Política: A íntegra da denúncia por organização criminosa contra a cúpula do PT
"O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresento na terça-feira 5 ao Supremo Tribunal Federal uma denúncia por organização criminosa contra o núcleo político do PT, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Além deles, podem responder pelo crime os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo da Silva, Edinho da Silva e o ex-secretário do PT João Vaccari Neto.
Segundo a denúncia, os crimes teriam sido praticados pelo menos desde meados de 2002 até 12 de maio de 2016, votados especialmente para o recebimento de propina no valor de R$ 1,485 bilhão de reais, por meio da utilização de órgãos públicos como a Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Segundo Janot, os integrantes do PT formavam um "subnúcleo" de uma quadrilha que contava ainda com integrantes do PP e do PMDB, este dividido entre dois outros núcleos, um da Câmara e outro do Senado. Janot afirma que, por meio da "negociação espúria de cargos públicos", os denunciados contribuíram para o recebimento de propina nos valores de, pelo menos, 390 milhões de reais para o núcleo político do PP, 864 milhões de reais ao PMDB do Senado e 350 milhões de reais ao PMDB da Câmara.
Para o PGR, não havia entre os integrantes do PT, do PP e do PMDB uma relação de subordinação e hierarquia, mas de interesses comuns, marcada por uma certa autonomia.
Outro Lado
Em nota, a defesa do ex-presidente Lula classificou a denúncia do PGR com uma ação política e "sem qualquer findamento".
O advogado de João Vaccari, Luiz Flávio D'Urso, disse que a denúncia é "surpreendente" e "totalmente improcedente", e afirmou que o ex-tesoureiro do PT sempre depositou a doações legais na conta bancária partidária com recibo e prestação de contas às autoridades competentes, "tudo dentro da lei e com absoluta transparência".
O advogado de Guido Mantega, Fábio Tofic, disse que causa estranheza a PGR oferecer denúncia baseada nas palavras de delatores, sem uma verificação mínima, no mesmo dia que vem à tona o que chamou de "desfaçatez dos delatores, pela própria procuradoria".
Em nota, o ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, afirma que sempre agiu de forma ética e legal e que não tem dúvidas de que todos os fatos serão esclarecidos.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que denúncia não tem fundamento e qeu foi apresentada sem provas ou indícios da materialidade do crime. A defessa de Palocci disse que só vai se manifestar nos autos do processo.
A senadora Gleisi Hoffmann declarou que a denúncia busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores, e a defesa de Paulo Bernardo informou que sequer tinha conhecimento que existia uma investigação para apurar as supostas condutas."
Leia a denúncia na íntegra::
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Fonte: Carta Capital
Imagem:reprodução/Foto: Lula Marques/Agência PT

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