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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O presentinho do general Villas Bôas para Bolsonaro: o diploma do Exército

Reportagem de Natalia Viana e Matheus Santino, Agência Pública: Bolsonaro havia acabado de ser eleito presidente da República – tomaria posse em um mês. Era 29 de novembro de 2018, e ele estava de pé, em uma pequena sala na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), de terno preto e gravata cinza listrada, visivelmente emocionado. Bolsonaro não recebeu seu diploma em 1987 porque foi acusado e condenado por um plano para plantar bombas em quartéis do Exército para protestar contra os baixos salários. Agora, receberia finalmente o documento que o consagraria como capitão do Exército.

www.seuguara.com.br/Exército/diploma/Jair Bolsonaro/

Ao seu lado, em meio a 11 oficiais-generais, estava o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, sentado em uma cadeira de rodas e com aparelhos que o ajudavam a respirar por conta de uma doença degenerativa. Ao lado dele estava a sua esposa, Maria Aparecida, vestida elegantemente. Estava presente, ainda, o general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega de Bolsonaro na academia e é pai de Mauro Cid, acusado de participar de um esquema de Caixa Dois no Planalto


O comandante da EsAO, general Marcos de Sá Affonso da Costa, abriu a cerimônia, que disse ser “singela” mas revestida de significado, “porque pretendemos aqui reconhecer o esforço de um ilustre aluno da escola, que em breve estará assumindo o comando do país”. 

Quem fez a entrega do diploma – colocado educadamente no seu colo – foi o próprio general Villas Bôas, que disse: “muita honra, presidente”.


Bolsonaro respondeu com uma promessa ao então comandante: “O senhor pode ter certeza, muita coisa que nós aprendemos na vida militar, levaremos para o Planalto. Nós temos uma chance ímpar de mudar o destino do Brasil. E não será eu sozinho, será com mais pessoas, em grande parte militares das Forças Armadas que estão ao nosso lado.”  


“Juntos, prezado comandante, o senhor tem história, nós pretendemos também fazer a nossa história, a guinada do nosso país ao rumo daquilo que não devia ter saído, naquele período de 20 e poucos anos atrás”, finalizou Bolsonaro, referindo-se à ditadura militar. Nenhum dos generais presentes respondeu ou fez qualquer defesa à democracia.   


A cerimônia ocorreu pouco antes da solenidade de diplomação e encerramento do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais daquele ano, ocorrida na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Mas foi mantida como um evento à parte, de baixo perfil. 



Jair Bolsonaro recebe diploma de pós-graduação na EsAO em 2018

Bolsonaro compareceu à solenidade pública na qual foram diplomados 420 capitães da linha bélica, 15 oficiais das chamadas Nações Amigas, seis oficiais fuzileiros navais e 29 oficiais médicos. Ele chegou a dar declarações à Agência Brasil de que as recordações do período em que cursou a Aman “o emocionam”, mas não mencionou o diploma que acabara de receber.


Entrega só foi possível por portaria publicada dois dias depois da eleição

Não era a primeira vez que Bolsonaro se encontrava com o então comandante do Exército naquele ano de eleição. Villas Bôas – autor do tweet que demandava ao STF a manutenção de Lula na prisão seis meses antes – encontrou-se duas vezes com o então candidato e outra vez logo depois que Bolsonaro foi eleito. 

Mas a cerimônia de formatura, um agrado ao futuro Comandante Supremo das Forças Armadas, não gerou nenhum documento oficial, segundo o Comando do Exército respondeu à Agência Pública via Lei de Acesso à Informação. 

Segundo a resposta à LAI, Bolsonaro “concluiu, com aproveitamento, em 1987, o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais de Artilharia da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO)”. 

A resposta não diz por que ele não recebeu o diploma na época, mas explica que com a Lei de Diretrizes e Bases, houve uma equivalência entre o curso da EsAO e cursos de pós-graduação. 


Entretanto, a nova diplomação só foi permitida, segundo a resposta, a partir de uma portaria expedida em 31 de outubro de 2018 – dois dias depois de Jair Bolsonaro vencer a eleição para presidente da República. A portaria 238 aprova as regras para a expedição de novos diplomas.  

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Ex-presidente conversa com generais em cerimônia especial de formatura 
Reprodução/Agência Pública/Foto: Comando do Exército

“O Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro é um dos mais de 20.000 oficiais do Exército que fazem jus ao diploma de pós-graduação, por haver se graduado antes de 1999. Tal reconhecimento de direito não necessita de qualquer requerimento ou procedimento, uma vez que está garantido pela Portaria nº 238, de 31 de outubro de 2018, a qual aprova as Instruções Reguladoras do Suprimento de Diplomas, Certificados, Apostilamentos e Registros do Sistema de Educação Superior Militar do Exército, cabendo à EsAO reconhecer e fornecer um novo diploma aos graduados, nos anos anteriores a 1999”, diz a resposta à LAI.  

