sábado, 13 de julho de 2013

É só negação

Sonegar, parece um verbo contido e conjugado dentro do paradigma que se tornou o cultural "jeitinho brasileiro". Burlar o fisco, tornou-se prática recorrente em nosso país. Quem pelo menos não tenta, é taxado de idiota por insistir em ser honesto. Posto que a grande maioria pensa em levar vantagem para ver se adiante, de repente fica livre de qualquer notificação oficial.
Aí, é hora de pensar o comum fora da Lei e dos bons costumes. É, sonegar e só negar. Ou mais tarde, se redimir no pensamento do "devo não nego pago quando puder". Mas se puder dar o calote, o farei sem o maior constrangimento.

Afinal, os governantes e autoridades públicas não agem com vilania perante os cidadãos, sendo os primeiros a trapacear perante a Lei? Não é assim que nos querem fazer crer, a mídia e os principais meios de comunicação no país? Aliás, para esses mais poderosos tudo é tolerável. Vale até difundir informações mentirosas sob o pretexto da liberdade de expressão e pensamento. No fundo, se auto-atribuindo um poder ilegítimo. Na maioria das vezes agindo como se fosse um partido político legalizado, a manipular a opinião pública a seu favor de modo irresponsável e leviano.

Vejamos o escândalo da sonegação de impostos da Rede Globo sobre os ganhos com os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002. Vindo à tona recentemente, o escândalo sacudiu a opinião pública. Não através da mídia corporativa, mas sim através dos meios alternativos de informação e da Blogosfera. O único grande órgão de comunicação que dedicou algum espaço ao fato, talvez tenha sido a Rede Record. Por sinal, principal adversário midiático da poderosa Rede na busca pelos índices de audiência. É constante o ataque mútuo entre as duas emissoras.

O primeiro a denunciar o escândalo de sonegação da maior rede de TV da América latina, a que detém o monopólio de informações no Brasil, foi o site O Cafezinho. O jornalista Miguel do Rosário, jornalista especializado em análise de mídia e política e responsável pelo portal, na continuação do assunto escreveu o artigo intitulado: Domínio da fato pega família Marinho, em que no final da matéria publica os comunicados da Globo e do Ministério Público acerca do fato. Ambos não esclarecem satisfatoriamente a sociedade.

Referida matéria foi repercutida pelo jornalista Miguel Baia Bargas em seu blog, e também na página do escritor e professor Glauco Cortez, doutor em Ciências Sociais, onde escreveu: "o valor do rombo aos cofres públicos atribuído à Rede Globo equivale a nada menos do que 30 mensalões", referindo-se ao fato como "a sonegação da informação da sonegação de impostos" produzida pelo que chamou de máfia da informação. Acrecidos de multa e juros, o imposto sonegado representa  um rombo descomunal. Algo em torno de R$ 1 Bilhão, segundo Bargas.

Inês Castilho, mencionando o escândalo em matéria para o Blog da Redação, fala que sonegar é o esporte global das Elites e que os brasileiros muito ricos, mantêm contas em paraísos fiscais, cujos valores correspondem à quarta maior quantia de todos os saldos. É a chamada "riqueza offshore não registrada". A mesma a que se refere autor do livro "Privataria Tucana", Amaury Ribeiro Jr. ao descrever por onde circularam os ganhos capitais com as privatizações que ocorreram durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Pobre do assalariado que não pode negar nada, tributado implacavelmente na fonte.



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