quinta-feira, 21 de maio de 2020

Governo Bolsonaro libera uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 mesmo em casos leves

O Ministério da Saúde divulgou quarta-feira (20) um protocolo para aplicação de cloroquina e Hidroxicloroquina no tratamento contra o novo coronavírus em pacientes infectados, inclusive os que aprestam sintomas leves da Covid-19. O protocolo sugere que ambos medicamentos juntamente com o antibiótico azitromicina. As orientações são para a rede pública de saúde.
A publicação do protocolo foi feita sob o comando do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para exercer o cargo interinamente após Nelson Teich deixar o cargo por divergências em relação ao uso do medicamento na semana passada.

Conforme o protocolo, cabe aos médicos avaliarem a situação do paciente e prescrever o remédio, muitos deles temendo a pressão pelo uso da droga. O documento também prevê que o paciente que aceitar ser medicado com cloroquina e hidroxicloroquina deve assinar um termo de consentimento antes de iniciar o tratamento. Este termo vai indicar que os remédios podem causar efeitos colaterais, como disfunção cardíaca e alterações visuais. Os dois medicamentos possuem semelhanças na composição, mas diferem nos efeitos adversos. A hidroxicloroquina é considerada um "pouco mais segura" por possuir menos efeitos colaterais. 

O protocolo reforça que "não há, até o momento, estudos demonstrando melhora clínica dos pacientes com Covid-19 quando tratados com hidroxicloroquina". Pelo contrário, pesquisas realizadas por instituições do mundo todo indicam que os medicamentos podem até aumentar o risco de morte. Segundo o protocolo, o medicamento deve ser tomado em conjunto com a azitromicina. Cada paciente em tratamento deve receber uma dose de 500 miligramas do antibiótico uma vez por dia, durante os cinco dias de medicação. 

Imagem: reprodução/Foto: AFP

[Coronavírus: o que diz o protocolo que libera cloroquina para casos leves no SUS: "A indicação vai contra a posição atual da Sociedade Brasileira de infectologia e da Sociedade Brasileira de Imunologia, que não recomendam o uso destas drogas. O Conselho Federal de Medicina condiciona isso ao critério e ao consentimento do paciente. De acordo com as evidências mais sólidas existentes até agora, a cloroquina não têm influência sobre a mortalidade de pacientes por covi-19.]

[Especialista criticam novo protocolo de hidroxicloroquina e cloroquina; veja a repercussão: "Nem a cloroquina nem a hidroxicloroquina têm sido efetivas no tratamento da Covid-19 ou nas profilaxias contra a infecção pela doença. (...) Nós temos agora ensaios (clínicos - pesquisas) do Solidarity (iniciativa internacional em busca de tratamentos parra a Covid-19 em vários países...(...). Como OMS, nós recomendamos que, para a Covid-19, essas drogas sejam reservadas pra uso dentro desses ensaios", afirmou Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS)". 

A matéria do link acima relata diversas posições sobre o uso dos dois medicamentos, como a da Fundação Owvaldo Cruz (Fiocruz), também ainda do infectologista da Fundação e ex-diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Julio Croda, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, e vários outros renomados especialistas.]

[Cientistas dos EUA descobrem que a cloroquina aumenta a insuficiência respiratória de pacientes: "Após prescrever o medicamento a pacientes, pesquisadores americanos percebem que a droga não apenas não trouxe benefício como ainda aumentou a necessidade de suporte respiratório. O estudo, que ainda não foi publicado, circula entre especialistas e acadêmicos.]

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