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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Os jornalões entre os ataques ao desenvolvimento do país e o flerte com o bolsonarismo. Por Pepe Damasco

Por Pepe Damasco, em seu blog: Um ano depois de Lula ter subido a rampa do Planalto, já é possível enxergar a linha adotada pelos jornalões da mídia corporativa em relação ao governo. No que se refere ao oposicionismo da cobertura e a editorialização das notícias, verifica-se, como era mais do que esperado, um flagrante mais do mesmo na comparação entre o Lula 3 atual e o Lula 1 e Lula 2. Mas algumas nuances e fatos novos merecem registro.

www.seuguara.com.br/Jornais/ataques/desenvolvimento do país/imprensa/

Grupo Globo - Mantém o apoio às ações do governo voltadas para a defesa da democracia, bom como os avanços dos inquéritos e processos do Supremo Tribunal Federal, comandados pelo ministro Alexandre de Moraes, para enquadrar e punir exemplarmente os responsáveis pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. A transmissão ao vivo, na íntegra, do ato dos Poderes da República para marcar um ano da intentona golpista dá bem uma medida desta linha editorial.


Por outro lado, o conglomerado da família Marinho, na condição de porta-voz do setor financeiro e das grandes corporações capitalistas, segue virando bicho e se pintando para a guerra diante de todas as medidas do governo para impulsionar o desenvolvimento econômico do país e ampliar a soberania nacional, como nos casos da refinaria Abreu e Lima e do ambicioso projeto de reindustrialização anunciado nesta segunda (22). 

Quando a Globo trata o investimento no crescimento e na área social como gastança de dinheiro público deixa claro que ainda sonha com a viabilidade política de uma terceira via, a direita tradicional, que é radicalmente neoliberal. Os comentaristas Carlos Alberto Sardenberg e Demétrio Magnoli vêm se destacando como cães de guarda dos interesses políticos e econômicos da Globo.


Folha de São Paulo - No que se refere ao debate econômico, adota linha semelhante às Organizações Globo, mas já se percebe uma certa relativização acerca da gravidade da investida golpista do bosonarismo. Isso fica claro no espaço aberto pelo Grupo Folha para políticos e personalidades da direita e da extrema-direita, que criticam os métodos do ministro Moraes e o acusam de concentrar poder e defender penas excessivamente duras aos golpistas. Nesta toada, estampa manchetes para discursos e ações de notórios inimigos da democracia com a maior naturalidade, sem senso crítico, como se eles fossem comprometidos com a causa democrática. O antipetismo segue como uma característica marcante da Folha.


O Estado de São Paulo - "Cruzou o Rubicão" e já não se envergonha de flertar com teses bolsonaristas, como a anistia aos golpistas. Exemplo: em editorial, chegou a alertar o ministro Moraes, de que "O Brasil de hoje não é o mesmo de janeiro de 2023", encampando a causa da impunidade para os que tentaram destruir o regime democrático. Tudo que emana do governo Lula é alvo de ataques do Estadão, que não poupa nem mesmo a vida pessoal do presidente e de sua esposa Janja. 

É um direito do jornal fazer oposição sem tréguas ao governo. Mas o veículo vai além e não hesita em baixar o nível de seu jornalismo, como na acusação que fez à Polícia Federal de estar instrumentalizando politicamente o caso Marielle Franco, quando é de domínio público que, ao contrário, as investigações só começaram a andar depois que a PF, já sob Lula, entrou nas investigações. 


PS: O portal de notícias "Poder360" vem se esmerando em pinçar falas de próceres do bolsonarismo, muitas das quais absurdamente mentirosas, transformando-as em chamadas de destaque. Está a caminho de ser visto como um instrumento de mídia da extrema-direita brasileira.

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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Os especialistas de plantão para defender o lavajatista cassado. Por Moisés Mendes

Publicado originalmente no "blog do Moisés Mendes": Deltan Dallagnol cassado, Collor a caminho da cadeia, Bolsonaro sentado na agulha da vacina. Estamos numa semana com boa produtividade. E ainda tem o choro dos especialistas e juristas que os jornalões ouvem sempre (e são sempre os mesmos), para lamentar a cassação.

www.seuguara.com.br/Deltan Dallagonol/cassado/especialistas/
Deltan Dallagnol (Imagem/reprodução)

O choro dos especialistas lavajatistas é uma das partes mais divertidas, porque expõe a base hermenêutica cínica do fascismo disfarçada de liberalismo e de legalismo.