“Quanto à entrega do diploma físico, o Oficial poderá fazer uma solicitação à Escola, a qualquer momento. No caso do Sr. Presidente da República, à época recém-eleito para o cargo, após agendamento informal, decidiu-se entregar o diploma, em 29 de novembro de 2018, em singela cerimônia no salão de honra da Escola, com a presença do Comandante do Exército. Naquela ocasião, não foram expedidos documentos sobre o assunto”. 

Além de Villas Bôas e da esposa, do comandante da EsAO e do general Cid, estavam presentes na cerimônia os ex-comandantes do Exército, generais Gleuber Vieira, e Enzo Martins Peri; o comandante logístico, general Carlos Alberto Neiva Barcellos; o comandante do Comandante de Operações Terrestres, general José Luiz Dias Freitas; e o ex Chefe do Estado-Maior do Exército e antigo Comandante da EsAO, Renato Cesar Tibau Da Costa. Estavam também o general Edson Leal Pujol, Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia e futuro comandante do Exército demitido por Bolsonaro em 2021 por ser legalista; e o general Luís Carlos Gomes Mattos, futuro presidente do Superior Tribunal Militar (STM) durante o governo Bolsonaro. 


Um sonho realizado

Jair Bolsonaro concluiu os créditos para se formar na EsAO como oficial de artilharia com uma nota 7,68, segundo detalha o livro “O cadete e o Capitão”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho. Mas, em meio a um processo aberto no Conselho de Justificação, o então Ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves, decidiu que ele deveria ser desligado “por faltar com a verdade” – Bolsonaro negou que tivesse feito os croquis de bomba publicados pela revista Veja e ainda ameaçou a jornalista que o denunciou. Para o Conselho, Bolsonaro foi condenado por “ter tido conduta irregular” e “praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe”. 


Assim, como resultado dessa decisão, Bolsonaro chegou a ser expulso da própria formatura, segundo ele relatou no seu recurso ao STM: 

“Desgraçadamente vejo agora a tentativa de afastar-me oficialmente do Exército – que verbalmente já o fui – em nome da honra militar que eu teria conspurcado”, escreveu. “Repudio o tratamento que tenho sofrido […] Desprezo mais recente, ao me ver negado o diploma de conclusão  [e da ] expulsão, cujo pródromo configurou-se na ordem para retirar-me do recinto da EsAO, onde me encontrava para assistir à solenidade da formatura”. 


No final, o STM absolveu-o por 4 a 9, em junho de 1988. Mas Bolsonaro já havia pedido desligamento do Exército para iniciar sua carreira na política.  

No seu livro de memórias, o general Eduardo Villas Bôas diz que soube da situação de Bolsonaro quando era comandante da EsAO, entre 2006 e 2008. “[Ele] Concluiu o ano letivo, o que constatei quando no comando da EsAO; ele me pediu para verificar o que constava a respeito”, explicou.“Depois de eleito presidente, solicitou que recebesse o diploma, o que foi feito em uma cerimônia simples.” 


Semanas depois da diplomação, na sua posse como presidente da República, Bolsonaro agradeceu pessoalmente a Villas Bôas. “General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”, disse. 


Villas Bôas deixou o comando do Exército dez dias depois, mas, mesmo tendo sido reformado por invalidez, foi trabalhar como assessor especial no Gabinete de Segurança Institucional, ganhando um salário extra de R$ 13,6 mil mensais, além da aposentadoria de R$ 36,9 mil. O governo Bolsonaro eliminou o teto salarial para militares aposentados, permitindo o acúmulo de salários. 

 
A reportagem pediu via LAI a frequência do general no GSI e uma lista das reuniões das quais teria participado, mas não teve resposta. O GSI afirmou apenas que em 2020 ele passou ao regime de “teletrabalho” por causa da covid. 

“Tratam-se de atribuições de assessoramento, que podem ser exercidas por qualquer servidor, exigindo tão somente capacidade intelectual e de comunicação. A capacidade de comunicação de Eduardo Dias da Costa Villas Bôas encontra-se preservada e sua capacidade intelectual de alto nível é pública e notória”, descreveu o GSI. 


E acrescentou que a reportagem não deveria questionar se o ex-comandante estava de fato trabalhando ou não. 

“Ressalta-se que questionamentos em relação à capacidade laboral de pessoas com deficiência vão de encontro às ações e políticas públicas nacionais e internacionais de inclusão de tais pessoas no mercado de trabalho”.

Villas Bôas foi exonerado em 21 de junho de 2022. Em dezembro, sua esposa frequentou o acampamento golpista montado diante do quartel-general do Exército em Brasília.  

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terça-feira, 16 de março de 2010

A Lenda e as curiosidades que envolvem o maior animal da terra.

Dentre as três mais importantes profissões que exerci, uma delas incluía a função do trabalho de porta em porta. E nas constantes visitas à casa dos clientes e conhecidos da Empresa, pude observar que ele aparecia em forma de artesanato, quer nas estantes ou no lugar cativo do famoso "pinguim de geladeira."

