terça-feira, 23 de junho de 2015

A verdade e a mentira se escondem nas entrelinhas

Há um ditado nascido da sabedoria popular, que diz o seguinte: “Deus escreve direito por linhas tortas”. Só Deus possui esta onipotência.  E são poucos, aqueles a quem é concedida a benção especial de interpretar fielmente o que foi escrito e captar o pensamento do escritor, descobrindo a verdade ou talvez a mentira escondida nas entrelinhas. Diuturnamente, a tradicional imprensa brasileira coloca a disposição dos cidadãos, um turbilhão de notícias acerca dos principais fatos que ocorrem no país. Principalmente no mundo da politica, assunto fervilhando desde o resultado das últimas eleições até os dias de hoje.
Deve continuar na pauta jornalística por tempo indeterminado. Pois, sem dúvida muitos órgãos da imprensa nacional tem um lado partidário, quando deveria ser imparcial nesta questão.

Porém, os objetivos das ações dos grandes órgãos de mídia podem ser os mais variados possíveis. Vender notícias é um dos seus grandes negócios. Quanto mais, melhor. Não importa se necessárias, ou importantes para o público. Angariar bons patrocinadores também é fundamental para que eles possam sobreviver.

As interpretações da Imprensa sobre os recentes fatos ocorridos, no governo e na política, por exemplo, são de uma diversidade enorme com diversos aspectos. Mas, as notícias não contém necessariamente a  mais cristalina verdade sobre o que realmente aconteceu. Publicadas nos mais importantes jornais e revistas semanais, essas notícias irão compor estatísticas do Manchetômetro, que no último dia 21, exemplificando, registrou a cobertura do jornal O Globo sobre a presidente Dilma Rousseff. Uma cobertura negativa, segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim.

Outro exemplo de interpretação própria sobre um fato, ou simples venda de notícia com manchete bombástica escondendo a verdade nas entrelinhas da matéria, foi o espetacular fiasco da capa da Época que prometia o fim da República. Virou piada na internet. Como escreveu Paulo Nogueira, diretor e fundador do site de notícias e análises DCM, em artigo publicado com a data de hoje sobre o assunto.

Muito bem elaborados para chamar a atenção e prender o leitor/consumidor, a seguir, os textos que descrevem essas notícias, são compartilhadas indiscriminadamente nas redes sociais, ao bel prazer e sem critério algum. O resultado é uma onda de desinformação, que provoca atitudes inequívocas, constrangedoras, e mal estar por parte dos leitores e internautas.

Veja o que disse Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa, sobre os temas que ocuparam as páginas dos jornais e da internet nos últimos dias. O texto oferece um pouco mais de luz ao assunto.

O poder discricionário da imprensa        



"O noticiário do fim de semana oferece aos estudiosos da mídia informativa um campo fértil para entender alguns dos dilemas da comunicação no nosso tempo. Para toda informação selecionada pelo sistema da imprensa hegemônica há uma contrainformação ou uma variedade de alternativas que podem oferecer interpretações diversas ou opostas ao que propõe a mídia tradicional. Então, por que predomina no imaginário da maioria a versão específica da imprensa?

Por exemplo, no caso da desastrada viagem de políticos brasileiros da oposição à Venezuela, a versão dos jornais, segundo a qual eles tiveram sua movimentação tolhida no caminho entre o aeroporto de Caracas e os endereços que pretendiam visitar, é colocada em dúvida por outras fontes, que dão conta de um trivial engarrafamento de tráfego. A insistência dos parlamentares em dizer que foram abandonados pelo embaixador brasileiro esbarra no esclarecimento de que o Itamaraty nunca lhes havia oferecido essa assistência.

Outro tema, o da possível rejeição de contas do governo federal por parte do Tribunal de Contas da União, se esvazia com a nota técnica pela qual o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin se responsabiliza por operações tidas como irregulares, tira a presidente Dilma Rousseff da mira e a exime de ter que responder por manobras que melhoraram o resultado do balanço orçamentário de 2014.

Por outro lado, as acusações que levaram à prisão de executivos de duas das maiores empreiteiras do país, inclusive os presidentes das empresas, são colocadas em dúvida por esclarecimentos publicados pelo grupo Odebrecht em anúncio pago publicado nos jornais de segunda-feira (22/6).

Em cada um desses temas, que compõem a agenda proposta pela mídia tradicional e multiplicada no universo hipermediado das interações digitais, o único fator que consolida uma versão e marginaliza as demais é a escolha do editor. Por consequência, aquilo que o público em geral considera como verdade é apenas uma das possibilidades de cada evento noticiado, definida pelo viés da imprensa.

Ou alguém tem dúvida de que, se o empresário Marcelo Odebrecht estivesse sendo investigado por obras no metrô de São Paulo, ele estaria respondendo a um eventual processo em liberdade?

E mais: que esse assunto estaria enterrado, assim como outros casos de corrupção, como o escândalo da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo, que foi esquecido pela mídia?"

Via: Jornal GGN
Também replicado no: IncrívelExercítoBlogoleone
Imagem: reprodução

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