vários tipos. Suborno, propina, tráfico de influência, extorsão, nepotismo, são praticados audaciosamente quase na certeza da impunidade. Embora os braços da Lei tente alcançá-los em vista das comumentes denúncias através da grande imprensa.

Há uma frase famosa, atribuída a Lord Acton, que veio ajudar a esclarecer o conceito de corrupção: "o poder tende a corromper - e o poder absoluto corrompe absolutamente". Quem o detém passa a ter privilégios e imunidades que o torna diferente dos demais. E passa a desfrutá-lo visando unicamente seu próprio bem estar. Com o prerrogativa de distribuuir benefícios imerecidos aos seus comensais, e praticar atos ilícitos com a finalidade de prejudicar seus oponentes. 

O propalado esquema do mensalão, considerado o maior escândalo político envolvendo pagamento de propinas com o objetivo de obter apoio político no congresso, estigmatizou em definitivo o partido do atual governo. De tal forma que só a Ele cabe a peja de corrupto. No entanto, nem este, nem outros episódios de corrupção conseguiram fazer com que o poder trocasse de mãos. Ao contrário, depois de cumprir dois mandatos, conseguiu eleger outro representante. Desta vez, a primeira mulher a acupar o posto máximo da administração pública do país.  

Politica e moralmente arrasado, o partido do atual governo continuou a produzir escândalos que levaram à queda de vários ministros de estado, mesmo considerando os avanços sociais e o apoio da maioria do povo . Um deles, ainda nesta semana, quando a mída levou a público uma denúncia de corrupção no Ministério do Esporte. Cujo titular da pasta pertencia aos quadros do PCdoB, partido de apoio ao governo que no entanto não perdeu a administração da pasta, sendo substituído por integrante do mesmo partido.

No entanto, a corrupção não é prática exclusiva de quem está à frente do poder. Ela é um mal apartidário igualmente visível em vários partidos, capaz de abalar inclusive partidos  de oposição. Nem o mais probo e isento militante ou cientista político, ousaria contrariar a máxima de que em política não tem ninguém santo, muito menos idiota. Parafraseando o ex-presidente, nunca na história deste país, um governo sofreu tanto policiamento em relação à corrupção, em todos os seus ministérios, quanto no atual governo.  Curiosamente, a oposição conta com o apoio da mídia corporativista de nosso país, que claramente demonstra a todo momento qual é seu posicionamento político. Em detrimento de sua real finalidade que é gerar informações com imparcialidade.  

Obviamente, partidos fora da base do governo, não devem abdicar do seu direito de fazer oposição. Desde que esta prática seja exercida dentro dos parâmetros éticos da própria política. Percebe-se claramente uma parceria até certo ponto promiscua, com os setores midiáticos corporativistas (revistas, canais de TV, sites) que assumem papel de partido político indevidamente. Promover denúncias utilizando-se de fontes igualmente corruptas, de moral duvidosa, não é lá uma maneira legítima de fazer política, muito menos de divulgar conhecimento e a verdade real dos fatos. 

Isonomia não é exatamente o que podemos constatar quando da publicação ou divulgação de reportagens sobre corrupção envolvendo correntes partidárias distintas. Da-se maior ênfase a atos ilícitos praticados por determinados partidos. Implacáveis com certas agremiações e amenos com outras. Por exemplo, em que, caso das emendas em SP difere do caso nos Esportes? A corrupção, não é a mesma quando um partido aliado ao governo é alvo de denúncias de desvio de dinheiro público, e quando um partido oposicionista cobra 25% de propina para liquidar uma dívida com um Banco? 

Independente da posição partidária e de opções ideológicas, acima de tudo, o que deveria pautar as ações e o comportamento da grande imprensa, seria a busca da verdade por detrás dos fatos. E divulgá-los de maneira imparcial, sem essa forma aparentemente tendenciosa. Sem pender para este ou aquele lado. Doa a quem doer. Isto é, sem detonar uns, e aliviar para outros. De certa forma, facilitar para que a corrupção de um lado, venha à tona, rica em detalhes. De outro, permitir apenas uma leve menção, para que ela, sorrateira, possa ir para baixo do tapete longe da opinião pública. 

Não é justo tal procedimento. Acaso seria o mesmo se eventualmente o poder mudasse de mãos?  O verdadeiro inimigo do país é um só. A corrupção. Que soma pontos, tirando de todos os lados.                          





Crédito da imagem: BlogdoGuerra

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