Generais, atenção, não se faz 2023 com 1964. Por Fernando Brito
Afinal, os senhores que a assinam tinham 5 anos de idade quando ocorreu o golpe e tudo o que "sabem" sobre ele é o que lhes contaram, a partir das escolas militares que frequentaram. Numa palavra, doutrinação.
A evolução que vinha sendo construída com persistência há décadas - a profissionalização e a "desideologização" das Forças Armadas está sendo jogada fora e isso, amanhã, cobrará um caro preço aos militares brasileiros.
Tornou-se indispensável que se os retire da política, que se saneie a promiscuidade com que se meteram na administração e que se extirpe a sua pretensão de dirigir os destinos do país, que deforma o próprio exercício da função militar, pois a política na ativa prepara o "aproveitamento" em cargos após passarem para a reserva.
Quando são seduzidas a, em nome da satisfação dos apetites de seus veteranos, conservar este quadro até pela eventual garantia da continuidade golpista - se a eleitoral não funcionar - do atual governo, podem até atirar-se em aventuras, mas sem qualquer possibilidade de que elas venham a ser bem sucedidas para além de alguns dias.
O mundo do século 21 faz ser impensável a continuidade de um governo ilegítimo, sustentado por tropas e tanques, ao menos num país do tamanho do Brasil, com a inserção mundial que tem hoje.
Portanto, ter a ilusão de que o "problema eleitoral" pode ser assim "resolvido" é não só indigno como inócuo.
É de uma obviedade que até um cadete entenderia, o que dirá generais. transformar uma derrota eleitoral numa derrota militar é de uma estupidez sem tamanho, embora isso não impeça que a façam.
Imagem: reprodução

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