Os especialistas ouvidos por Folha, Estadão e Globo só confirmam que a cassação foi correta, porque eles nunca adotarão posição contrária às defendidas por direita e extrema direita.


O especialista do lavajatismo é ouvido pelos jornais para tentar calar a extrema direita.

Porque é preciso ter o contra ponto, como se os contrários à cassação tivessem equivalência numérica com a grande maioria que apoiou a decisão do TSE.


Tem reportagem nos jornais que anuncia assim: especialistas dizem que a cassação foi um exagero.

Aí, vamos ler o texto e são dois especialistas ouvidos. Apenas dois. Um diz isso e aquilo e o segundo concorda com o primeiro.


Se formos pesquisar o que esses especialistas legalistas disseram sobre a prisão de Lula e o golpe contra Dilma, está lá tudo ao contrário.

Às vezes fica a impressão de que são advogados chamando clientes em meio a essa bandidagem cheia do dinheiro.


São especialistas acenando atrás de clientes em desespero. O robô do ChaGPT sabe de cor o que os especialistas dizem para os jornalões.

Tem especialista que o Estadão entrevista desde o golpe da proclamação da República. 

Claro que eles sempre aplaudiram o golpe.

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quarta-feira, 12 de abril de 2023

Como os jornais noticiaram os 100 dias do governo Lula

Por Patrícia Faermann, no GGN: "Governo envelhecido", com a "cabeça de 2003" e "reeembalando programas de suas gestões anteriores", a suposta falta de "novidades" dos 100 dias do novo governo Lula foram o cerne das críticas que os grandes jornais desfilaram nesta segunda-feira (10).

www.seuguara.com.br/jornais/100 dias do governo Lula/

Com o início de governo turbulento, assolado pela resolução dos ataques golpistas de 8 de janeiro, por tragédias ambientais e a crise Yanomami e que, apesar de 100 dias de Executivo, considerando o recesso, o Legislativo voltou às atividades há pouco mais de 2 meses.

Mas este foi também o segundo grande foco de críticas do noticiário: a suposta imobilidade governista no Congresso, somando-se às altas expectativas sobre o novo presidente na área econômica e destacando os feitos e as medidas positivas tomadas até hoje.

Confira como cada jornal manchetou os 100 dias de governo Lula:


CNN

A CNN centrou a crítica à incerteza de governabilidade de Lula junto ao Congresso Nacional. O jornal afirma que o presidente não tem "base consolidada", "nem marca petista" no Legislativo. Ressaltou que os avanços e mudanças do novo governo são aqueles que não precisaram passar pelo aval dos parlamentares.

"O teste está por vir nos próximos meses", acrescentou, em referências às 13 medidas provisórias que terão que passar no Legislativo a partir de agora.


Sem dar destaque ao fato de que boa parte delas já tem consenso e acordos estabelecidos e que as Comissões Mistas deverão dar maior equilíbrio para a força governista nas análises - distinta da sequência anterior de Câmara, primeiro, Senado depois -, a CNN apostou nas dificuldades.


Ainda ignorando o menor tempo de atividade do Congresso, em comparação ao Executivo, uma vez que os parlamentares voltaram do recesso no dia 3 de fevereiro, rodeados ainda de outros embates como os ataques golpistas de 8 de janeiro, a falta de medidas concluídas ou aprovadas pela nova gestão no Legislativo foi caracterizado pelo veículo como falta de "marca petista".


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G1

Iniciando pela turbulência dos ataques golpistas e a crise dos povos Tanomami, que exigiram tempo e esforços urgentes do novo mandatário, e que tiveram boa aceitação, o portal do grupo Globo também apontou como positivas as medidas sociais aplicadas que foram promessas de campanha, como a volta do Bolsa Família, e a "nova posição do Brasil no cenário internacional", com agenda intensa de viagens.

Mas contaminou as melhorias colocadas em práticas com as escorregadas de declarações do presidente, como a fala de que viu "armação" de Sergio Moro no caso das ameaças do PCC às autoridades e as críticas ao Banco Central. 

