Lula e Rosemary: uma tremenda confusão

Ao tempo em que recebo algumas mensagens provindas do "lixão da Internet", provavelmente fabricadas por incautos militantes da oposição e também dos que defendem o atual governo, leio na mídia alternativa e nos blogs progressistas que a verdade sobre os fatos é relegada a um segundo plano. O mote é tumultuar o ambiente para enfraquecer o adversário político.

Na maioria das vezes, o objetivo é produzir falácias como se fosse uma jogada legítima tão somente para confundir a opinião pública. Porém, se a mentira se propaga como vírus contaminando a maioria desatenta, para conhecer a verdade é preciso certo sacrifício e desprendimento das paixões exclusivamente partidárias.

Por exemplo, o site 247 dá conta que o Superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Roberto Troncon nega que haja 122 telefonemas entre Lula e Rosemary, alvo da Operação Porto Seguro. Sobre episódio de € 25 milhões envolvendo a ex-secretária, publicado pelo deputado Anthony Garotinho, ele diz que a PF não tem informações a respeito. "Houve uma tremenda confusão" da imprensa ao divulgar os fatos, algumas vezes até atribuídos a ele. "Isso não é verdade", declarou.

A Agência Câmara de notícias publicou matéria dizendo que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta terça-feira, em audiência pública na Câmara, qualquer tipo de interferência política para poupar ou blindar pessoas nas duas operações recentemente deflagradas pela Policia Federal (PF): Porto Seguro e Durkheim.

Enquanto isso, assessores do ex-presidente Lula postaram em sua página no Facebook (não imagino Lula interagindo em redes sociais), fotos com celebridades. Lá estão o jogador Seedorf, o piloto Felipe Massa e o ator Owen Wilson possando ao lado do ex-presidente, como se a vida seguisse seu curso normal.

É assim o jogo temerário no mundo da política. O principal foco tanto da oposição quanto da situação é procurar meios de destruir a imagem um do outro. Não importa o que um lado tenha feito de bom para a sociedade. O importante é maximizar os desfeitos, fazer água para enfraquecer o adversário. E como setores conservadores da mídia sempre optaram por lado partidário específico, o embate midiático é cada vez mais político do que informativo. Vivemos tempos de falta de respeito aos limites de liberdade de pensamento e expressão de parte desses setores que agem como se partido político fossem. Tudo é política e demanda pelo poder. 

Imagem: reprodução/247