sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Volta de Renan Calheiros à presidência do Senado ainda vai dar muita polêmica


Que a eleição do senador Renan Calheiros para novo mandato como presidente do Senado causou indignação e revolta na sociedade está claro como um dia de sol. Curiosamente importantes meios de comunicação da mídia limitaram-se a noticiar o fato, sem maiores cobranças e juízos, como foi feito da última vez. Naquela ocasião, o senador renunciou ao cargo para não ser cassado por denúncia de corrupção. A pressão da imprensa teve papel importante no caso. Contudo, Calheiros está de volta ao comando da casa. Respaldado pela maioria dos seus pares e sem grande alardeamento dos principais órgãos de notícias do país comandará as ações do Senado nos próximos dois anos.
O senador venceu seu oponente com impressionante vantagem no número de votos. Ajudado pela força política descomunal que o PMDB detém no Congresso Nacional, partido do qual faz parte, o senador novamente foi alçado ao mais importante cargo no Senado. A oposição até tentou impedir, mas sabia de antemão que era impossível arranjar alguém fora do PMDB para competir com Calheiros. Apenas cumpriu sem dever protocolar, nada mais. 

Entretanto, se para os parlamentares o nome de Renan Calheiros representa uma peça chave para o entendimento e acertos políticos dentro do Congresso Nacional, em nome da governabilidade, o mesmo não ocorre com a opinião pública. O fato de ser indicado e novamente ser eleito para a presidência daquela casa, não encontra respaldo nenhum no seio da sociedade. Ao contrário, a repulsa é generalizada. Está em pleno curso uma pedição na rede comandada pelo site Avaaz, para encaminhar à Câmara dos deputados visando seu impedimento ao exercício do cargo. A  iniciativa consta até o momento com mais de 1 milhão de assinaturas. São necessárias 1.360.000.

Por outro lado, excessos são cometidos. Circula nas redes sociais uma imagem dos chefes militares indignados durante a posse de Renan Calheiros no Senado. A imagem foi postada no dia 6 de Fevereiro no Faceboock (veja abaixo). "Todos aplaudem menos os chefes militares", diz no texto da postagem. Porém a imagem é falsa. O site E-farsas, com a  ajuda de um leitor, descobriu que a foto é usada há 2 anos "em diversos blogs com contexto diferente". Na verdade a foto foi tirada durante a cerimônia que sancionou a Comissão da Verdade", em Novembro de 2011. O portal revelou ainda que o ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA), Coronel Telhada, também cometeu o equívoco e publicou a foto em sua página no Faceboock. Em 24 horas, a postagem foi compartilhada 10.000 vezes.

       

foto
Sendo Renan Calheiros um ficha suja, é muito estranho que sua indicação para presidir o senado tivesse aceitação também fora do do seu partido, o poderoso PMDB. Mesmo com a possibilidade de ser demovido do cargo logo adiante. Nenhum instante a reprovação popular de sua indicação à presidência incomodou os parlamentares, que em sua maioria votou a seu favor. Todavia, o presidente do Senado poderá enfrentar uma batalha judicial indigesta que certamente repercutirá naquela casa de Leis e muito mais na opinião pública.

Um embate pessoal se dará entre ele e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Que antes da votação encaminhou denúncia ao Supremo contra Calheiros, tornando evidente a tentativa de influir na decisão dos parlamentares no momento da votação secreta. Nessa demanda o presidente do Senado poderá levar vantagem de duas questões que envolvem o nome de Roberto Gurgel. Tramita no Congresso um processo contra o procurador-geral da República, sobre sua conduta na condução da denúncia da Polícia Federal relativa a operação Vegas. Gurgel é acusado de paralisar as investigações sobre a organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira, condenado pela justiça a mais de 40 anos de prisão, que está atualmente em liberdade.

Outra coisa, é o apoio de peso que receberá do senador Fernando Collor, que vem constantemente acusando Gurgel de "chantagista" e "prevaricador".  Com Renan Calheiros novamente na presidência do Senado a polêmica continua sem previsão de acabar. O clima de tensão no Congresso Nacional poderá esquentar nos próximos dias. Com isso aumenta a desconfiança do povo na classe política, prejudicando ainda mais o governo de Dilma Rousseff. Desta vez Renan Calheiros conseguirá ficar até o fim do seu mandato? Ou não?     


Com informações do Rede Brasil Atual. 
Imagem: reprodução/ag.Senado/foto: Lia de Paula



                   
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