    

www.seuguara.com.br/jornais/100 dias do governo Lula/

O Globo

O Globo rotulou que Lula "é o único presidente sem nova marca no início de gestão", que o país "continua polarizado" apesar da tentativa de "União e Reconstrução", e que medidas feitas até agora são a recuperação de programas de seus governos anteriores.

"Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Mais médicos (criado pela presidente Dilma Rousseff) e Água para Todos são alguns dos programas reeditados por Lula."

A falta de "novidade" destes 100 primeiros dias, segundo o jornal, é a mostra de "um país ainda fortemente polarizado". 


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Em outra publicação, o jornal analisou que, a partir de agora, da marca dos 100 dias, o governo Lula tentará "driblar" a resistência da classe média ao seu governo, buscando aproximação com este setor.


Estadão

Editorial do Estadão manchetou "Um governo envelhecido aos 100 dias", por comparar a postura do presidente como um prestador de contas e "em busca de trunfos eleitoreiros", ao contrário de fazer o que se espera de um início de mandato, "momento em que decisões difíceis e impopulares costumam ser tomadas". 


Abusando em adjetivos pejorativos, a opinião do jornal impresso não disfarça o ataque ao falar em "sinais de decrepitude precoce", "aparente incapacidade do presidente de dar um rumo", "base governista aparenta ser frágil e pouco confiável".

Após listar somente três medidas que considerou positivas - o desarmamento, o regate dos povos Yanomami e indígenas e a imagem do Brasil no exterior -, o Estadão descarrega que "os retrocessos são igualmente notáveis".


Os retrocessos vistos pelo editorial são a paralisação da reforma do ensino médio e do Marco do Saneamento, "para favorecer estatais falidas e incompetentes em detrimento do bem-estar dos pobres"; o avanço da Leio das Estatais, "criada para estancar a corrupção das estatais, grande marca dos governos petistas"; a "ameaça" à reforma trabalhista, caracterizada como "formidável avanço"; e "detonou o teto dos gastos".

Por fim, chamou o arcabouço fiscal - alvo de críticas de renomados economistas -, de algo "menos mal", criado "entre uma pirraça e outra".


Uol

Menos ofensivo, mas ainda assim com duras críticas, o site Uol martelou a imagem de que Lula não trouxe novidades e que, ao assumir após ano, o presidente teria tomado "um choque de realidade".

Segundo o jornal, "os principais anúncios na data são relançamentos de programas antigos, numa versão repaginada dos primeiros mandatos" e também espetou o tema da governabilidade: "a prova de fogo com o Congresso ainda nem aconteceu, mas promete". 


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Folha

À semelhança do Uol e do Globo, a Folha de S.Paulo manchetou a mesma "falta de marca" e "reciclagem" de projetos antigos. E em mais altas cobranças, que, após "arrumar a casa", aliados estariam criticando a "demora excessiva para colocar a máquina federal para trabalhar" nestes 100 dias.


Parte dessa demora, traz o jornal, é justificada nas moedas de troca que os parlamentares exigem para dar andamento a propostas no Legislativo: cargos e verbas, que esperam os não governistas e a base de apoio.

Além da pressão materializada pelo noticiário, mercado e espectadores, o jornal considera que Lula tem também "expressado ansiedade" por apresentar resultados de ministros, cobrando-os na entrega de projetos e a divulgação dos mesmos.


www.seuguara.com.br/jornais/100 dias do governo Lula/

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Felipe Neto descobre quem escreve os editoriais do Estadão contra o PT

Publicado originalmente por Plinio Teodoro, no Forum: Desde "a escolha muito difícil", no segundo turno da disputa eleitoral em 2018, o Estadão tem descido a ladeira abaixo em suas argumentações "editoriais" para atacar o PT e está sendo motivo de chacota nas redes sociais.

