quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ainda não há um consenso sobre o retorno do futebol

Mesmo o governo federal tendo anunciado que pretende liberar o retorno do futebol brasileiro em breve, clubes, dirigentes, entidades e federações estaduais ainda não chegaram a um consenso sobre a volta aos treinos. Os times estão de férias coletivas até o fim de abril e devem se reapresentar no início de maio.

Uma boa parte dos clubes brasileiros é favorável à ideia de que a pandemia do novo coronavírus deve ser deixada de lado, e que já é hora de voltar aos treinamentos. Para outros é preciso ter cautela, diante da complicada situação na saúde pública que vive o país.  

O secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, declarou no início da semana que os jogos de futebol poderão ser retomados com portões fechados "em breve". A declaração do secretário aumentou a expectativa de federações estaduais, que já se movimentam para retomar o calendário dos campeonatos regionais. Santa Catarina e Paraná, poe exemplo já enviaram aos governadores um pedido de autorização para que os clubes possam retomar os treinos.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já vem realizando reuniões com os clubes, federações e médicos no sentido de elaborar uma cartilha de cuidados, com o objetivo de legitimar perante a saúde pública a volta das atividades. A entidade já contactou o Ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre o assunto. "Existe um pedido para avaliar o retorno de jogos sem público, da CBF. Isso é uma coisa que estamos avaliando", disse Teich. A preocupação dos clubes é principalmente com o prejuízo causado pela paralisação do calendário do jogos. 

No Brasil, vários dirigentes dirigentes já formaram opinião firme de que o futebol deve voltar o quanto antes. O Goiás, até divulgou detalhes de como os treinos serão realizados em meio a pandemia do coronavírus. O Atlético goianiense também anunciou a volta do elenco já na sexta-feira. "Vamos parar de sensacionalismo e de achar que não se pode fazer nada. É preciso entender que o futebol é um meio de pessoas saudáveis, então vamos ter condições de enfrentar a pandemia", disse o presidente do clube goiano, Adson Batista, ao Estadão.

O Flamengo, atual campeão brasileiro, campeão da Copa Libertadores 2019, da Supercopa do Brasil e de quebra conquistou o título da Recopa Sul-Americana 2020, também é a favor da retomada do futebol no Brasil, em breve. "Certamente nós vamos voltar. Estamos chegando perto desse momento, que todos aguardam. Estamos tomando todas as medidas de segurança para preservar os atletas. Brevemente, vamos retomar os treinos, jogos com portões fechados e jogos com torcida", afirmou o vice-presidente geral e jurídico Rodrigo Dunshee.

No Paraná, a Federação está no aguardo da liberação do governo estadual, com a pretensão de retorno para o próximo mês. "O futebol precisa ganhar fôlego com o retorno dos Estaduais em maio. Isso é importante para ajudar o calendário da CBF. Vamos tomar as precauções necessárias. Esperamos que nos próximos dias o governo estadual nos libere", disse o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury.

Há rumores, que dirigentes e clubes acreditam que a troca de ministros no Ministério da Saúde possa mudar os protocolos médicos para a volta dos times aos treinos. Eles entendem que com a chegada de Nelson Teich na direção da pasta possa haver uma flexibilização nas normas, aplicadas pelo antecessor Luiz Henrique Mandetta. No entanto, a Federação Paulista de Futebol (FPF),  vê o momento com cautela. A entidade, em conjunto com os clubes produz um protocolo médico e avisa que só vai permitir o retorno dos treinos quando houver a liberação da autoridades municipais, estaduais e federais.

"É melhor ficarmos mais uns dias em casa do que voltar a treinar, ter mais casos de coronavírus e depois ter uma nova quarentena", afirmou o presidente da Federação Cearense, Mauro Carmélio. "Eu tenho certeza que a CBF e os clubes vão tentar um retorno responsável, seguro e pautado em orientações d Ministério da Saúde", comentou o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz. O presidente do Sport, Milton Bivar, afirmou que "É uma decisão que um presidente de clube não pode tomar individualmente e sim aguardar que haja um indicativo do Ministério da Saúde e em consonância com as secretarias de saúde dos Estado".

Na opinião de médicos médicos infectologistas ouvidos pelo Estadão, o melhor é não se pensar em futebol agora, mesmo que seja apenas para se voltar aos treinos e fazer jogos com portões fechados. "Não sabemos ainda se atingimos ou não o pico de transmissão. Os números são crescentes, a cada dia aumenta a quantidade de novos caso e óbitos. Se a pandemia continuar mostrando números ascendentes, seria irresponsável uma retomada do futebol", explicou o professor da Unesp Alexandre Naime. 

Para o médico Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), promover qualquer retorno do futebol neste momento é precoce. "É difícil dizer se o Brasil está preparado para a retomada do futebol. Hoje, a quantidade de envolvidos para a realização de uma partida, é muito maior que 22 jogadores e isso pode representar um risco para as pessoas", explicou o médico. 

Fonte: Super.FC/com informações do Estadão
Imagem: reprodução/Foto: Agência Brasil

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