Como sabemos é próprio da cultura popular, colecionar objetos como verdadeiros talismãs canalizadores de bons fluídos. Era assim que eu pensava sobre imagens, principalmente de animais. Porém não tinha certeza do que a figura de  um Elefante representava, e não tinha coragem de perguntar ao dono ou dona da casa, naquelas ocasiões. Até que um belo dia fui presenteado por um amigo com uma bela estatueta de elefante. Dourada em bronze, pesando mais ou menos um quilo.
Ao tempo em que me cumprimentava justificava o porque do inusitado e original presente. - Este elefante servirá como um amuleto. E atrairá sorte, saúde e fartura para tua casa e todos que nela habitam - disse ele.
Coinscidência ou não, ressalvada minha incredulidade quanto a atribuir aos amuletos boa sorte e bençãos, a partir deste dia me aconteceram muitas coisas boas na vida. No entanto, jamais me passou pela cabeça que isso deveria ser pelo motivo de ter recebido aquele presente.

Lenda e curiosidades.

A Estatueta deve ficar de costas para a porta para melhor captar os bons fluídos para dentro da casa. Se você a recebeu de presente, deverá presentear alguém da mesma forma, para consolidar a corrente de transmissão dos fluídos positivos. Diz a simbologia que cerca o maior animal da terra, que ele representa a memória fertil e a sabedoria. Daí a expressão, "memória de elefante" comumente usada quando se quer referir a alguém que lembra de acontecimentos há muito vividos. Aliás, alguns cientistas já afirmam que o Elefante jamais esquece, um cheiro, um sabor, lugares, "amores" (lembram da fábula: o elefante e a formiguinha?), outros animais. A respeito disso, fala-se muito que o elefante tem medo de ratos. Na verdade, o fato científico comprova que eles apenas os evitam, pois os ratos podem entrar através da sua tromba, o que pode causar a asfixia do animal.
A mística que envolve o elefante, como a de outros animais, também está presente nos partidos políticos. Ele é o simbolo do Partido Republicano dos EUA, cuja nação tem como simbolo, uma águia. No Brasil, dizem que nosso país tem como simbolo, um sabiá. E o PSDB, todos sabem é representado por um tucano. Já o animal que simbolicamente representa o Estado do Paraná é a Gralha azul. 

Voltando ao Elefante.
Há ainda, os famosos elefantes brancos. Em países como a Tailândia, a Índia e Myannar, eles são considerados sagrados. Na Tailândia, segundo o Bestiário, esses não são "necessariamente albinos", mas tem a pele um pouco mais clara que a dos outros. Hoje em dia é comum se referir a posses dispendiosas e inúteis como "elefante branco". No passado, "esses animais necessitavam de toda uma equipe para lhes prestar cuidados e, sendo sagrados, não podiam ser postos para trabalhar, de modo que, se tornavam uma pesada carga financeira, capaz de levar à ruína qualquer um que não fosse muito rico."
Todavia, a imagem do Elefante nos remete à sua principal lenda, advinda do deus elefante, presente nas tradições do Hinduísmo, e chamado Ganesha. "Também é conhecido como deus dos comerciantes, da prosperidade, da política e da sagacidade. Em uma das mãos, carrega um machado, para cortar todo mal. Na outra, um laço, para puxar os devotos para perto dele, um símbolo do apego. Na peregrinação espiritual, todos os obstáculos são criados por nós mesmos: o apego ao mundo dos objetos, emoções e pensamentos. Ganesha elimina esses apegos e mantém, com sua corda, as atenções das pessoas voltadas para o objeto superior. Segundo a tradição religiosa, aquele que reza para Ganesha nunca encontra obstáculos que não possa ultrapassar." (Redação terra).

O Elefante hoje.

Ao bem da verdade, é bom que se diga que a simbologia que envolve objetos e animais, nada ter a ver com superstições e crendices. Hoje, vemos os elefantes como dóceis animais domésticos, fazendo peripécias em picadeiros por aí.
Porém, podemos verificar que a caça predatória do animal continua em países africanos como a Tanzania e a Zâmbia, que estão fazendo lobby junto à ONU para conseguirem exceções à proibição mundial do comércio do marfim. O Marfim é extraído através das presas ou dentes do elefantes conseguidos com caça ilegal, que várias nações africanas pretendem acabar. Segundo a Avaaz, "mais de 30.000 elefantes são mortos todo ano e seus dentes arrancados com machados e motoserras por caçadores ilegais. Caso a Tanzânia e a Zâmbia consigam junto à ONU, essa exceção à Lei que permitirá que continuem a caça indiscriminamente, a situação vai ficar ainda pior." Aí sim, o maior animal da terra será visto apenas através de estatuetas de louça,vidro,metal ou madeira.



Da minha parte, a partir do ato simbólico de demonstração de amizade passei a admirar mais esse animal, tão representativo. Dizer que acredito piamente nos poderes do amuleto seria exagero. Mas, a estatueta que recebi de presente está na estante do meu escritório. De costas para a porta.

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