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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Por que fugir da palavra 'mentiu' para o que fez Bolsonaro? Por Fernando Brito

www.seuguara.com.br/mentira/Jair Bolsonaro/ONU/
Publicado originalmente por Fernando Brito, no Tijolaço - Os grandes jornais fazem uma ginástica vernacular para dizer que Jair Bolsonaro, em seu discurso na ONU, "distorceu" "fantasiou" e "delirou", para ficar no que escreveram Estadão, Folha e O Globo. Foge-se do verbo óbvio: mentiu.
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terça-feira, 11 de agosto de 2020

Menos editorais e mais jornalismo. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog - "Há uma certa excitação entre jornalistas com o editorial em que a Folha condena "a sofreguidão com que Moro se prontificou a participar do governo Bolsonaro". Os Frias descobriram só agora que a cumplicidade do ex-juiz com a extrema direita "abalou sua credibilidade e, por extensão, a da Lava-Jato".
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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Exclusivo! Liberais e viciados em dinheiro público: publicidade federal na Veja cresce 490%


Por Miguel do Rosário (*), em 21/05/17 - Ser liberal com dinheiro público é uma maravilha!
A revista Veja passou a ser a publicação impressa que mais recebe dinheiro do governo federal, superando todos os jornalões e revistas, incluindo Folha, Globo e Estadão.

Nos últimos 12 meses, a Veja recebeu R$ 3,24 milhões da Secom, aumento de 490% sobre o ano anterior.


Os valores não contabilizam as estatais, o que poderia multiplicar o montante por três ou quatro vezes.

Definitivamente não houve ajuste fiscal na Secom, o órgão do governo que cuida da publicidade federal.

Nos 12 meses terminados em abril último, o governo federal fez anúncios da ordem de R$ 153,9 milhões, aumento de 21% sobre o ano anterior.

No ano inteiro, vimos e ouvimos jornais, canais de TV, rádio, outdoors, exibindo quantidades crescentes de anúncios do governo, inclusive aqueles que deviam ser terminantemente proibidos pelo poder judiciário, porque tratam de propaganda de governo, como os que alardeiam sobre os “benefícios” da reforma da previdência.

Os números da Secom neste post tratam apenas da publicidade da presidência e dos ministérios. A parte do leão fica com as estatais, responsáveis por cerca de dois terços da publicidade federal.

Possivelmente, neste primeiro ano de golpe, elas responderam por percentual ainda maior.

Em primeiro lugar no ranking, claro, a Globo.

A empresa dos Marinho recebeu R$ 42,24 milhões apenas dos ministérios e presidência, um aumento de 11% sobre o ano anterior.

Os principais aumentos de publicidade federal neste primeiro ano de golpe foram para revistonas e alguns jornais, como Folha e Estadão.

O aumento da verba da Secom para a Folha cresceu 121,5%.

A Istoé, que elegeu Temer como “Homem do Ano” e fez uma cerimônia na qual Sergio Moro e Aécio Neves sentaram-se juntos e trocaram sorrisos e gentilezas, recebeu mais de R$ 700 mil da Secom, ou 1384% a mais do que no ano anterior.

Reitere-se que a publicidade das estatais não é publicada no portal da transparência. Em anos anteriores, a Folha costumava obter esses números, através de liminar da justiça, que obrigava as estatais a informarem quanto gastavam com publicidade. O objetivo da Folha era notoriamente político: monitorar se o governo estava fazendo publicidade em blogs, tanto que este era o assunto principal das matérias, apesar dos blogs receberem percentuais insignificantes da publicidade federal.

Desde o golpe, porém, a Folha, nem qualquer outro veículo, se interessa mais em apurar os gastos federais com publicidade.

O Cafezinho tentará obter, junto à justiça, esses números de publicidade das estatais.

O Infoglobo, responsável pelo jornal O Globo, recebeu R$ 1,6 milhão da Secom nos últimos 12 meses, um aumento de 82% sobre o período anterior.




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(*) Miguel do Rosário, é jornalista e editor do blog O Cafezinho


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sábado, 3 de outubro de 2015

Sobre denúncias vazias em manchetes cheias

Por Luis Nassif, no jornal GGN – "A manchete alertava os leitores do conteúdo exclusivo da reportagem: ”Documentos apontam que MP editada na gestão Lula foi 'comprada' por lobby”.

A reportagem do Estadão era estrondosa.

Dizia que uma MP (Medida Provisória) editada em 2009 pelo governo Lula, teria sido “comprada” (assim, entre aspas) por um lobby visando favorecer a indústria automobilística. Falava-se em quantia de até R$ 36 milhões para conseguir a prorrogação de incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano para indústrias automobilísticas das regiões nordeste e centro-oeste.


A matéria mencionava pagamento de R$ 2,4 milhões a um filho de Lula... dois anos depois que a MP foi aprovada. Para estabelecer alguma relação de causalidade, a reportagem informa que a MP entrou em vigor também de 2011. Ah, bom! Primeiro caso de suborno que não é pago no ato.

Segundo a reportagem, a CAOA (que não é flor que se cheire) e a MMC Motores (subsidiária da Mitsubishi) pagariam honorários a um escritório de advocacia que seria responsável pelo suborno.

Aí entra o samba da reportagem doida.

Segundo a mesma reportagem, na correspondência interceptada, ficava-se sabendo que as empresas transferiram R$ 4 milhões para o lobista pagar “pessoas do governo, PT”.

Segundo a matéria, o advogado “faltou com o compromisso”. O que, em tucanês, quer dizer, não pagou ninguém.

O texto sugere que o suborno se estendeu a “deputados e senadores”, sem mencionar nomes. Mas dá ênfase à tese do suborno mesmo sabendo-se – pela própria reportagem –que a CAOA recuou do pagamento quando descobriu que o advogado estava desviando recursos.

Tudo isso consta da matéria.

Mesmo assim o jornal optou pela manchete taxativa: “Documentos apontam que MP editada na gestão Lula foi ‘comprada’ por lobby”. Ou seja, uma manchete que é desmentida pela própria matéria.

Não se parou nisso.

No decorrer do dia, o repórter policial do jornal soltou outra matéria onde dizia que “Mensagens obtidas pelo Estado, que estão sendo investigadas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, indicam que houve a oferta de propina para agentes públicos viabilizarem a MP”.

Não era verdade, conforme se leu na matéria original.
Mostrando que o ridículo não tem limites, a melhor síntese do novo PSDB, deputado Carlos Sampaio, solicitou ao Procurador Geral da República que investigasse a denúncia: “Os fatos são de extrema gravidade e, caso comprovados implicam a antiga cúpula do governo Lula, inclusive o próprio ex-mandatário”.

Para ajudar nas investigações, o bravo deputado – que também é procurador estadual – deveria correr ao endereço http://migre.me/rGCBX onde se encontram as provas do crime.

A MP prorrogava incentivos criados no governo FHC, por inspiração do senador Antônio Carlos Magalhães, visando estender para as demais regiões do país incentivos disponíveis para as empresas do Sudeste.

A MP foi aprovada no Senado por um acordo de lideranças. Por unanimidade. Só alguém extremamente crédulo para supor a necessidade de pagamento de propinas para medidas de aprovação unânime.

O então combativo senador Tucano Arthur Virgílio, depois de saudar ACM declarou em alto e bom som: “O Brasil só será feliz quando as nossas riquezas forem melhor distribuídas.

Que o Brasil um dia realize o sonho de ser desenvolvido em todas as regiões e não se faz isso concentrando investimentos em uma ou duas”.

Se não quiser enquadrar Virgílio, o bravo Sherlock Sampaio poderá pegar no pé do senador José Agripino (DEM-RN), frequentador das tertúlias de FHC, que garantiu que “nenhum estado nem município perderá com a aprovação da MP. E foi mais um a ressaltar a "clarividência" de Antônio Carlos Magalhães na luta pela aprovação do benefício”.

Para mostrar sua absoluta isenção, Sampaio deverá inquirir pessoalmente seu colega Tasso Jereissati (PSDB-CE), que declarou que o incentivo foi um "trabalho histórico, um março na história do Nordeste brasileiro".

Depois, todos se reunirão satisfeitos com o guru FHC, em um café da manhã na rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, saboreando a manchete que o Estadão utilizará na edição impressa desta sexta-feira, para saudar seu notável feito jornalístico."

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Miguel do Rosário, responsável pelo site O Cafezinho, também escreveu sobre este assunto com o título: “Bomba do Estadão contra Lula era mentira, para variar”.



PS do Blog do Guara: Em se tratando da mídia brasileira quando o assunto é política, manda o bom senso que tenhamos o mínimo de critério e seriedade. Não é o caso de advogar a favor ou defender este ou aquele lado.  A crise política e econômica que o país atravessa exige de nós uma postura mais genuína, buscando e colocando a verdade dos fatos em primeiro plano. Sob pena de estarmos formando pensamento e opiniões equivocadas e inconscientemente promovermos tão somente o ódio, a desilusão e a mentira entre as pessoas. Como frequentemente constatamos nas redes sociais.  

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terça-feira, 23 de junho de 2015

A verdade e a mentira se escondem nas entrelinhas

Há um ditado nascido da sabedoria popular, que diz o seguinte: “Deus escreve direito por linhas tortas”. Só Deus possui esta onipotência.  E são poucos, aqueles a quem é concedida a benção especial de interpretar fielmente o que foi escrito e captar o pensamento do escritor, descobrindo a verdade ou talvez a mentira escondida nas entrelinhas. Diuturnamente, a tradicional imprensa brasileira coloca a disposição dos cidadãos, um turbilhão de notícias acerca dos principais fatos que ocorrem no país. Principalmente no mundo da politica, assunto fervilhando desde o resultado das últimas eleições até os dias de hoje.
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terça-feira, 16 de junho de 2015

A pauta de 140 caracteres

Por: Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa – “Funcionava assim: aos jornalistas abordavam os políticos nos corredores do Congresso para colher declarações. Repassavam as falas aos editores, que faziam a compilação mais conveniente para compor um contexto que podia ser chamado de notícia. Esse era o modelo clássico do jornalismo declaratório que predominava nas redações dos principais veículos de comunicação do Brasil.



De vez em quando, um repórter mais esperto vasculhava sites de órgãos públicos e detectava números incongruentes, e uma calculadora ajudava a puxar o fio da meada que poderia conduzir a descobertas interessantes. Depois, era construir uma lógica criminosa por trás daqueles indícios e procurar um agente público disposto a tornar oficial a investigação. Eventualmente, o garimpo dava num veio promissor, dependendo da filiação partidária do acusado, mas na maior parte das vezes era apenas “ouro de tolo”.

Hoje o jornalismo declaratório não exige nem mesmo que o repórter se coloque no caminho do declarante: o político que quiser mandar um recado simplesmente posta uma frase polêmica no Twitter e a imprensa faz o resto do trabalho.

Para atuar como jornalista, é suficiente ter uma conta no serviço de mensagens curtas ou seguir determinados personagens nas redes sociais. Para chamar a atenção da imprensa, basta saber usar esses recursos, ou contratar quem faça esse serviço.

Foi assim que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ganhou mais um dia de destaque nas primeiras páginas dos jornais de segunda-feira (15/6), após a entrevista publicada pelo Estado de S.Paulo no domingo, na qual anunciou que dificilmente seu partido, o PMDB, vai seguir integrando a aliança que venceu a eleição presidencial em 2014.

A entrevista mostra Eduardo Cunha usando com inteligência o espaço que conquistou na mídia e explorando a passividade dos entrevistadores. A declaração escolhida para compor a manchete de domingo é apenas uma das opiniões que emitiu durante a entrevista, que faz sentido apenas no atual contexto de crise entre o dirigente da Câmara dos Deputados e o partido da presidente da República.

Cunha foi hostilizado no sábado (13), ao comparecer ao 5º Congresso do PT, e se vingou nas redes sociais, provocando novo abalo nas relações internas da aliança governista.

Malícia ou incompetência

Os jornais fazem parecer que a vontade de Eduardo Cunha basta para mudar a composição do governo e lançar o PMDB oficialmente na oposição. Mas o próprio entrevistado foi muito reticente quanto à possibilidade de uma ruptura, principalmente porque ele considera que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff chegou ao ápice e ela tende a se recuperar, na medida em que as relações políticas se estabilizarem e os ajustes na economia produzirem resultado.

Sua afirmação era muito clara: se o governo retirar do presidente do PMDB, Michel Temer, a tarefa de conduzir as negociações com o Congresso, o partido pode deixar a coligação. Essa frase condicional foi transformada em manchete, e o Estado publicou: “O PMDB não repetirá aliança com PT, afirma Cunha”.

Agrega-se a isso o episódio em que o presidente da Câmara, hostilizado por militantes do partido da presidente, reage pelo Twitter, e está configurada nova crise dentro do governo, embora todos saibam que uma frase de Cunha não define o futuro do PMDB.

Essa é a rotina do noticiário político desde a posse da presidente reeleita. Quando não está apostando numa visão apocalíptica da economia, a mídia tradicional está criando ou alimentando a crise que se inaugurou nas relações entre o Executivo e o Congresso desde a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara. Trata-se de um jogo no qual, entre as muitas alternativas de frases, fatos e suposições, os editores escolhem prioritariamente aquelas que deixam o Executivo em pior situação.

Adicione-se a essa receita certa malícia, ou má qualidade, na abordagem de temas que produzem controvérsias entre o Executivo e o Legislativo, e temos outra fonte de desentendimentos. São constantes os casos em que indicadores econômicos e sociais surgem nas manchetes com sentido distorcido, o que contribui para alimentar esses conflitos.

Seria preciso vasculhar cada notícia publicada com destaque todos os dias para verificar o que resulta de desatenção, de incompetência ou do interesse em fomentar a crise de governabilidade. De qualquer maneira, está claro que a imprensa brasileira não se dedica mais ao jornalismo puro e simples.”

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domingo, 4 de janeiro de 2015

Petrobras responde ao Estadão sobre Refinaria Abreu e Lima

Jornal GGN - Ontem, dia 3 de janeiro, o Estadão soltou uma matéria sobre a Refinaria Abreu e Lima, "o símbolo da crise na Petrobras" em Pernambuco. A Petrobras soltou hoje, uma nota rebatendo alguns pontos da matéria do jornal. Na matéria, o jornal coloca a Refinaria como fruto de uma gestão "assolada pelo forte constrangimento financeiro, pelo inédito adiamento de balanço contábil, pela desvalorização recorde das ações de mais de 40% - sem contar a 'inequívoca' corrupção que 'adentrou' a cúpula da estatail, nas palavras de Graça Foster".
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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A mídia estragou a oposição

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa*   

- Os jornais de quarta-feira (22/10) fazem uma série de digressões na cobertura da disputa eleitoral, levando seus leitores a passear por temas paralelos, como se os editores estivessem saturados com o bate-boca que eles mesmos estimularam.
O Estado de S.Paulo aposta em manchete sobre a crise de abastecimento de água em São Paulo, o Globo destaca entrevista do ministro José Antônio Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e a Folha de S.Paulo apresenta explicações para a virada nas intenções de voto, favorável à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Quem está pior, a economia ou o jornalismo?


- Quem acompanha a situação da economia pelos jornais vê um país. Quem acompanha a opinião pública vê outro. Um dos lados pode estar errado. Não é improvável um espectador do telejornal noturno ter o sono perturbado com vozes soturnas de apresentadores e analistas. Pelo que se vê e se ouve, não se sabe o que aquele apresentador sério quer dizer com “boa noite”. Afinal, a economia do Brasil pode estar à beira da bancarrota.
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sábado, 9 de agosto de 2014

É hora de louvor à Nossa Senhora do Perpétuo Espanto

Oração à Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, a "padroeira" dos jornalistas:

"Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, rogai por nós. Que eu possa manter os sentidos atentos para perceber o novo e a memória viva para preservar o passado.
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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Imprensa transfere o peso da derrota para Brasília

Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

"Avisem os adolescentes que sonham, os vestibulandos que se iludem com o brilhareco da carreira e os estudantes que ainda acham importante entender a semiótica: para chegar lá, para manipular o microfone, surgir gloriosamente nas telas da televisão ou para ver seu nome estampado em páginas de jornais e revistas, será preciso ter estômago de avestruz e convencer a si mesmo de que é a pauta que inventa o mundo.
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terça-feira, 29 de abril de 2014

Petrobras responde aos grandes jornais do país sobre Pasadena


São inúmeras as matérias publicadas pela imprensa de um modo geral, sobre a Petrobras. Notadamente sobre a compra feita pela estatal da refinaria de Pasadena no Texas, EUA. Elas ganharam corpo com o pedido de CPI pelo senado, para investigar como foram feitas as negociações. Bem como, revelar qual a real situação econômica da Petrobras.
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